quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

13,50R$

Tenho estado
alto em meus sonhos
sem drogas
antes de dormir.

Mais uma noite
será assombrada
pelos ombros revestidos
de chuva.
As bombas
de afrontação
caem na paisagem
e escondem o rosto
dionisíaco.

O gelo na minha cara
só desincha
o desejo de rezar
para o copo
me trazer mais uma vez
os maus sonhos
e o uísque proteger
o sangue de Romeo
que escorre
por pontos feitos em casa.
Só no inferno
as imagens da terra,
oníricas ou não,
faram sentido
e o passo a passo
será único
e não cansará.

Estabilidade,
paz de espírito
na discórdia;
mentes cabisbaixas
para o real problema
instável como o sopro
até acabar o ar.
Os anjos foram baleados
e isso não é verdade,
pois é etérea a teoria
de substituição espiritual
e tudo mais.

De joelhos para o mundo
com olhos absorvendo
nitrogênio aspirável
e a atenção perfeita
o céu não é começo ou destino,mas,
imagem.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Metáfora do amadurecimento, insuficiente.

Paralelos empilhados
formando essa escada
íngreme
que é o crescimento.
Idealizados
as lesões torcidas
e o cansaço
em forma de amadurecimento.
A madeira é a mesma,
corrosões são inevitáveis
e só perceptíveis
sem o tapete/verniz
que encobre nossas feridas
como palavras sobre o papel.
A verdade é ignorante
e só existe
como um passo após
o outro.


Obs:
Metáfora insólita para ceifadores das vanguardas,
o ponto é que a dor não ensina,
pois tudo nascemos sabendo.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Acambo o quê começou.

Um dia
minha dor
vai marcar seu dia
e você vai sentir
o tofo que a asca marca.

Enquanto ninguém
gostava
tudo foi
incompreendido.

O mundo lindo
pelos olhos
verdes
e quando acordei
não sabia
que era tudo certo.

Nunca mais
caindo aos pedaços,
antes ou tarde.

A exceção
à regra é
o estrago mais forte
e nunca mais será
até mostrar.

Olhando para cima
vi quanto
conseguia viver o perfeito
em mosaicos lindos
de sonhos certos
e sem distração.

Se um dia
quebrar
saberemos que nunca
será para sempre
como agora,
como quando
prometemos.

Os olhos,
esses sim
serão eternos
sem corações
e páginas pintadas.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Sombrio pelo chão
mas quando te levão
não há causa.
Tantos chãos vázios
tantos chãos,
mais um medo de criaturas.

Convencido pelo teu
contrário.
Lágrima só,
lágrima
cheia de sangue
dos punhos mudos.

Meus olhos devagar
no desfile,
tudo que você queria
era o quê empedi.

domingo, 6 de dezembro de 2009

Todo sonho

Eu rezei de joelhos
em cada banco e lugar
das igrejas mais tristes
do novo mundo.
Os corredores sujos
com preces esquecidas
e os olhos
crucificados,
os ouvidos empalados.

Cambaleando,
fiz a trilha de Fátima
e renunciei as 3 verdades
negando Cristo
e açoitando Judas.
Ele havia me deixado
e por 40 anos vaguei
como após o cativeiro da babilônia.

Recitar poesia
para a areia que nunca para
é viver a história
do abandono
em 7 passos
de colapsos nervosos.
Quando os pés queimaram
e as folhas todas brancas
calaram se para sempre
havia chego a hora de cair
no eterno descanso,
a hora de encontrar a fé.

Como o amanhecer na segunda feira no Éden,
me deparei com o cemitério
e seu portão iluminado.
Conforto.
Não havia
mais do que fotos gastas,
mas sentia toda graça
daqueles já haviam pago
pelos pecados.
Perder era encontrar
e calmo adormeci
esperando o infinito.

No infinito
percebi as linhas da discórdia
e em todas haviam anagramas
do meu nome.
Atendimento eterno do eu,
me recompensou
mas a ignorância me chamou
e fui passar a noite
com a mesma.
O sistema solar é circular,
as reencarnações também o são
e o arrependimento
não deixa a forma
por menos.

Mais rápido

No escuro do ponto ônibus
com a sombra daquele homem
e seu casaco
cortando com uma tesoura de jardim
o anel de noivado
e com sangue escorrendo
por seus sapatos
que com todo o peso do corpo
cobram dois salários mínimos
para sustentar a vida passageira
e corredora de esquinas e ladrilhos
por trás de todos os sonhos escondidos
de passados e retrogressões mentais
sem jeito nenhum de perdão ou passagem
já que o juri funciona durante os feriados
e nunca mais o calendário se mexeu
depois do acidente russo
nas ruas de números ímpares
e pesadelos constantes
sobre agulhas e outras coisas
perfurando perpetuamente
a pele de todos que saem
às ruas para estabelecer
outro nome à venda predestinada
enquanto na verdade ninguém
pertence ou chega a pertencer
a não ser os que perdem altos
e tudo que possa ser substancial
e ter qualquer coisa
de posse ou outro verbo intransitivo
já que as coisas que transitam
acabam chegando ao fim
como as coisas que estão paradas
que já conhecem o destino
pelo equilíbrio que nunca passará
nem se acabarem chocadas
com vestidos vermelhos e altos saltos
numa esquina na rica periferia
das cidades dos anjos
que voa sem localidade
nos céus invisíveis
pelo norte do sapato
que agora já está vermelho a horas
e ninguém verá,
pois é tarde e nunca mais vai amanhecer.

Botas novas.

Todas as pedras
foram chutadas
por mortos e presidiários .
Cada qual
resolveu não sentir.

Rolando estaticamente,
nunca se esquecendo
de quem são,
perfeitas para segurar
o crucifixo.

O fim do caminho é onde
todas se encontram
,rezam por cada bota
e comemoram
o começo da sentença.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Morte em terceira impotência

Impotência de amanhã,
pois o que ocorreu ontem
ainda está para ser,
para perceber.

Soturnos apanhares
em palmadas impetuosas,
desestabilizadas
por quando não foi consciente.
Os olhos do gato,
tão cristalinos envoltos por árvores
que dançavam a ópera grega;
a primeira oferenda à Dionísio,
esta que só presenciava sua ausência.

Um filme tardio,
isolado por mielina,
que após anos de impulso
o cimo coloca em percepção.
Impotente cimo derretido,
impontual até em essência.

O abismo chama atenção
e direciona o que já foi
e está para ser.
Aquilo mergulha,
afunda em reconhecimento
de aceitação.
E no alto das árvores,
aonde o sonho não muda,
o ruído chega despreocupado
e o inanimado ignora
até se ensurdecer.

Impotente percepção.
Agora ri,
pois em vão
as vagas engoliram
o presente.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Continua...

Ele acordou desesperado,
o teto o cobria com raiva e gotas de orvalho.
Desperdício pago com o amanhã.
Espreitava,rodeava,com seu corpo.
Inocente por cegá-la,
por jurar que compraria leite
independente do choro dos cães,
das guerras,
e da facada.
Cada noite ajoelhado
sentindo se enterrar pela silhueta
de um coração.
Os Santos se perderam na última noite,
que beijo.
Beijos diferentes,
que não fertilizam mais.
Rodeando o corpo,
deitado na sua cama.
Não é um sonho
onde os homens se afogam
e ainda assim são sábios por esquecerem.
Ele estava vendo e se perguntando
quando aquele aleijado iria andar.
Jurava que estava curado
dentro das quatro paredes
onde o sol se pôs.
A mala que se foi
carregava as lembranças
e ainda assim um furo
que jamais cicatrizará.
Mesmo nas noites com prostitutas,
as noites que viram,
todos sabem que o a voz
não voltará.

Tão longe, no céu da noite,
ela sabia.
Ele calado,com lençóis sujos
rezava mudo e desejava à distância.
Ouvia o som da pia
contando cada segundo ganho de solidão.
"Nessa noite a lua vai chorar
quando beber de baixo da mesa
todo desespero do mundo
em forma de garrafa.
E quando algum vestido perfumado
com essência de cão de rodoviária
chegar para aconchegar minha perna
meus olhos vão se fechar
e o inferno de pernas abertas
vai pingar."

Se deparou com a porta quebrada
e em passos de concreto
encontrou a rua.
O fígado gritando por ajuda
e a loja de bebidas mais próxima
vomitando notas de 10,
nada pode se segurar.
Você pode tirar seus sapatos,
suas calças e seu sutiã
mas nunca vai poder tirar a vontade
de um pobre cão abandonado
se molhar na chuva.
O céu estava azul na noite nublada
e todos os carros estavam prontos,
prontos para enforcar a dignidade da cidade.
Mais um relógio na parede
marcando os segundos transpassados
por damas sem vaidade
na cama de um vagabundo
abandonado.

Se a rosa no rótulo fosse suficiente
não existiriam dias,
pois o céu estaria repleto
e sem arrependimentos os rios acalmariam
milhares de corpos por noite.
As pontes que se expressem.
Por transparente,
olhos cristalinos,
garrafa escurecida
e um noite inundada.
Com os caninos cortou a tampa
com amparo e desespero.
"Desce diabo, que só você pode amolecer essa carne."
Aonde as pernas desfilavam
o olho odiava e a lembrança vinha como trem.
A lua não era romântica
e não havia ninguém mostrando ou cantando às estrelas.
Terrível e assustador,
mas com o veneno listado
estava pronto e enfrentará
o purgatório.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Nuvens do homem.

Em um silêncio de haicai
o vento ressoa seu mantra
Eterno.
O vento sempre trouxe chuva
e em epifania
metáforas melhores.
Sagrados traços que não vemos,
levantem se atenciosos.

No topo do Paraná
o panorama é claro
e cheira a liberdade.
Sentidos mentirosos,
com tão pouca distância
a chuva jamais lavará minha mente.
Certo como o sábio,
foi proferido o ditado
onde o contato
é a certeza do apático.

A metamorfose
vem escondendo o luar.
Como naquela noite em que amei,
as nuvens se sobrepõe
sem sentido.
Toda profundidade
descobrindo
e preparando se para chocar
finalizando em gotas.

O volume de uma gota é fixo;
23 gramas, o lendário pesar.

Na justiça do Ideal
o céu trava suas batalhas luminosas.
Esperança de bilhões,
bilhões de vezes idealizado o Futuro.
Todos esquecem,
as nuvens se encantam
para chover
as gotas da mentira.

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Sonâmbulo

Erro doente,
cansado,
ver todas as fotos,
retratos do eu.
Em olhares artísticos
diversos,
infernais vendedores de sonhos.

A vítima reconhece
o espelho.
Nevoeiros
escondendo os pés,
a curva do pensamento
está absorta em hipocrisia.

Quadrados piscando
emoções assassinas
enquanto os gatos,
os gatos olham em silêncio.
Posições duplas,
a morte se arrastando enganada
por sobre a janela
que você virou as costas.
Coitado pela própria sombra.

Duas dúzias de cigarro
para o pulmão que bombeia,
só em êxtase de crime
engolir é viver.

Doce voz gananciosa.
Esganiça seu caminho
até o centro da cidade,
perto do tubo onde
o prefeito tomou um tiro.
Não há erro,
nada é errado.
Ontem a chance era certa.

Agora se ousar amanhecer,
realmente tomei o caminho errado.
Cego,mudo,mutilado.
Jogado em um canto vendo o céu,
só assim existe o infinito.

Eu só procuro o maldito,
o condenado que me condenou.
Sentença penal de artigo evangélico.
Matar é preciso,
pois o silêncio é infernal
e o barulho o demônio.

Blake,
que sua visão angelical
no cume ilumine.
Os mudos começaram a gritar
e o coro não segurará a insatisfação;
a cidade chora
e mais uma noite não há sono.
Melhor não começar a escrever
se não começo a beber.

Simples assim,

Você consegue dormir?
Hoje
era o dia para escapar.
As malas que fecharam
me impediram
de respirar.

Não posso.

O sorriso é estranho
e não cai como as folhas
no outono
quando tudo
era um.
Petrificados.

Todos nós, petrificados.

O voo levanta
e percebo
que não nasci
para perseguir pássaros.
É verão
,como todos,
eles.
Em bora.

Amor singular, próprio.

Você não sabe
mas esta noite
morrerá enforcado
nas fronhas do pecado.

