sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Será caso
de o acaso provar
se é ou será
algo ou uma vez.

Único é apenas um oximoro,
seja masculino,
seja feminido,
mas melhor é
deixar de ser.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Real

Enquanto eles cantavam
aquele hino mórbido
e suavemente
compassavam a batida
harmônica e vã,
a lágrima
escorreu
e solitária
significou

todo aquele momento
e toda história
que já havia sido
decifrada.

É cômico
como a tragédia
tende a uma simplicidade
monocromática
ou simplesmente
cinza.

Como um bebê,
aquela lágrima escorreu
para se confortar
nos braços
daquela que mais temo
por ser fruto
de minha interpretação.

Naquele momento vi
que a realidade
é egoísta.
No sexto segundo
de uma última palavra
você mostrou
quem era aquele
que te atacava.

Avante e incessante
percebi
como minha massa inerte
é apenas um aborto maturo
dos círculos que transamos
através do pensamento.

Talvez eu devesse forçar,
pois uma vez
impermanente
deveria retornar.

domingo, 17 de outubro de 2010

Outubro, em big sur

A figura
está na parede
contando a história
de nossas
desavenças.

Por favor,
é silecioso
e não cala,
mas cale-se
e não afaste de mim
este.

O quarto
é seu,
mas sou eu
na forma batida
e desgraçada.

Não é possível
arranhar esta memória
que persegue
a felicidade.

"Ele te enterrou
em todo lugar
que foi,
enquanto você aparecia
e era a tremedeira
da madrugada."

Então chova,
pois a mancha no rosto
é translúcida
enquanto o coração
permanecer aquela coisa
que não ouve
e ousa desenterrar
as lombrigas da chance
que a escolha
desvendou.

Eu sou você
nos sapatos amargos
da ilusão.
Que para sempre
seja vida
,pois ou é piquinique
ou é guerra.

Nos meios termos
me perco,
por isso a desculpa
é verborragia.

Talvez não haja
aquela palavra
com a qual
tanto sonho
para descrever
a perdição
no nosso dia
de sol.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ele forçou
até nunca mais
voltar.
Às vezes
o mundo parece
estar em chamas,
imergido no caos
que todo cosmopolita
carrega
devastando seu peito.

É enganoso,
pois envolto
pelo choque subjetivo
posso escolher
a individualidade,
solitária e pacífica,
de seus olhos.

Neles,
o caos é sombra
que esvai
com as luzes apagadas.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Se construimos
castelos eruditos
com a ajuda
de algumas substancias
nao somos mais fracos
mas apenas
exageros
que transcendem
a gramatica.
Como bonecas
quietas e perfeitas
elas se assemelham
conjuntamente
e tranquilizam.

Os nomes sao familiares
e eu rezo
para que cada hora seja
outra.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Eu ainda sonho
de joelhos,
implorando ao tempo do céu
que passe sem cortar
meus dedos.
"tranjando trajes tristes
transando trastes transidos"

miss 1957

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Coragem, para nunca mais.

O mundo
tem apenas dois dias
e em ambos
nos foge a coragem
de declarar a beleza
da trivialidade.

Temer é vulgar,
principalmente as mudanças.

É impotente pensar,
mesmo como o prenúncio do ato.

O mundo
tem apenas dois segundos
e em ambos
atingi a clareira
do ser.

Se foi
com o único fio
do desespero,
chega a coragem
e os moinhos.

Os cavalos estão calados e respondem apontando o olhar desbravador para os globos que escondemos obliquamente ou tremeluzindo. As nuvens se sobrepõe, mostrando que não somos os únicos em conjunção temendo o desaparecimento.

E o vento traz
as palavras
que se fossem sagradas
teriam salvado
aquelas almas.

É supresa
que destrai o afeto obsessivo
que em pulsações
compõe a melodia
de um único futuro.

Envoltos corpos,
retesos em consonância
e ambíguos
ao partirem.

A casa é binária,
é sim
ou não.
Os passos
são compassos únicos,
decididos.

As portas se fecham e o quarto anoitece. Os ruídos são nulos enquanto um deita e sonha com a perenidade daquelas palavras no teto. As gavetas rangem e as portas atiram antes mesmo de um dedo trazer o fim,

foi a última
história.

domingo, 3 de outubro de 2010

Eles pregavam a palavra,
como todo dia
na mesma rua.

O sofrtimento
é comum ao ser humano,
esse é o caminho
da insistência liturgica.

Pensei,
se correto fosse
não estaria
enclausurado
em um poço sem eco.

É um silêncio verborrágico,
este calou
o sol nascente.

Vão

É esta praia
de guarda-chuvas
que chovem em meio
à estagnção cinzenta
que me faz temer.

Uivante e unissona
é a massa de espectativas,
lírica para os fortes,
avassaladora
para os fracos.

Que eles partam
na única direção suicida,
pois com a face retraída
no engano do olhar
transcendo em ideias
que provam
a insuficiência das
palavras.