Seu pensamento bilateral
será laçado
por igualdade.

Na sombra vermelha
não haverá destaque
para o sangue
do próprio.

domingo, 29 de novembro de 2009

Orador

Dor
não é o grito
na percepção do alterado,
mas sim
o arrastar silencioso
que estrangula
em eternas pulsações.

Dor não fala,
cobra do corpo
cada segundo,
às vezes imperceptíveis.

Não é tempo,
momento,
sentimento.
É vida.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Um tanto óbvio

Me prenda
em mimicas
cegas.

Prenda a garoa
pois seu cabelo condenador
é suficiente para matar.

E é isto,
apanho;

por um minuto
mereci me perder.
O que lembrei
era tudo que deveria esquecer.
O silêncio
é merecido, pois
as vozes na cabeça
parecem galinhas executadas.
O que virá?

Eu sei que vai
preparar
uma nova morte.
Prazer.

Balada do grande nada - Perfeito

São sempre
simples plasmas de desejo
infortúnio.

Graciosa,
é a morte
perto da real vontade.

Indispostos pés
se depõe dentre dedos
que jamais realmente ousaram
castigar
os indefesos pressupostos
que nunca desejaram mal.

Sonhar o mundo perfeito
é crescer sem amanhecer.
O infinito indisposto,
o recalculo
impreciso.

Um dia posterior.
Todo mudado,
como se todas partes caíssem
antes ou depois.
Eu poderia ser completo
na manhã seguinte,
somente aonde não lembrasse.

As catedrais com seus dom's
matando cada metro sagrado.
Sufocado, o cristo não pode rezar.
Cada tempo breve é seu cavalo encapado.
Continue tratando seu nome.

Um breve
sorriso,
tentativa.

Situações são o desastre,
mas quem vê?
Possibilidade?
No morro infernal
em um giro espiral
sem capacidade de parar,
pois que vai negar?

Andando
rejeitando
e sempre esperando.
Mais um estereotipo meu.
Que surpresa morta.
Dentro de você ou em mim.

Dentro
ou fora
todos esperam
um tipo de desejo
que desbotou no coração.
Chamando como o diabo.
Não acordarei cedo,
não sei se há necessidade.
Erro é o que aconteceu antes.

O nome no meu sofá
é o sonho que todos
contam sem saber
diferenciar dentre delitos.
Nem dentre o inferno estrangeiro
todos entendem o sentar.
Latas,garrafas,
parecem lama com todos passando.

Pisando sobre o orgulho,
chamo todos que ousaram saber.
Troco um pouco de fumo
por sabedoria momentânea.
Vinho, tempo.
Perfeito é o que sobrou.
Então me siga até a perfeita
licença da felicidade.

Derreta o último cérebro,
só assim falará
como o aceno perfeito
de um Olá.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Manhãs de Julho.

O verde é a lágrima
que dura a noite
decidida,
pois sabe
que na manhã vai encharcar.

Boa noite.

Tardias referências sonambulas
que ao amanhecer chegam
e negam o austral olhar terreno.
O oriente é distância
e lineia o jardim sagrado
do eterno sentir.

Mas ver é localizar
e sonhar é o passo
para o tocar apático.
Não é hora para sentimentalismo,
não passou a meia noite.

Em cromos bicolor
foi descrito o decair à perfeição,
inconsciência inocente.
Para o ignorar,
a dor é cega
e quem sente
deixou de ser perceptível.
Meu perceptível,
solene,
visível.

[Já era de se esperar,
as máquinas homossexuais gritam
e o vento parece confortável
em transportar.
Se a hora for a certa
quem cair de joelhos
não desistirá do boquete.]

Mas o livro do sonho se fechou
e a leitura é solitária
nas cartas mal encaminhadas
por longos caminhos.
O verdadeiro torpor começa em silêncio,
quando se vão as pálpebras
o real intrínseco se mostra capaz.
Só ele contra a terra da idealização.

São meus olhos
em sua direção.

Não é hora de recorrer
aos espíritos do consolo,
as preces se apagaram
na última roda de oração
quando a esposa do pecado
resolveu puxar todas as cordas
dos santíssimos padres,bispos e outros devotos da eternidade.
Marionetes falantes
gritando por consolo ignorado.
Efêmera proximidade cega,muda,
mais uma vez se engasgando
com a mão direita fisgada em sua boca.

O amanhecer
chegará como carrasco
para lembrar que a vida é sonho
e o único freio da onírica
natureza distante.

domingo, 22 de novembro de 2009

Interlúdio noturno

O arco íris
estará lá essa noite,
absorto como meus olhos
em escuridão.

Patti Smith

Me conte mais uma mentira
,pois partida
é rachar,
é sem gás.

Por acaso ainda pretendo,
por dois dias
em sete palmos
a pele fria
na verdidão.

Desejava só a falta
do cimento
já que as pegadas
foram tatuadas
em monstros de realidade
esperando o último consciente
em três metros de profundidade
onde o suspiro
cala o Diabo.

Com a pá do desamor
o túmulo foi sacralizado.
Passo a passo,
cravando os dentes
como em lábios
amantes e tresloucados.

Apropriado
é o fogo
que a mil milhas
ainda brilha como
certo.

A solidão
tira o caminho
que fantasmas
rasgaram por volúpia.
Sólido mesmo
é só o esquecido.

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Os bebês estão no chão

A dama está morrendo
com tudo que não guardei
para mim.
Vejo sua alma
evaporando através dos poros
que adorei.

Eu segurei a respiração
para você poder partir
para seus sonhos
sem vida
e sem
seu maior erro.
Apegado,
sorrindo cada reflexo
de olhos entregues
a própria reflexão.

Enquanto espero,
engulo ódio duvidoso
ainda que
sem sua alma
não voará.
As folhas rachando
na muda da estação
enquanto descasco
as vozes da ilusão.

Agora ouça
do seu céu de perfeição,
através do gelo
minha garrafa rachou
com garfos e facas
me afogando na própria desculpa,
a qual suando resolvi
recitar.

Então acredite,
fui eu quem deixou na mão
dentre as trincheiras
de memórias verdes
de um coração rasgado
e sem segredos.
Sem roupas e sem forças
tudo que somos é sua crença
e por isso jamais me ouvirá
falar novamente,
fui eu quem morreu.

Chova, lua.

O canto momentâneo da vida,
nas escadas
e vãos
de um sonho retorcido.
Para engatinhar
adentro de bela escuridão,
Deus fez o mundo
de seu jeito solitário,
pois companhia é desculpa
e controla o tempo
pelo prazer de se anular.

A lembrança cala
ainda que o sexto segundo
não tenha existido.
Nessa porta cristã
cada pecado é contado
com duas mil lágrimas
do olho azul comum.

Apedrejado
já que pare me encontrar
devo ir ao sonho
que nunca veio
senão na véspera do inferno.
O fogo é seco
e intensidade é a chave degradante
que sem vontade consome
por um copo destilado.

Descendo as escadas espirais
do salão de entrada
se percebe cada ranhura,
pois só os detalhes acalmam
a insignificância de Napoleão
que sempre vai chorar
na sua última extensão
de terra.

O momento da vida
é perfeito
na depressão
deste luar.

domingo, 15 de novembro de 2009

A segunda geração que me persegue.

E você foi meu olhar
na primeira vista do oceano,
quando com os pés molhados
jurei fidelidade
à graça do mundo.

Temerosos anos
entregues ao ópio da juventude.
Que cicatrize.
Se fosse abastado,
aguentaria ver
o expoente fraterno de minha infância
no seu único grito agonizante.
Grito calado,
espremido pelos olhos
que se ocultaram da vida
por trás de ébrios espectacles
fundo de garrafa.

Pai da circularidade,
reze pela alma condenada
ao desejo enfermo!
Meus pés cheios de lama
não aguentam mais
a obscuridade da ação real,
da incompreensão
e do ignorar massivo
que tornam a iluminação
invisível.

Foi o primeiro olhar
que ao me esquecer
afogou me
em lágrimas da vida.

A moeda do amor.

Feche os olhos, amor.
Isto não vai doer nada,
pois é a hora,
a hora para você
amar.

Reclame em duas vozes.

É de difícil encaixe,
o desejo esgotado
da procura desconhecida.
Abandonado, você é perfeição.
Pois os dias são o vento
e na poeira refletem.

Se desencontrou
sem se mexer,
pois acreditava
aguentar viver com sua timidez.

Um enfermo da própria demência
invadido por lembranças
do tempo em que tinha você.
Deitado no chão
contando as tábuas como momentos abençoados.

Ouvindo os gritos
do mundo sobre a necessidade
de amar.
Não lava o rosto com o futuro
que a partir da certeza
vai quebrar a inconsistência
da idealizada unidade.
"Venha,leia me em teus olhos tardios."

Em alguns instantes
percebe da saudade
que bateu e trouxe
quem não existia.
É de difícil encaixe
essa doçura amarela.

Desafiar.
É falta de coragem?
São colhões?
É sonhado,
imaginado.
Marcado distante.

Você chorando um pouco,
com medo dos olhos no espelho.
Pois eles dirão e trarão
o que você
escolheu não aceitar,
humanidade.

Mas tudo vai continuar
e verá a amargura, cujo
desejo supera, não ser
superada até ouvir
o hino do amor;

"Eu te amo"

Ela vai como cursada,
às vezes como se sem você
e então jura nunca mais
ver.
Partir para um novo E

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Inconfidências

É incrível
quando as lojas abrem
e você está liso.
É lindo
quando o bar abre
e você está rico.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Tempos country

Da minha face canhota
brota a chuva.
Se faz leve, mas densa.
Surgem também peixes correntes
que tentam, passivelmente, subir

Deixe pois a doca enclausurada.
Siga insuficiente, o tudo.
Desejos mortos
deixam seu único sentimento
terreno.

Dos lados esquerdos,
à chuva.
Leve prece concentrada
dentre os peixes correntes;
eles não sabem, sonham!

Finja que nunca teve neuroses
e dance no estupro.
Descreva as vozes,
se enforque no palanque do banheiro eterno;
Gerações fracassadas de hipsters modernos.

As carpas contra correntes
sobem a cachoeira involuntária
e o que resta é o fluxo
perfeito e perpétuo dos círculos
de reincarnação.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

O tigre / neve

Do lado oriental,
da bomba carmesim,
dorme o tigre
sobre a neve.

Paciente,
ele medita
enquanto é acariciado
pelos flocos alvos
da redenção.

No alto da montanha
sonha uma casa estafa.
Eleva por paciência
uma moradia cautelosa.

Pelo caminho sagrado dos bambus
o vento guia a arte da essência.
Flexível.

Do alto do céu
vejo as grilhas perpétuas
da lúcida distância.
Em repetições oníricas,
o padrão parece assassinar
o voo de Garuda.

Entre perfeição e torpor
o céu beija os ideais da minha cama.
E a circularidade ora por mim
em rodas por todo mundo.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Quem se salva em algum tipo de maquina do tempo?

Como se cada palavra
fosse necessária.
Um monumento
perfeito entre desejo e precaução.
Eu sou um poeta,
da versão inconsequente e forte.
Sou uma marionete
para quem tiver as cordas certas.

Um passo em minha fraqueza
é tudo que é permitido.
Não é possível mais.
Tenha seus sonhos realizados em mim,
pois no individualismo
o que posso entregar é vontade,
suficiente e perfeita para iluminar.

Com força, tudo explodiu
enquanto o sonho sobrou como foice
para mostrar que o resto não é nada
perto do portão dos lábios.
Eu apenas gostaria de ver
seu jeito.

Agora simplesmente sobra a brasa
das tuas intenções e do choro.
O arrependimento não é nada
além da simples verdade perante às orelhas.
Uma única vez, morra em meus braços.

Ele caiu

Você caiu
como uma história sem enredo.
Desenrolou como brasa,
calma e certamente.
O pequeno de bairro nobre
despreparado para ter seus sonhos carregados,
jurou prazer eterno.
Agora sai decidida,
pois tem de transformar cada centímetro.
O batom acabou e manchou
o lençol.
Quando viu que o mundo concordou,
percebeu o erro.
Dentre as palavras que jurou
fez voto de silêncio de uma.
O espiral do sentimento
,como a vida, só segue abaixo,
pensou.
Via a estrada
onde seus saltos altos preferidos moravam,
o caminho aberto
para perder de vista seu amor amigo.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

E agora sou como um budista
que estuda linhas impróprias sobre vícios
para nunca se libertar.

sábado, 7 de novembro de 2009

Brilhe, diamante.

Um campo verde,
longe do buraco negro barretteano.
Sem a troca
da alma que escorre nesse globo
translúcido.
Como almas perdidas
nesse aquário.

Para fora
com as horas descascando teto.
Sem o estatismo
que concede todo o poder do infinito
enquanto morro
dentro de um colchão de baratas.
Não existem moscas.
Não em mim.

Para recriar os passo,
não há Deus que perdoe,
dentro da faceta verdadeira
ilusionando
todos em delírio próprio.

Quando jovem
brilhando mais que o sol,
para longe,
para além do eixo precipitante.
Entre confiança,
Alegria
e explosão.
Mais novo que o último
segundo,
lápide.
Um diamante.

O campo verde,
antes de cair
o sol irá brilhar.
Sem o segredo do gemido,
da ameaça
e das sombras arrepiadas no escuro.
Antes de cair,
um campo verde.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Excerto da negra demência

"...isso não é um comportamento normal. Para nós, profissionais da saúde, é um traço forte de demência e é muito preocupante."

Nunca entenderei psiquiatras. Comportamentos normais, se assemelhar a tudo. Existe algo de errado? Era errado antes? Um segundo sozinho é o desejo da demência? Enquanto todos dormem, um grito solitário na praça da desolação não deveria ser um problema. Se o mundo tivesse ouvidos ele vomitaria com toda a certeza. Mas o ponto em discussão não é a besteira proferida por todos e sim os traços de demência e o verdadeiro estado de espírito. Verdadeiro, sem falsas pretensões e tudo mais. Eu acordara e não me lembrava de merda nenhuma, coisa costumeira mas desta vez estava realmente assustado. Em minha mente um Eco uniforme e perpétuo: "Eles vão te pegar".
Quem são eles Deus me contará quando sair desse ciclo de reincarnações. Agitado e ávido por salvação fui à estante de livros, que conhecimento e de sonhos. Rezava mantras sem esperança real, Por Deus me salvem, me iluminem!! Agarrei o uivo de uma geração e tomei o como se fosse meu. Caminhei pela rua do sofrimento só pela descida. Por inércia não me controlava e seguia contando os pensamentos que passavam furiosos sem vontade alguma de calma, Paz e Zen. Via os caminhos da vida sem vontade alguma de assumir um, pois a razão era calada e não se importava. Sem forças para continuar sentei na praça, não antes sem procurar algum erro na mesma, algo que me assustasse e me convencesse a voltar para casa, e escolhi a página ao acaso. Era o poema para Neal, o grande gênio explosivo, falava sobre como o amor é força e exige um espaço perfeito para se realizar. Submergi em pensamentos sobre o amor gay e tudo mais e por alguns segundos não vi mais perigo em estar sentado as 4:30 da manhã em uma praça sem orvalho,sem movimentos e sem luz. Quando percebi que havia me esquecido dos problemas que não sei numerar me lembrei que precisava descobri-los. Ecos de volta. A ponte do castelo gritando rígida. Horror. Ar ingrato. Discursos marxistas. Aceitei como minha noiva aquelas ideias. Tentei cochilar para tudo desaparecer e talvez cruzar o horizonte em direção ao oriente quando acordasse. Mas havia tempo, não havia hora, só havia pensamentos afoitos e aflição em razão da dúvida e da busca imprecisa. Não sei oque procurava, pois estou como um estranho para eu mesmo. Uma carreta de transportar caçambas passou, e que um raio me parte se for mentira, sonhei com todas as forças trêmulas de meu coração bêbado poder ser aquele motorista e simplesmente ter algum motivo para acordar cedo. Transportar minhas caçambas cheias de entulho e cinzas como meus sonhos mal passados. Desejo cego. Quando dei por mim percebi como eram inúteis o folego e o desejo gastos. Um ladrão, um assassino, me condenei por pecados que não deveriam ser levados em tanta consideração. Um senhor sentado do outro lado da rua calmamente fumava seu cigarro e mais uma vez a lembrança me castigou e provou como os alicerces de minha vida a muito explodiram e fluíram como destroços de uma enchente. Lembrava de meu primeiro cigarro, de uma noite baforada e compulsiva atrás de carteiras e isqueiros. O vento veio e me lembrou da humanidade do meu corpo e do temporalismo das coisas e como não podia escolher viver mais. Procurei um canto onde o vento não me achasse e não trouxesse sentimentos que Deus nenhum sentiria. Vejo um carro e penso como deve ser meu pai talvez preocupado pelo desaparecimento matutino. Ele sentiu raiva, falta e incompreensão. Não entende por que alguém faria isso e como bebida pode fazer um estrago tão grande no estado de espírito de um jovem, afinal ele após 40 anos de porre ainda tem sua razão e suas crenças fundadas apenas no bem estar comum e social. Sem dúvidas, sem graça, talvez um sábio pós revolução industrial. Que tudo isso seja mentira. Cochilei e acordei várias vezes encostado naquela arvore com um medo estúpido que um ser tão mais sagrado e concentrado que eu como uma formiga me mordesse. Delirium trans. Não aguento mais tudo isso, meu coração ,como as portas do futuro, está trancado com garrafas e ervas e nunca mais sairei desse poço,pois já bebi tudo que havia nele e agora não posso mais nadar para superfície.

domingo, 1 de novembro de 2009

Na sacada sagrada

É saudades, disse o padre
enquanto eu cerrava os punhos
e rangia os dentes
em plena igreja central.

Joguei o livro para cima,
abriu no terceiro salmo ,
novo testamento:
"Eu vou te fazer ficar O.K."
Foi basicamente isto que não li.

Agora na noite escura,
na noite da virada do mês.
Eu estou tatuado
com caras de sofrimento,
blasfêmia humana
e toda eregia vinda do fogo.
Este é o sinal? Sinal por Deus?

São dias e horas
vendo a reconstrução daquele puteiro,
despedaçado como a glória da meditação sexual.
Vejo o homem de rabo de cavalo
tentando garantir que ficará bem.
Seu cigarro queimando e seus olhos escondendo
todo desconforto que causará durante sua vida.
Na minha cadeira sagrada,
com tempo em meu bolso
e o controle do fluxo real
escapando pela última vez das minhas mão.

O homem que caiu
,enquanto tirava o letreiro
(Paraíso; 15R$ hora ; 30R$ noite),
não sei bem se isso aconteceu
ou se foi minha vontade
de inusitar o cotidiano.
Eu resei
e preces surdas foram realizadas.
"O homem caiu, não há nada que você possa fazer."
Ele caiu,
ele escapou mais uma vez de minhas mãos.
Estou centrado no pecado pessoal,
cego? Certo?
Quando chegará.
Levante-se meu amor.
Eu amo-o, talvez por ele criar.
Não diga isso.
Conflitante e errado
é a queda de qualquer Ser sagrado
porém se ilumin'a verada
devo seguir?

As páginas
ousaram reclamar o que era delas por direito,
o direito de serem corretas,
não sabia mais aonde os olhos estavam
e aonde as pernas começavam.
Me lembrava dos tempos perto do Eu,
na cidade da infância
e da perfeita predestinação à beleza.
Junto das coisas que eu poderia fazer,
até talvez sem ver,
das horas corridas
que se voltam na memória
não sabem o que deixam.

Este é o Eu?
O Ser, o infinito e sacralizado?
Me desculpe Guilherme,
acho que nunca te encontrarei.
Você se perdeu abosorto em dúvidas
fiéis.

sábado, 31 de outubro de 2009

Felicidades

Ganhei parabéns
pelo que não conquistei.
Cresceu a prova
que eu não serei.

Organograma

É independente
essa existência de Deus
Ele está sobre nós
sexualmente talvez
Na noite calada sinto
que me vejo no lugar dele
Idiocratizando
Exaltando
No silêncio compreendo
que é iluminada a dúvida
pois só ela consagra onde já não cheguei
Construo algum espaço por sonho
para ter certeza de que não sou já o que sonho
mais o sonhado que retrai e me convenceu
à transposição negativa porém rígida
de que progredi no parâmetro
imilimetrado
indo e vindo
provei a vida circular.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Abenteuer
Tom
Sayer

É tempo de viver nessa nuvem

Correndo
para fora do céu
em círculos.
Olhares despencando
em meus sonhos suados.
O frio
árido,
ávido à felicidade.

Saio nu
pronto para o almoço,
para esmagar a primeira pessoa da voz emotiva.
Derrubado por partes de outros
que cochicham -
cortam como foice.
Carrasco, ouça o kharma.
Não é tempo,
devia ser errado.
São esses braços abertos
para as cidades da hora secular.

Desdém na areia
e os médicos estão preparados,
a hora chegou e todos os volumes
da era perdida vão rachar na biblioteca infinita.
Cosmos hexagonais em perfeita trindade de ouro,
divinas pontas fracionadas.

Eu saio por ai nu
e cada olho corta o sonho como foice.
Meu carrasco é medalha,
é honra que nunca mais será
e já foi.

Big Sur

"...alguém que não tenha sofrido com delirium tremens ao menos nos primeiros estágios não é capaz de entender que não é tanto uma dor física mas uma angústia mental impossível de descrever aos ignorantes que não bebem e chamam quem bebe de irresponsável - A angústia mental é tão intensa que você sente que traiu o seu próprio nascimento, os esforços não as dores do parto da sua mãe quando ela deu à luz a você e entregou você ao mundo, você traiu todos os esforços que seu pai fez ao longo de toda vida para alimentar você e educar você e fazer de você um homem forte e meu Deus até educar você para a "vida", você sente uma culpa tão profunda que você se identifica com o Diabo e Deus parece estar longe abandonado você à sua estupidez doentia - Você se sente doente na acepção mais ampla da palavra, respirando sem acreditar , doentedoentedoente, a sua alma geme, você olha para suas mão inúteis como se elas estivessem em chamas e não consegue se mexer, você olha para o mundo com olhos mortos, no seu rosto está uma expressão de dor incalculável como um anjo constipado em uma nuvem - Na verdade é um olhar canceroso que você lança em direção ao mundo, através da lã marrom-acinzentada que cobre os seus olhos - A sua língua está branca e nojenta, os seus dentes manchados, o seu cabelo parece ter virado uma palha de um dia para o outro, você tem remelas enormes no canto dos olhos, meleca no nariz, baba nos cantos da boca: em suma aquele horror muito conhecido e asqueroso que todo mundo que já cruzou com um bêbado na rua Boweries mundo afora conhece - Mas não tem alegria nenhuma, as pessoas dizem "Ah ele está bêbado e feliz deixe ele dormir para melhorar" - O desgraçado está chorando - Chorando pelo pai e pela mãe e pelo grande irmão e pelo grande amigo, chorando para pedir ajuda - Ele tenta se recompor trazendo um sapato para junto do pé e nem isso ele consegue fazer direito, ele vai deixar cair o sapato, ou derrubar alguma outra coisa, invariavelmente ele vai fazer alguma coisa que vai provocar o choro outra vez - Vai enterrar o rosto nas mão e gemer implorando por compaixão mas ele sabe que não vai receber nenhuma - Porque ele olha para o céu azul e não tem nada lá em cima além do espaço azul fazendo uma enorme careta - Ele olha para o mundo, o mundo está mostrando a língua e depois essa máscara cai o mundo fica olhando para ele com enormes olhos vazios injetados de sangue como os próprios olhos dele - Ele pode até ver a Terra se mover mas isso não tem nenhum significado especial - Qualquer barulhinho vindo de trás faz ele rosnar de raiva - Ele puxa e tenta arrancar a camisa manchada - Com vontade de esfregar a cara em alguma coisa que não esteja.
As meias dele está grossas de uma gosma úmida - A barba no rosto faz coçar o suor que escorre e incomoda a boca atormentada - Um sentimento distorcido que não mais, nunca mais, agh - O que ontem era belo e puro hoje se transformou por motivos irracionais que inexplicáveis em um lúgubre tonel de merda - os pelos em seus dedos o observam como os pelos da sepultura - A camisa e as calças se grudam à sua pessoa como se ele fosse estar bêbado para sempre - A dor do arrependimento penetra como se alguém estivesse empurrando ela de cima - A belas nuvens brancas no céu só agridem os olhos - A cima - A única coisa a fazer é se virar com o rosto para baixo e chorar - A boca tão desfigurada que não sequer como ranger os dentes - Não há sequer força para arrancar os cabelos."

J.K.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Engula feliz.

Como alguém que esperava por,
ela desceu arrastando os quereres para dentro de ti,
deixando de lado a ideia
para assumir a perfeita realização.
Espasmos cortando tua pressão,
se engasgando com o batimento forte
e perdido.

Uma tarde se foi
e com ela
cada pedaço digerido
e majestosamente suficiente.
Majestade, o bobo da corte assumiu.

Um canto litúrgico para o menino Jesus,
ele amou o seu querer e não aceitou
as aspas do tempo sobre o estatismo
de onde se encontrou
Em nome do pai,
Do filho
E do insuficiente;
Zen.

Meu amor

Amor é ardor
que retesa quando me toco,
me faz esquecer a dor.

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Pecado Zen

Tome um gole meu bebê,
tome comigo.
Esqueça que você pode crescer,
admita o bem que te faço.
Aceita, meu filho.
A inocência é inconsciente
não sentirá falta.
Encontre teus diabos agora
,pois potencialmente eles explodiram
sobre sua pressão sanguínea.
Mais um gole criança,
o futuro espera triste e calado
e não seja louco de não enlouquecer.
Olhe para essas estrelas,
escrevê-las?
Mais um querido,
isso acalmará o céu
e se as estrelas caírem,
o que há de errado nisso?
Um último meu querido.
Não tenha pressa.
Você,
Nunca mais
se verá por aqui.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

JK

Tardes de verão-
Mastigo impaciente
A folha de jasmim
Tardes de verão-
Tardes de verão
Impaciente
As folhas de jasmim
Tarde de Verão
Tardes
Tarde
Impaciente

O mundo velho
as palavras novas
ninguém pode descrever

Tardes de verão-
Mastigo impaciente
A folha de jasmim
Impaciente

sábado, 24 de outubro de 2009

Dei-me vossos preces

que seja do começo pra começar a nos reconhecer
que seja pra começar a nos ver diante do espelho
que seja diante de trás das nossas máscaras, apareçam, APAREÇAM FILHAS DAS PUTAS!

que seja a minha cerveja, que seja tudo que me faça pirar

Se eu fosse ouro eu iria brilhar
com cada sonoro que complicaria cada coisa,
eu diria que a cada grito eu logo entenderia.
logo logo.
Sua pressa minha ritmoterapia.
Duas horas pré cambrianas em parlo complexos leve escolecos
de levedura de ricos em fora do giro INPI fraco.

foda-se todas as porras de estudos que sejam nosso conhecimento
sobre a poesia, ou não poesia, tudo,tudo mesmo!
gostaria de desfrutar dessa infeliz felicidade,dessa simples alegria, dessa simples pureza
dessa simples alegria
dessa simples,ou complexa, cerveja

dessa simples cerveja que me faz feliz
a única que me faz feliz
o único amor que eu sempre tive
nada a faz mudar, nada compreende sua beleza
que me muda de uma forma incompreensível, de um modo
que nada, somente ela me entende

"la]]]E ]ntre
entre
você voando livres
fora
fora de mim fora de você.
E a vida me escolheu pra eu apagar o fogo,
o fogo do inferno verde e danteístico dentre todos
todos os traços amórficos envolvidos por fumaça e chuva.
Chuva me lave, pois eu não sei aonde vou parar"

Nem chuva nem sol, nada tira a minha felicidade
nada a tira a minha única viagem
nada tira o meu oceano
o meu oceano infinito
o meu céu sem fundo
a minha terra sem mais nenhuma beira
minha vida sem fim

e a minha fumaça continua
fazendo com que toda a imagem vista
pareça confusa, sem nexo
assim como minhas palavras bêbadas
façam com que tudo nesse mundo
seja lindo e até maravilhoso

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Havia uma pedra em seu cachimbo.

As cobertas tremiam,
acordei de cara com o despertador:
5:00 AM
Maldita americanização.
-Amor, você está acordado?
Grunhi.

Percebi que algo estava errado,
talvez fora presente do sono essa percepção.
Os olhos dela estavam estralando,
provando verdadeira loucura derradeira.
-Cacete, você fumou aquilo?
Merda, eu falei que era forte pra você porra.
-Juro que não aguentei,
ele me chamava.
Você sabe como passei a semana toda sem...
Estou assustada!

Ela me lembrava os cubos do meu uísque.
Fui até a cozinha, enchi o copo.
Céus, o movimento transmitido pela janela
parecia televisivo.
Puta ; cafajestice.
Sentei na cama encarando o copo e os pelos da perna.
Ela tinha sumido.

Cruzei cada cômodo a vontade,
não havia pressa.
Ela estava no banheiro,
na banheira.
Gritava dizendo que precisava se esquentar,
não discordei e ofereci um trago.
O papel de parede nunca esteve tão manchado,
parecia que alguém resolvera cagar em cada centímetro.
-Toma um gole meu bem, vai te fazer bem.
Ela pensou que fosse um martelo,
percebi como enfraqueceu-a, acalmou-a.
Tanto melhor assim, pensei.

Sequei seu corpo farto,
cada gota a menos era um pensamento sujo em minha cabeça.
Homens, só querem trepar.
Não é mentira e com muita certeza apenas descuido das mulheres,
pois até hoje não perceberam que isso é o que importa.
Ela se acalmou.
Ninei-a em meu colo,
acariciando sua mente conturbada lentamente
e aproveitando cada fio maravilhoso e excitante
que saia de sua inteligência.
A cor não importa.
Acabei o copo,
me servi outro e agora completo.

Sentei na cadeira descascada da sala e observei.
Horas de circunspeção olhando aquele ventilador
que oscilava em cima do carpete sujo e cheio de merda.
Merda, assim cheira essa casa e meu cú.

Levantei com calma e sem deixar o copo descansar,
lamentando cada passo abri a caixa e resolvi botar tudo.
Achei um pedaço de guardanapo de seda
de baixo do pé esquerdo do sofá.
Enrolei com calma e precisão.
Perfeito.

O dia nasceu,
ela dormia
e eu
recusava aceitar.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Pós moderno: um cú

E jorrou com gosto,
COM GOSTO.
Ele lembrava levando as ideias longe sem ao menos pensar no que poderia acontecer se logo deixasse de desejar o futuro mais próspero sem furos de realidade ou qualquer tipo de coisa. Afinal era tudo gorfo,vômito,líquen do âmago, ouro de bêbedo.
Que gosto amoníaco roçando o polo mais próximo à garganta.
Não era milho a propósito, não comerá o dia todo.
Isso sim é que devia sair.
Veio mais.
mais.
mais
ma is...

Isso, meus amigos, é o resultado de grande parte da poesia atual.

Resolvi dizer

Hoje disse uma palavra.
Realmente sonhava
que tinha de dizer a mesma.
Ela soou com minha frequência,
meu timbre,
minha fluência
e ainda assim não pude entendê
Lá.

Sussurrou em meu ouvido
minha razão ou talvez Deus.
Puxando uma racionalidade onírica,
me contou sobre a rivalidade entre o Céu e o Inferno,
o Fluído e o Sólido;
as causas da guerra.

Meras palavras,
as armas que têm.
Nessa período à'penas
um significado;

Eles devem dizer ,pois devem sentir,ser e refletir;
O amor foi criado por aqueles que nunca amaram;
A honra pelos desonrados;
A Necessidade por todo res cogitans extensus.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

Água bate no canto direito da minha bunda.

Profundo
Submundo
Entre gotas em líquens,
Entre Ecos de passagens bíblicas.

Doce mármore
calcifique,
gele,
mostre o frio que transformou.
Transtorno.

Estas ranhuras são perfeitas;
no fundo deste poço
tudo que me rest'é
perceber.

Belo dia,
o sol nunca amanheceu tão traçado.

domingo, 18 de outubro de 2009

Tenho certeza que logo entenderei
o caso deste condenado

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Polifaceado

Olhos
me digam, azuis,verdes.
Mais um momento
para ser condimentante.

Pisque.
Sua voz nunca vai se apagar
dentro deste ser volátil.
Nunca morra.

Suas ideias
sejam
todas
demais
suportarei.

Prece em mim

Seu tiro
penetra líquido em meu estômago fraco.
Sou virgem nestas situações .
você joga meus esforços ao relento.

Pelo amor de Deus
um momento fino para você entender.
Nem mais nada.
Sua pele sobre minha.

Faço atrito e tudo mais
em meu pensamento.
Isso,Não basta pra ti.

Independente

Ele a tirou de mim.
Deus.
Um último suspiro talvez seja rítmico,
enquanto meus olhos estão no chão.


Por mil anos,
eu te darei meu corpo
e minha segunda chance independente de meu nome.
Minha irmã,está à seus pés.

Beleza é arrastar cada milímetro de seu braço sobre sua consciência,
independente de cada detalhe do seu sorriso ou seus dentes mais do que independentes.

Mais do que cada segundo
é entregue à simulação
do alcoólatra mais fraco forte em amor!

Seu cigano

Me diga como foram os últimos tempos
dessa sua estação
e agora o que dirá?

Uma última vez, uma última ah...

Seu toque me sente como a sorte de um cigano;
seu cigano ao mar.
seu cigano precário dentre tudo.

Você está em tudo, tudo e nem sei.
Seu caso de um homem morto.
Não faz sentido se preocupar.
Aiaiai

Nossos guardas chuvas que se juntem,
pois cada música que você balbucia é importante.
E acho quê você entenderá!

Se eu fosse ouro seria rico e iluminaria tudo isso.
não pretendo.
Quem sabe dizer do meu chapéu quebrado
com 20 anos de amor?

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Para os de queixo forte.

E você
que dança com as mãos em sua fralda
não dance
e não cante.

Sua infidelidade mental,
sua falsa rudez,
sua vontade desesperada pelo desprezível.
Desconhece.

Somente quem se molhou
para nunca mais secar
grite
pois uma vogal
talvez seja tudo que tenhamos.

Ele está dentro de nós!

-Mais uma por favor meu amor!
Oh tom, nunca teve jeito, sempre teve todo o jeito. Um cara sensacional que jamais mostrou necessidade desse negócio de pegar fogo entre as linhas de um comediante engravatado. Ele mantinha sempre suas mãos baixas para não demonstrar seu orgulho tolo, querendo ou não com a ajuda da garrafa isso nunca foi algo difícil. Eternamente seu nome era Tom, mas era conhecido como Tom Uísque. Martelando sua mente goela abaixo, ele começava o dia.
-Pelo amor de Deus Tonzinho! Você sabe que te adoro, mas você não pode secar o bar! Hahahaha.
-Querida esse mundo já está seco de mais para mim, não se preocupe estou indo com CAU MA!
Assim todos nós riamos! Sempre com suas piadas e seu fígado estragado, borrando de bom humor as paredes daquela espelunca em que eu e todos os outros contemporâneos coestaduanos ousávamos nos esconder. Fuga medíocre, quem dera mudança fosse opção. Frases de baixo astral como essas não existiam perante a grandeza ébria do ídolo e salvador da moral bêbeda, Tom.
-Ei tom conta pra gente aquela de quando você achou que a mulher do vizinho era uma prostituta!
-Ora rapazes, não preciso contar! Deixa que eu demonstro como foi com aquela belezInha ali no final do balcão! Não se acanhe meu amor!! Hahahha
E lá foi ele, ele sempre ia. Não era como 'nosotros' que não tínhamos coragem nem de dizer para nossas mulheres que amávamo-las. Chegava sempre com seu suingue pro-álcool, sua lábia arrastada e seus olhos de cão molhado. Por Deus, todos nos esquecemos do caminho de casa. Aquelas sobrancelhas flexionadas, aquilo dizia muito sobre um homem. "Meu bem eu perdi tudo mas você sabe, VOCÊ sabe, com um pouco de carinho posso me tornar o filho da puta mais digno desse planeta amaldiçoado pela queda do outono.". Era sempre uma tristeza nos dias que ele não aparecia. Nem a Beti parecia saber servir um bom copo de Chope ou uma dose amorosa de Cana. Era nesses dias que não apareciam traços humanos em nossas vidas, esquecíamos da sociedade e nos tornávamos meras escavadeiras prontas para perder as pontas das unhas enquanto procuramos o fundo do copo ou do poço ou qualquer coisa que o Diabo queira.
Eu gostaria de ser você tom, eu gostaria. Um monge, um andarilho perfeito que se safou das mentiras que construímos para podermos sorrir. Volte Tom ou melhor, apareça e me traga só mais uma garrafa.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

No último momento ousarei sentir.

Meu último momento
jamais durou
Pois não houve
sequer o segundo que começou.

Desejo árduo,
rígido, seja forte!
Não há mais tempo.
Não procurem por mim
palavras dessacralizadas.
Não há.

Vi, com olhos que imagino,
os passos do que não veio
e me acompanhou a vida toda.

Sinto. São desculpas.
Não vêm. Venha!

Acompanho de soslaio
o embaralhado de sentimentos
que como um raio
me ignorou.

Lembrando

agora lembrando você,
como não colocaria meus dedos em sua boca
apenas para trazer movimento aos músculos
que fazem sua voz linda e doce.
e agora guardamos onde não sabemos.
nossos segredos adormeceram em roupas de inverno
junto àqueles que você amou a tanto
e agora nem lembra o seus nomes.

quando nos encontrarmos em uma nuvem...


Jeff mangum

terça-feira, 13 de outubro de 2009

Seu ponto não avista.

Então
meu olhar congelado te acompanhou.
Inverno inferno.
Derreto nossas histórias
no infortúnio do verão.

Pernas.

Céus gritem uma única vez:
Que pernas!

Vamos aos fatos-
coisas deste gênero
nunca aprenderemos na escola.

Certos movimentos eficazes,
isso sim é elevado ao nível da gratificação.
Cante,canto,catou.
Ai sabiá.

Que pernas.

É um traço fixo,
algo que nem a imaginação ignoraria.
Por mais concreto que seja.

Claro e alvo seja
o piscar que chegar
em pernas mais perfeitas.

Reze por Eu Deus.

Um noite em movimento.

Era dia, dia de acordar.
Sábado transpassado por segunda,
já havia passado.

Que horas,
sonhe meu amigo
travessões e coisas jamais vistas.

Já era hora.
Era hora,
aquele casal se masturbava
enquanto o ônibus chegava
na parte concreta da rodoviária.

Sol imundo
lembra-me-a do dia anterior.
Fotos, agora fotos.

Não vejo ' por quê.
Masturbação em público aceito,
mas fotos.
Não quero isso registrado do meu lado.

Digo,
preciso cagar.

Céus, não é chuva.

Meu precipício de ser.
Estou alerta sobre os estragos que fizemos.
No seu nervo, no meu nervo
fecho a porta.

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Por favor
Amor.
Agora vou pra cama
sem seu abraço predestinado.
Me segure,
será meu último sonho.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Tão fundo e sinestésico.

Naquele momento,
-seus olhos,
o mundo-
os homens mostraram seu valor.
Digo, ao treparem e desenvolverem essa miscigenação gênica.

Azul, azul em flashes.
Perto e dentro, foi lá,
lá esqueci meus sentimentos.
Imundice, a sujeira que te amou.
Te desenhou, pintou seus olhos de azul.
Azul.

Sua cor, sua risada.
Ambas banalizando emoções
enquanto flutuo em meio à poeira.

No escuro, naquela frequência luminosa
você brincou com a borracha áspera da sua sapatilha
sobre os pelos mentirosos da minha perna.
Dedos caminhando caríceas sobre minha virilidade estéril
e contando meus fios de cabelo como segundos.
Meus segundos que se foram em baixa frequência luminosa.

O contato como agulha gramofônica
cantando um hino para dois.
Hino do meu país, minha paixão.

O último segundo.
O último você não quis contar.

.

não sinta.
você sabe do que falo.
aquela noite,
enquanto procurava,
não deixou de lavar seu rosto
com a água benta do cães.

você não me disse
mas consenti.
que horas.
balbucio.
nem um traço do dinheiro.
você sorri.
não está em minha frente,
nunca esteve.

nada é seu rio.
eu sigo.
o começo.
não sinta enquanto procuro.

Entes

Certamente mente
independente o delinquente.
Sente quando quente
referente ao diferente.

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

...chore Não

Quando - Torci
isto - o peito
deixou de ser poema - para não chorar.

Quando - Resolvi
estas - que deveria
não foram linhas - parar.

Quando - percebi
vi transmutarem se - não
as letras - há.

Pense.

Esta escada,
personificando o niilismo,
diz que me guia até o céu.

Reerguendo; Vendendo

Lua alta,
o ápice roça,
a terra úmida sua.
Agora os gritos não se calam
e a infância volta sem os anos
e despreparando a consciência.

Vejo expoentes da confissão,
eles levantam a mão no próprio atacado-
seus sonhos, meus sonhos.
Aleijados,coitados,currados- 

                                                                       Sossegue porra
                      escorra para talvez fertilizar
o que chamo
minha geração.
Meu futuro                   Vendidos


            ["Ainda somos os mesmo
e vivemos como nossos pais."]


terça-feira, 6 de outubro de 2009

Sempre varrida.

As noites têm pago mal.
Saudades do sol
contra o olho do cú.


pagado me mata

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Lei dos In

Do que vale o sonho;
indevido
inresposável
involuntário

Horas, noites de verão

Não consigo deixar escapar,
tudo que tenho,
teu olhar infinito esperançoso gritando
meu nome.

Não há formalidade, apenas ideias da perfeição
da surrealização 
de um momento incorrespondido.

Agora grito teu nome mudo,
sem voar,
sem perceber
que você em meu peito
sempre virei a sentir.

Grite pra mim, câmera oculta.

Tudo,
seu temperamento estormeado.
Com olhos fechados vejo e rosto oculto.
Seus olhos, eles me contam.
Eu posso desaparecer em seu nome.

Em segredo conto com loucura
cada desejo que nunca vai surgir,
me estabelesci um escórrego
para desliar seu nome independente de tudo.

Sem amor.
Escravo da imaginação.
Não vivo,
não falo.
ARREPENDO.
Cada momento é indiscritível
e estou sendo somado a massa inerte.
Não levo.
Morro por orgulho,
qualquer que vier
mantenho a fé.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Meu outono de olhos azuis.

Então meu amor,
não diga adeus ao sol.
Seu rosto está comprido agora,
mostrando coragem contra o vento,
assim retrato eu nesta última gota.
Apenas mais uma vez.
Apenas...

Por enquanto
vou te encontrar, por sorte,
longe do molhado e vestindo seu sobrenome
sobretudo sem desperdiçar um segundo da brisa ártica.
Suas mãos, no frio do outono,
cravadas em seu bolso profundo e louco,
aquecendo se para uma noite correndo cada traço da cidade.
Você se curva para penetrar na noite densa
e densamente seu sorriso se esboça por um último canto,
um último reflexo para meus olhos ignorados.

Através do reflexo do relógio no calçadão
seus fios minunciosos dançam abanando
o Adeus que desce engatando se nas dobras da traquéia.
Vou me lembrar disso. Vou lamentar.
Um fim cinza, na cidade de minha juventude.

Vou relinxar seu nome
enquanto suo meus pesadelos terrenos
dia após dia.
Indocilmente pintanto meu tesouro,
observo pela janela da máquina de escrever
os sábios que se molham num jogo de dominó,
meu outono de olhos azuis.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Nunca direi decisão.

Só me lembro do cheiro da terra
no dia em que choveu para fluírem os caminhos;
à aurora boreal.

O peito que desbastava
para conter o coração
que deslocava protuberantemente
as gotas do suor mais maravilhoso e frio.
Gélido. Neve inesperada.

A mente pulsa quando explodem os sentidos
mas longe de tudo virá a rebelião jubilosa
contagiada por coragem para habitar
a fonte inabitada.

Com o vermelho aflito em todos estados físicos
me condecoro com a medalha da ilusão esperançosa.
Me decoro com a farda de um andarilho
que achou o mar.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Galos, Noites e Quintais

"Quando eu não tinha o olhar lacrimoso,
que hoje eu trago e tenho;
Quando adoçava meu pranto e meu sono,
no bagaço de cana do engenho;
Quando eu ganhava esse mundo de meu Deus,
fazendo eu mesmo o meu caminho,
por entre as fileiras do milho verde
que ondeia, com saudade do verde marinho:

Eu era alegre como um rio,
um bicho, um bando de pardais;
Como um galo, quando havia...
quando havia galos, noites e quintais.
Mas veio o tempo negro e, à força, fez comigo
o mal que a força sempre faz.
Não sou feliz, mas não sou mudo:
hoje eu canto muito mais"

O mal que a força sempre faz

domingo, 27 de setembro de 2009

Leva-me.

O vento como estilete
cortando os leves traços da minha pele
enquanto a imensidão esconde
a verdadeira vida.

No topo do mundo
só abro os braços
para o futuro certo.

No name

Sentindo cegamente
você não ouve
o quê grito ao âmago
em um complexo unissonante
cacofônico
grunhido estridente.

Não lhe culpo,
não tive ouvidos
para este ruído.

Mas o tempo não ignora
as riscas do coração.
Inocultável agora estão
as olheiras,
podres os dentes
e torta a ternura.

Sobre o morro surgiu uma rosa
que escolheu brilhar nos dias de chuva
enquanto a mesma se preocupava em não se molhar.
Se não chega a morte,
desisto da sorte.

O dia esqueceu.

Sentir
é perceber.
[após tudo que passamos,
continuamos e vivemos]

Aberto às percepções
desacreditar
é suficientemente afoitador.

Combinado
seu abraço
estrangula
o amparo do meu ser.

?

Agora
frustro pensamentos concluídos.
Acreditar
é aceitar a indiferença.

O quê muda é passado.

sábado, 26 de setembro de 2009

Eu e você num subúrbio silencioso

Horas passam,
eu conto dias.
Olhares,
conto corpos.
Copos,
conto garrafas.

E agora o incontável é amar.

Fui ontem lá
e amei.

Dois d's vão se casar

O mundo escreve
conforme sua forma.
Louvando o circularismo
universal.

Devia seguir este fluxo de formigas
e não sair mais do plano,
nunca mais conciliar
Deus e o Diabo?

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Quando dia escurece mais cedo
amanheço a noite
acordo você.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Uma história comum.

O dedo era gélido e longo o suficiente
para coçar a língua entrando pelo cú.
Riscava o vidro orvalhado
às 5 da manhã no lado oeste da cidade.

Ele estava acordado,
desenhando Evas,
e acabando a garrafa de uísque.
Estava tendo dificuldades para traçar uma reta
e nessas condições alguém na sua janela
de forma tão repentina assusta.

Não acreditou no contorno que viu,
tinha o mesmo formato protuberante de sua ex...
amiga.
Não é possível, pensou, pois havia afogado a mesma
enquanto tentavam trepar, altos, no mar.

Lembrava detalhes raros, algo incomum,
de como o corpo flutuou com as ondas que lavavam seu desespero.
'Droga, merda, pica dura, só pode ser a bebida
insistindo em me culpar pelos erros da mesma.'

Em um gole acabou com a garrafa,
lançou-a contra a janela.
A mal dita atravessou o espectro,ou seja o que for.
Nessas horas realmente não há o que se possa fazer.
Acabou seu desenho e começou a se masturbar.

Hora, achei o caminho para casa?

Tenho bebido sua vida
como vinho.
Como vinho
não tenho como reprovar.

Como vinho,
quando acordo no meio da noite,
tenho a necessidade de sentir
todo seu exemplar lábio grosso
envolvente.

Droga,
isso sim.
A cada gole vou esquecendo
do motivo que me fez começar a carraspana.
Cada vez mais, vou me envolvendo em um olhar
penetrante no âmago do imediatismo.

Circundado por tanto,
todo tempo amórfico,
levito e danço sobre o toca discos
que deixa escapar
a última sinfonia
gregoriana que me prende
e não deixará a reforma aceita.

5104:8847

Dia lindo, dia repressivo.

Agora chove,
não faltam mais razões para me molhar.
O bar está aberto,
melhor começar a enxugar.

sábado, 19 de setembro de 2009

Uma Charada Xarada

Estou atravessando o deserto,
agora quatro horas,
sem fúria para com minha asfaltada
emoção.

As rosas
nos acordes do acordeom
mandam seus pêsames
e os ônibus não param de passar
por esta mente calada.

Se chegar a hora de embarcar
irei sonambulando
para não deixar de lado
a minha percepção
involuntariamente tatuada.

Tudo que um dia estático fluí
por sobre as cordilheiras
e os porta retratos
em seus chumaços perfeito.

Sem mencionar,
ela me toma
e impõe
a inevitabilidade que é envelhecer.
O mundo;
um sentimento quebrado.

Er Já

Chegará o dia
em que erudição
será ejaculação.

Por um bem, querer.

Por um momento
a hipótese pareceu familiar.
A adoção de um sentimento escravizante,
como todos afinal são.

Por um lado,
eu acreditava piamente, pelo amor amigável.
Eu estava me cegando e cerrando os punhos para
realidade de alguém próximo.

Prepotência soa como um mantra
que vou repetir até o reinício deste vital ciclo.
Uma palavra. Cacofônica para todos.

Verdade,
ela não é pra mim
ainda assim
jamais entregarei à
você.

                             Por um bem, querer.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Ô saudade.

Sua bala adentrou
agora sangro por repudiar-me.

O intimismo me insultou.

Vi uma gravura esta tarde.
Estava longe de ser irreconhecível.
Era todo o significado que eu precisava
para um dia pessoal e corriqueiro,
um dia reflexivo.

Era uma praça ventilada,
pessoas,macacos e vinho,
mas o foco sempre foi e sempre vai ser
aquele olhar jovem
inocente e explosivo.

Conto nos dedos as situações
que verdadeiramente arrasam comigo,
esse negócio de rever os passos
já faz tempo vem me impedindo
e vem me arrastando
para copos e risadas
noites coloridas
tingidas com o ultraje das minhas últimas lágrimas.

A gente vai se definhando
e não percebe.
Meu amor,
vou te deixar para trás
com os entulhos das trincheiras
dessa batalha que vida insiste
em relembrar-me.
Não que não vá sentir sua falta
mas esse negócio humano
eu não quero que venha me saudar.

Rima de cú é butuiu

A capacidade
é minha cantiga de ninar.
Cada vez que busco a
se põe a velejar.

Nesta hora escureço,
grito para achar.
Logo adormeço
com o som da ancora
destruindo as ondas do mar.

Condenado Subconsciente

Meu olho,                                                Fulminante tem me arrastado  
o direito,                                             para as terras do túmulo sagrado.
tem causado um estrago.                                        Indefeso,entravado, 
Independente tem refletido                                       devido à essência                                                 passado.                                                                 do meu lado ofuscado.

Ofuscado uma ova;
do meu eu imaculado.

 

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Uma dama crescente ascente.

Incompatível,
ouvindo palpitares
embaraçados pela sombra do coração.
Sim; grande e relevante,
concisa e verdadeira,
a forma toma a opacidade do sorriso.

Conheço esse gigante
que me circunvolve,
o gigante mestre
das excitações.
Tudo na sombra de meu coração.

Um caribe de ritmos
repetidamente cuidadosos
para o prazer de contemplação ocular.
Com força agora vou me.

Acendo um cigarro,
limpo a excreção.
Péssimo hábito.

Não falo da fumaça,
sim da procriação.

Vida cronológica, desilogique-me.

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Velho H.C.

Em meio a devaneios
e momentos de sapiência
acordei de um pesadelo terrível,
um pesadelo sub-literário:
Havia sonhado com a morte de Bukowski.

Levantei me afobado,
tentando conciliar como respirar,
e mal ousei me recompor.

Semanas se passaram
e ao rítmo Omérico voltei,
colhendo cada dia
como uma carraspana gloriósa!

Ó tempo que não me vê,
ignorou minha vontade sapiêncial.
Ética pura e mentirosa
me tira a bebida e a prosa
e me faz esquecer
do mestre da sinceridade oposta.

É assim,sim

Um dia sonhei com força
para ter a força

de ao amanhecer
não me reconhecer.

As multifacetas da irreverência criativa

...esqueço de amanhecer.
Hoje segunda feira,
reflexo de terça,
cisma de quarta.

Noites mal dormidas
para ganhar alguns minutos
e as recordações perfeitas
dos sonhos mais sujos...

Imunda perseguição
iluda o escribão
o faça em literato.

...não havia tempo para a escolha,
restou me a crença neste rio desolado.
Restos do que um dia já foi me acompanhando
neste fluxo banhado,escuro e claro.
a morte, uma antítese qualquer...

Imunda regressão
me torne em vão
para chegar a iluminação.

...revoltou se com meus passos quadrados.
resolvendo se inscrever para o exército,
acabou provando como eu era um péssimo poeta.
odeio admitir, mas aquela foi uma baita carta de inscrição...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Tersestos

Com um sorriso de vidro
ela disse me que
amaria até o fim do dia.

Já cruzei todos os andares
e ainda não a ví.
A biblioteca acabou.

sábado, 12 de setembro de 2009

Vidda

Hoje
acordei.
[Oh que surpresa Doutor!]
Tomei um copasso de água
e regurgitei tudo.
Caramba
agora até meu corpo repudia minha essência?

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Sabia?

Ninguém sabia
que o Sabiá
sabia sobre a dor.

Aliteradamente
buscou avizar a todos
e estes tornaram
suas notas de dor
ditado popular.

Engraçada a natureza canônica, não?

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Geraldão

Este egoísmo tem se passado por sádico.
Tem olhado nos olhos dos bem amorosos
e procurado acariciar as lágrimas íngremes.
Eu nada posso fazer
se não escrever.

[Egoísta tende a rimar.]

Na noite de 6 de abril,
uma dama de protuberâncias inquestionáveis
abriu suas mágoas [e outras coisas] em busca de ajuda.
Este espião foi o alvo de tal ação brutal.
Não fui maquiavélico, afinal não gosto de incoerências,
fui conciso e claro.Provei à dita cuja ,com frases pré-moldadas
pelos grandes nomes da filosofia charlataneana,
que suas ações não eram de nada corretas
e que nem nosso sagrado presidente poderia ajudá-la.
O arrependimento completo e a pena jamais seriam a saída.
A coitada se rompeu em lágrimas e assim esqueceu sua birra.
Muito calmamente acariciei seus mamilos por sobre suas roupas.
Circunvaguei seu rosto com minha língua como se jogasse
Ligue Os Pontos em suas lágrimas.
O nó de seu espartilho se desfez desajudado
e comomentaneamente sua saia subiu sem ímpeto de minha parte.
Hora, bolas e tudo mais acabou lá dentro.
Após a curra me recompus e me pus à caminho da rua.

Este egoísmo tem se passado por sádico.
Tem violado ventres sagrados. Tem irrompido freiras friamente.
Este egoísmo é meu único bem definido, Deus me perdoará
pela minha bela essência.

Ensaio

Egoísmo
justificado
por teias de pensamentos.
Tecendo,tecendo,descendo.
O remédio:
janelas lúcida...
digo não fitar os olhos.
[Metáforas;Bichisse]

[Estamos nos entregando involuntariamente
pelos glóbulos oculares. Evitei-os.
Aqui estou, forte e firme me entregando à cervejas.
Aqui estou pintando. Um ex...pressionista!
Encaro a realidade por cima dos fios capilares,
saio na chuva,guardo a chuva, reflito sobre a chuva,me masturbo retratando a chuva.]

Ignoro tudo que acabei de escrever.
Simplesmente o momento não leva tanta importância
se desleixada for sua presença momentânea.
O periespírito está lá, eu não estou.
Íngrime a subida, leve, leva todos à cima.
Sua curiosidade era descobrir/Minha era progredir.
Sou progressista, tendo a direita, ignoro pastilhas para bom hálito e sou adepto às pastilhas para bons hábitos.

Me desculpe, apenas estava querendo me desviar do sol.

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Perdão.

Lendo demais percebo.
Não sou criativo como borges,
não viajo como wolf,
não sou sincero como kerouac,
não sou louco como cassady,
não tenho visões como blake,
não sou espirituoso lima,
não sou intelectual como dyonélio,
não conto histórios como dostoievsk,
não sei a sabedoria do povo como tchekov,
não tenho a força subjetiva de bukowski,
não amo como ginsberg,
não sou ultragenial como kafka,
não me comparo a uma contração arterial de burroughs
e ainda assim sou estúpido e teimo em escrever.

Aceitação.

Tenho passado recordando,
despintando as paisagens do passado.
Perguntando para a pobre conciência
se ela pode me sustentar.

Tenho pago a passagem
para cada passageiro de minhas recordações,
tentado desembaçar cada traço
emaranhado e embolado em uma corda ébria.

Aperto sóbrio.
Aperto reflexivo.

As idéias se arrependem de vir,
o tempo tem caminhado calmo,
rios e mares estão calados,
minhas visões são respeitosas
e não discordam da sociedade.

Durmo calado,
não balbucio,
sorrio,
admiro-me no espelho.
Por Deus,
morrí.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Assassinato na rua calada.

Não me encontrem enforcado
sobre a pedra marmórea,
Onde percorre o caminho
mal pisado do amor glamoroso.

Deixem eu me degolar
com fúria
equiparada aos passos
percorrentes dos ladrilhos
no centro da cidade.

Me deixem sangrar
junto ao sonho de cada curitibano
idenpendente dele qual for.
E quando o sol bater no chafariz da praça osório
o sangue secará
e todos saberão,finalmente,
que algo morre por aqui.

Deixe de lado

Um amor secundário.
Um segundo se quiser.
Uns 3 dias sem durmir.

Uma busca onipotente
muda,parda,insensível.
Cada sentido desmentido,
transcendido para longe do definido.

Iluminado de longe não.
Minado,talvez,
por todos os ditados do inferno.
Circundado pelos retratos de Dante.

Deixe tudo de lado,
pois agora é circunspecção
que não irá cessar.

blá.

O que é?
Tâo indiferente,
indefinido,
e assim ainda traz batimentos controversos.

Meu medo
infindável,
não reclama
e jamais proclama
idependência dos meus sentidos.

Medo pocessivo,
,que quando estou abstido,
me provoca à relembrar.
Nada diz de concreto,
se sou achismo,
se sou incerto.

Tal medo tão rígido
que mesmo invívido
me arrastou pra lá do chão.

nadia

Tremelicando
junto a espasmos de iluminação
-não-
satisfação.
Por fim estamos atrás desta.

O Brilho espiritual
está resumido?
Apenas individualmente.

Fechada e perplexa
a respiração cessa
guiando
os olhos ilusórios
ao antropo mal classificado.

domingo, 30 de agosto de 2009

Descrenças

Com olhos dissimulados
Sonhando alto e em vão.
Distruindo facas
para toda multidão
em especial para amadores.

Planos,planos,planos.
Um mundo longe
um campo de liberdade
um vestígio libertino
um longo e gélido suspiro
desumidificado pelo cigarro
do desamor.

Cada sopro incitante
que construiu o padestal da vida e
a paliçada que garantia segurança
se mutando claustrofobicamente.

A inocência serviu de estupim.
com todo amor afogando e idealizando,
Rachando cartas e recordações
rasgar o pano que camuflava a realidade
tornou a chuva.

Palavras cantadas,
um fado que dança um tango argentino.
aquilo ou aquele que ousou,
que jurou falecer ao fim da eternidade.

Molhada, gotejando vermelho.
Revoltas da alma,
uivando em silêncio para devastar
a prisão física
que teima em revistar cada memória
e anseio que possibilitavam
o perdão.

Aquela noite não durmiu.
Nú, saiu à chuva.
Onde cada gota
o mutilou como mil
facas.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Bolhas

Vou dizer o que é descritivo.
Bem vou tentar.
Descritivo são aqueles dias
em que você levanta e pensa
"caralho isso é descritivo, melhor tomar uma cerveja"
Na verdade todos os dias são assim
nós apenas ignoramos e continuamos
sempre em linha reta
nunca obtusos,
obtusidade afinal só traz caspas.
Então você pega abre sua geladeira e vê que as coisas não mudaram
e cercado de fome você comessa o dia.
Em busca do el dorado
avante morro acima
nunca parando antes do topo do PP
e caramba
sempre que você é infeliz o suficiente
pra se sentir como um dos únicos famintos do mundo
você acaba andando com aquela passada avoada,
tão leve que até parece despreocupada
mas na verdade é desesperada e você não tem um fio de idéia sobre aonde ir.
Você vaga e vaga, olhando pro chão
por que afinal o céu é grande de mais pra consolar um vagabundo
ele é lindo e talvez até perfeito,
mesmo quando ele tá preto como um cú sujo
ao observar ele você se sente acomodado
por saber que existe algo maior e que está mais fudido que você
com um baita rombo e o céu chega a ser um filha da puta tão grande
que além de estar na merda todo esburacado ainda
joga todo mundo na merda aumentando aqueles raios e câncer de pele e desidratação e todas essas coisas complexas que agente sente quando está de sobretudo na praia vendo os maiores exemplos de o que é viver em sociedade.
Exclusão isso sim é sociedade.
[perdi o fluxo]
Enfim você vê uma hora que está num banheiro público e a cada inalada o vômito faz cocegas na sua úvula e sobe com tamanha pressão que você pensa "cara, eu não tenho energia nem para cagar e ainda assim meu estâmago tem força pra mandar tudo isso pra cima" e o raciocínio lógico manda você pensar, isso são prioridades? Se eu estivesse em um ap de luxo cagando tranquilo com minhas nadegas aquecidas e a folha de são paulo a minha vida seria melhor? não sei mas consigo imaginar meio mundo se sentindo bem assim.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Neohipster.

Estou sacando você,
conheço o tipo.
Não me tento,
não preciso disso.

Não preciso de nada nem de efeitos superficiais pra me consagrar o maior bêbedo símbolo emaculado da decadência e enegrecido por cada capitalização de termos como vivência e esperança sendo estes dois icógnitos e latibulares para jamais serem tocados ou desafiados a não ser pela mente mais bela e complexa que de longe não é a minha.

Pernas todas a mostras,
rodeada por corpos do equilíbrio.
Um tipo de neohipster escroto e impróprio de cultura
e não ser pela força de dicção,
vontade de subverção
e inexplicál amparo e aceitamento à coitação.

Sábados,domingos,segundas e o diabo a quatro dedicado a imortalizar o fluxo sensualístico incapaz de não me tocar por que estou perto de mais de tudo isso e sou o caralho do estuprador, a faca do assassino e qualquer outro ícone memorável capaz de fazer acontecer algo e mesmo assim incapaz de ter vontade própria e suficiente para chegar e erudir com o dia.

Assino: ...
inútil.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Canto trevisano

Eu tinha que dizer.
Era a última chance,
meu ás.

O domingo chegava
e ela começava
e ela afastava.

Um fim de semana do amor que se disse eterno.
Dois dias de dharma ejaculado.

Lavantei meus olhos ocasionalmente cristalinos,
gotejaram.
Os dela estavam atentos, confusos,perplexos e curiosos.
Diziam: O que virá?

Balbuciei, ela não entendeu.
Vestí o casaco e lhe disse:
-Talvez seja amor mas prefiro que permanessa
uma boa foda.

Um conto gregoriano: cocô

Azul esverdeado, cor dos seus olhos.
1,93m, a altura do pecado.
Um cú sem pregas, perfeito para um homem de verdade.
É hora de pastar!

Ela nasce
Ela se põe:
Como o sol,
no exato horário
,todo santo dia,
levanta a saia.

Que mulher,
tão dócil,
pena eu só poder vê-la
do meu quarto
na minha esterilidade
na minha disfunção erétil.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

"Um tanto quanto decadente"-> Sóbrio.

Não sei que horas são
se vou escrever
se vou dormir.
Foi um dia penoso.

Não tenho direito,
não posso dizer algo.
Minhas cordas vocais,
recheadas de vogais impotentes,
se preparam para o veredicto:
Morrerem mudas.

Não é exegero,
sempre foi
inconcientemente e sem aceitação.

Na noite calado
não finjo e não ladro.
Dou paz ao mundo
que não mereço.

domingo, 23 de agosto de 2009

Obsessões e sessões de castigos corporais.

Como é densa
esta ignorância dictiva.
Um condensado de repressões emocionais.
Um intenso e fulminante ingrediente
para a transformação em meros peões no jogo da inferioridade.

Simples assim,
sem demoras e sem aparente distinção,
os grandes homens articulam.
Decididos, monstros da concisão,
relevando apenas o essêncial
e sem dúvidas sobre o acaso,
sem pensamentos ou filosofias
aristocráticas.

Simples assim percebo
como todos nessa cidade estão vivos,
exceto eu
que de minha prisão
observo a mágica de humildemente
poderem se correlacionar.


[não falo é claro de corpos idiotas e aburguesados]

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Para o Dick, pinto em P minucioso.

Como se eu estivesse acordado.
Babaca.
Tocou o interfone.
"Como se eu estivesse acordado"
Pensei, que babaca.

Era segunda feira, dia de São Manuel, as coisas corriam bem. Eu devo dizer; as coisas realmente estavam um caralho duro meu bem. Sabe, acordei naquele dia abrí minha geladeira e a prova divina estava desenhada em minha frente, todas as letras pictográficas que existem não seriam suficientes para desenrolar o raciocínio da felicidade - afinal ela não é nada além de um raciocínio mal calculado e estático, pelo menos o paulo diz assim,bicha.;. - e assim foi a música de abertura do meu dia. Meu dia de São Manuel meu feriado perfeito para bariloche com o rabo entre as pernas e passeando pela rua enquando a chuva molhava meus pelos as 21:33 do dia amaldiçoado,caçoando de quem insiste que decair não é além de uma arte uma filosofia e talvez uma doutrina de um religião a longo esquecida. Misteriosamente eu estava sozinho. Digo mais eu tinha cerveja em casa e estava sozinho. Peguei minha lista telefônica e fui direto para o "A" , na verdade não foi tão direto ,pois peguei a lista do lado errado, Alpinistas Sociais. Muitos nomes, estava de ressaca, confuso e tonto resolvi passar para a próxima opção: Sociopatas. Mas , pô, como todos sabem nunca é necessário ligar para um sociopata. Na verdade eles são como barmens ou como Deus, de um certo modo cômico e sujo, eles continuam se servindo da sua boa vontade até você secar, passar algumas noites no deserto e decerto até recuperar a razão para mais um vez te enxugar como o mijo do cachorro no tapete da sua vó. Falando em enxugar minha garganta estava um cú assado, precisava do hipoglós mais alvo que existe: Martelo... de Whisky. A capainha tocou no exato momento que tomava o primeiro gole do dia - devo dizer que foi um gole redentor de propriedades físicas e químicas que deviam ser levadas em consideração em instituições sérias como Harvard e UniAndrade - era meu caro Nataniel, malditos sociopatas. Logo que chegou latí -E aí cuzão tá fazendo o quê por aquí? -Então cara ouví lá no bar do bigode que você comprô um pouco de munição pro feriado sagrado de São Manuel. -Pois é cara to com dois engradados e duas de Whisky, irlandês. Sorrisos verdadeiros são aqueles causados pelo excesso da mercadoria, mas não qualquer mercadoria e sim A Mercadoria. Um puta nome próprio, com vontade própria e até traços psicológicos como Pais quaisqueres. O segredo havia sido revelado, a noite viria a ser longa com a chuva e as latidas, dançando com amor e dançando com honra, ternura com os velhos e melhores amigos, com os cães na chuva, os únicos que toleram excesso de vírgulas e qualquer outra merda que você possa esfaquear. Durante dúzias de horas passando pelos olhos da mente um filme em preto e branco sobre os 16 anos de alcool que foram necessários para arrazar um jovem que tendia à movimentos radicais. Com o fim do filme barulho e algazarra ébria, os portões da vontade resguardados por típicos Leões de Chácara que não deixavam a lambisgóia alcólica sair nem para dar uma volta. Triste fim, com incentivo fiscal tudo vai. Meu grande amigo So (ciopata) era de verdade um cara agradavel, ele sempre me aguentava. Eu pagava bem mas mesmo assim sentia como se ele não ligasse de talvez passar uns dez minutos comigo sem a nossa amada droga. Era um tipo meio excêntrico, esguio, magricelo e tinha até que um pinta de intelectual com seus cachos cheios de graxa e sua camisa xadrez mal passada. Durante aquele dia resolvemos fazer algo diferente, ao invés de falar sobre nossos dias e todas essas merdas que são inevitáveis de se por na mesa do bar (ou no caso na mesa da cozinha) resolvemos discutir sobre o real efeito das cores sobre as percepções humanas, afinal cada cor exala um certo feromônio que pode até causar naúseas sexuais. Um dos meus tópicos favoritos depois de masturbação grupal. Foi agradável o dia estava realmente se tornando especial e a cada gole parecia que me conhecia melhor e que tinha um grande amigo. Ei, eu vomitei mas isso não tem importância tem? Já eram quase quatro horas estavamos começando e primeira garrafa de whisky, já haviamos começado a por em dia o papo sobre as garotas e sobre como os goles após tanto tempo acabaram por se tornarem um tanto quanto contrários ao normal. Nossas forças para se relacionar com o mundo se esvaía. Nossos corpos foram metamorfisados em muralhas, impenetráveis,solitárias e desoladas muralhas. A cada gole nossos reais sentimentos se explodiam em algo tão louco que mentes estúpidas não entederiam, nós não entendiamos. Como por um nó em tempo indescritível rompemos com todas as barreiras. Decaímos, estouramos todas as garrafas, devastamos nossos olhos, choramos sem expelir lágrimas algumas. No final, o resto de tudo foram os cacos. Aos cacos viamos em cacos retornamos.


Obs: Talvez um dia corrija os erros de português.

Azul e verde

Para cima e para baixo,
no caminho escroto
no cotidiano torto
tentando reaver
a minha memória-

Correndo
para cima e para baixo
com o escroto no caminho,
torto,
tentando reaver
minha memória-

Sussurando alterando emcabisbaixando e molhando as fotos e as formas negativas degradadas quando ela passou por baixo daquele prédio cujo ap. 43 - onde todos que podem se lembrar consultam a inimpropriedade da utilização feita daquele espaço entre berros - com o teto cedendo reto ao inferno indiciou novos Romeos e protitutas apagadas pela apologia embriagada da poesia boa e esquecida.

esquisita estorquida destemida atrofia assobia repelia e destruía meu sono.

Tudo que posso dizer é que seu casaco era cinza
cinza nova e cinza viva que já foi folia e já foi tudo que existia.
Não existe mais.
Azul sim era a real cor do seu casaco, a única cor onipotente e suficiente para apagar os vestígios de qualquer lembrança mal embarracada.

Odor

rumor.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Solista #5 arrojado

Um conjunto asseado,
rebuscadamente sorrindo.
De baixo destes
,petrificado,
                      Observo as ranhuras
                      de seus incissivos
                      rachando lábios devidamente
                      após a colisão,
pretificado.

                              Em guerra, sua altitude
irrompe contra todo bom senso latibular.
Este fincado e arrojado, que porém,
jamais ousou criar um impasse nas entranhas 
de minha bomba pulsante carmesim.
E assim sendo jamais ousou perturbar meu amor.

Agora embarafusto adentro de minhas páginas.
mais uma vez.
Desta o fogo me queima frio
e ainda assim
seus contos e rumores periodistas
se repuseram a catalisar minhas dúvidas;


Aonde estou indo com seu coração?

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

ai ai sabado safado

Imprudente e sem vergonha,
maldito mês de agosto.
Este mês deve ser dedicado,
acima de tudo,
aos enfermos.

Pois nele tudo começou,
nele começou a doença
e desde que me conheço por gente
nele os passaros cantam mais baixo
para deixar espaço aos devaneios desolados
e as reiterações dos fatos cíclicos da vida.

Me retiro espiritualmente até sacar algo das visões de cody
ou até ter coragem de vomitar na mesa posta.

Saudades dos tão queridos

e fuma um,
mata dois,
fuma três fuma a quadra,
e toma cinco,
mata 6 mata 7,
toma 8 toma 9 toma 10
e...

sábado, 15 de agosto de 2009

Olhos machucados.

Lá estava eu
encarando o movimento das horas
e desenvolvendo algum tipo
de obsessão compulsiva
apimentada com ataques claustrofóbicos.
Ressaca provavelmente ativa
o sexto sentido,
cacete dentro do ônibus
roçando em compostos de carbono
sentí tamanha repugnância
que vomitei em minha imaginação.

Olha rapaz, como seu tio ou talvez pai
posso afirmar que vômito mental
é tão perturbador quanto o oral
e diabos com isso eu achava que
meu corpo estava evaporando
pois suava por poros
que se mostraram realmente
multi uso, um deles
geralmente só expele merda.

Mãos suadas,
tontura,
falta de ar,
segundo a televisão eu estava tendo um ataque de pânico.
Mas se coloque em minha situação,
você tem um compromisso importantíssimo:
o aniversário de um muleque que você não conhece,
cujo os pais você nunca viu
e o filho da puta ainda vai refrescar sua memória
e mostrar como sua vida é ordinária e como
o convívio fez você sugar toda a merda do mundo
e se tornar o maior fiasco que jamais pisou na terra.
Eu me apresento, sou o maior cagalhão seco do mundo
e é um belo prazer estar aqui escrevendo bosta
pra ninguém.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

K.T.F

E agora o quê vai me dizer?
Estava lá
levando um sono agressivo,
beijando o paralelepípedo.

Enquando a parede descascava
o sangue do meu nariz
tingia à carmesim.

Por quê?
Minhas pernas estavam definhadando,
lembranças não existiam.

Um jovem confuso,
tenta se descobrir.
Idealiza achismos sobre amor,
se considera perdido no mundo.

Eu não.
Ignorante?
Talvez.

Daquela noite nada me foi claro o suficiente,
bem lembro de ter regurgitado em meu sapato
mas acima de tudo lembro do sorriso em meu rosto.
Este me prova como cada gole valeu a pena.

Um horror à idéia pública de vida,
porám cá estou decidido e não
sendo deficiente com o destino.
Mantenho a fé.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Calculando a noite.

Com as luzes apagadas
talvez deixasse que
as ações hiperbólicas
sofressem com minhas vergastadas.

Concentrado e imaculado,
serei frio como um Deus
para o julgamento
das minhas impurezas
segmentadas.

Divertido.
Estúpido.
Incoerente.
Cacoso.

Adeus companheiro.
As marés estão frias,
logo a seca atingirá o continente
e talvez suas chagas
curar-se-ão.

Tremeliques na Antártida.

Eu ouço algo
meu corpo sua
graxa,sapatos,
ternos e pelo amor de Deus
tudo alinhado.

Sorrateio porta à fora.
Noite grande.
Mais rápido,
boletas ou o quê seja
-me deixe entrar.

O.K.

Frenético salto
sem preocupações
como o amanhecer que vem chegando.
Molhado,irradiando excitação,
com os companheiros avante para o trabalho.

Especiais.

União em batidas rítmistificadas
oprimidas,proletariadas
Sem dúvidas situanciais
existencialmente logrando
a tensão momentânea.

O que hão de fazer?
Se está tudo sobre tua cabeça
grite auto a tua mensagem.

Sem badernas bancando
babacas brincando em bando
bolando,baqueando,bailando.

Dançar ,sim, perfeitamente
sincronizando amorfismos
raciais em pontos de coincidências
triviais.

Amor jamaicano matenha a Fé.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Terrível!

Um ultraje.
O Sol beijando o topo dos prédios
e já
ele debruçado de cuecas
puxando todo ar que havia no copo.

Sua mulher chega
e assusta a cena
como quinhentas famílias
o dia acaba em merda.

Com todos os cidadãos
espirrando pelas ruas
,com todos os esqueiros sem fluído,
ele ordenhava as idéias
e ainda assim durmia de noite.

19th crack

Atordoei.
Toda a imensidão.
Um olhar circunspecto.
E o céu chorou.

Amanheceu.
Você estava ao meu lado.
-Talvez meu amor esteja
seguro.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Ressaca do horror

Talvez não seja este
o famoso lugar predestinado.
Talvez seja retorcido
que seja mais humano.
Talvez oque eu entenda se distância da paz.

Sem enquadrar emoções
viverei procurando
a tal paz
reincarnando após de cada copo
com um sopro de ar puro.

Resultados

Este é o orgulho
revirado em espasmos
de nitidez.
Ninguém sabe.

Os corpos estão
tristonhamente
regurgitando sobre os próprios sapatos
encostados em muro
tristonhamente ereto.

Retirando todo tipo de orgulho
apenas o amor nacionalista
sobra dentre todo horror.
-Se não posso acreditar em mim
acreditarei no país.

Com os olhos retrospectindo
cada segundo do dia anterior
ousarei não me arrepender.

Policarpo Quaresma

E este é o triste fim
de policarpo quaresma.
Um sonho de salvar o país.

Cada vociferada
sentado no meio fío
com os olhos vidrados
lata a dentro.

Este é o triste fim
do homem que ousou
sonhar em recuperar
o país.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Jovem amor tímido.

Paralizante
rios,águas claras, perguntas.
Toques realizantes
equiparados às destruições.

Sobre suas costas,
debruçado e realçado,
atribuo valor ao apse
exacerbado por cada gota
derramada em setembro.

Oscilando
sua lateral, minha lateral,
enquanto toda carga
implodia.
A fonte do meu amor
estava decaída em maré de setembro.

Vistas enxaguadas,
filtrei seu olhar espesso.
Ventos de setembro quebrando os galhos postos lado a lado para fortificar a manhã.
Quando te dizia que todas as manhãs estaria contigo
você deveria ficar bem,
pois sempre te entregaria meu amor tardío.

domingo, 2 de agosto de 2009

Esporrádico.

Dos gigantes mais prósperos,
das intenções silenciosas,
das fissões de átomos instáveis,
para a inferioridade comtemporânea.

Bem vindo à sombra.
Embaraçado pelas memórias místicas
e por toda filosofia ocupacional.

De um homem grande
se tornando vulgar
partindo de frustrações
atingindo raros flashes.
Bem vindo à sombra.

terça-feira, 28 de julho de 2009

O canto da independência, o resultado de meu amor.

Quando seus olhos se fecham
e eles repousam por entre meu lençol
quente e úmido
vejo os espirais que explodiram
embabados pelo algo que um dia
foi fonte de questões diplomáticas
de NOSSO PAÍS!

[Romances separatístas incontrariáveis e paulatinamente infernais]

À pouco um bafo impossibilitando
todo arrependimento.
feitos de suor nossos pecados
escorriam por entre o leito
que calado e retraído era ofuscado
por núcleos em conflito.
E por fim um grito:
EU VOU SALVAR O PAÍS!

Lado a lado, corpos retesos.
a fresta da janela trazendo
ondas do luar putiforme que
refletiam na prata em seu peito
trazendo a tona máculas
encarecidas pelo toque.

[Intervenções político/amorosas, penosas e duvidosas e ainda assim extremamente necessárias para manter a democracia]

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Salgado.

Hipotéticamente poderia falar neste plano?
Por um oceano,
ou toda água salgada mundo...
suspiro. o tempo.
quem sabe devesse mesmo,
sem um prêmio
para que apostar?

Eu gostaria.
independe de todo
sussurro que escapou
durante noite ou dia.

Ousei.
atrevido, desbravei o silêncio.
resolví não ignorar os estigmas.
escancarei as últimas marcas terranas
para que pudessem evaporar.
sem efeito, o rato
superando como o Bodisatva.

Ignorante, oscilando entre meus sentimentos e o mundo, o passo calmo continua. Sem reação para qualquer propósito ao meu alcance, a altura do roda pé. Do submundo arranjo flores para que possam ser ignoradas por olhos tão idealizados.

Relutando contra cada pensamento.
inacreditável a incapacidade de aceitar
meu maior distúrbio.
Não desespere, tenho frustrado toda tentativa
mas exausto refutarei cada gota
,que a contra gosto,
ousou tornar o tempo frenético.

Em flax tchê.

Um degrau,
tropeço. Em frente!
Começo pré maturo
6 litros e nada mais.
em tempos xeroftinianos
pecado carnal da gula
uma gota é o disperdício
é a usura líquida.

Dêem as cartas
carência de B1
dispropensão neurítica,
fissão de núcleos instáveis,
um canto fúnebre à consciência
e talvez ignorar a última lógica
se é que resto me posso encontrar com.

Para cama, não me lembre como cheguei ou se durmí.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

À Lenin, que ele saiba transgredir.

Palavras bonitas e cheias de intelecto,
sim, que graciosos exemplos.
realmente um orgulho,
'a última flor do lácio'
inculta e bela?

Para lamber cú,
longe da minha vista.
o único choque que encontro
é um concurso de palavras mais exaltadas.

Viva a ejaculada nas sombrancelhas daquela loira cujas pernas me aumentarão quinze centímetros!

quinta-feira, 23 de julho de 2009

A dama está morrendo.

Ela se vai e a vida deixa seu corpo,
que batida, rítmo, o sonho do Bird.
agora as paredes passam e para cima
ela não vai.

Vaiou enquanto brilhava
não soube se não da fenda
e agora quando penso que devia
tê la contado sobre as sobras
as da janta, vejo que a pressão
já se foi...

o frio chega e os erros
aparecem
e quando você está sozinho
e tudo é pior
espere queimar.

Quando não queimar?
não abaixe mais as calças
na frente do espelho
talvez haja perdão.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Marchinha de carnaval.

Do cagadouro ao aposento
me esqueci de um acento,
antes a memória falhar
do que perder a vontade de cagar.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Não cair antes 1.

-Dez da manhã senhor, é hora de acordar! Gritei enquanto batia na porta do quarto do capitão, como sempre ele era o último a ver o dia. aquele maldito passava a noite toda com nosso barriu de vinho. o dia amanheceu como a tripulação do nosso barco, ressacado e louco por amor. Esse segundo é um extra, o dia e o mar estava apenas de rassaca e pronto para nos arrastar ao fundo de seu poço. é claro que isto seria ótimo, mas não, se não que merda de faxineiro eu seria, pô?
-Cala boca seu filho da puta, vai descascar uma.
Nosso grande chefe e ídolo, sempre de bom humor, sempre com seus olhos tristes e suas olheiras de buldog. é claro, não desobedecí aquele barbudo cheio da sabedoria do torpor. dez minutos depois, saí do banheiro. temos apenas um calendário fixado na porta do cagador, mas admito que sou o favorito dele. sempre um bom proveito e uma diferente esperiência. Cap resolveu acordar, saiu de cueca e chapéu. seus olhos estavam vermelhos e desatentos. pois então tropeçou e fincou a cara dentro do balde de água que eu estava usando para lavar o convés. chingando deus e o diabo, se pôs a limpar a cara com o indicador e o dedo do meio. deu uma olhada na consistência da água. eu não presto.
- Cacete que porra é essa?
-Caralho capitão acabei de esporrá aí.
- Que xota eim ed? Me dá esse trapo que você chama de camiseta pra eu limpar e cara e vê se troca essa porra por água, ninguém quer engravidar andando pelo convés. E VAI RÁPIDO!
Eles me chamavam de Ed Soca Toda Hora, nunca soube o porquê. nosso barco foi nomeado "Não cair antes das quatro" e querendo ou não é um ótimo nome porque afinal nós nunca caímos. teve uma vez mas já eram 16:15. o barco é ótimo e moramos nele há vários anos, na verdade nem me lembro como vim parar aqui. quando cheguei já estavam todos aqui, o capitão, o cozinheiro Rico Olhoamenos, e os queridos 'faz tudo' os irmãos Gonzala, três maconheiros e ótimos canalhas. aqui quando não se bebe ou se pesca, brigamos ou jogamos cartas. eu não sou muito de briga então tento sempre me aconchegar em algum canto do navio para desfrutar das minhas dádivas naturais.bem foda se também. lá vem o capitão pronto pra me carimbar com a coroa da sua mão direita, na esquerda como sempre a garrafa de whiski. segundo ele não aprendo, devia ter me criado melhor.