segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Boa noite.

Tardias referências sonambulas
que ao amanhecer chegam
e negam o austral olhar terreno.
O oriente é distância
e lineia o jardim sagrado
do eterno sentir.

Mas ver é localizar
e sonhar é o passo
para o tocar apático.
Não é hora para sentimentalismo,
não passou a meia noite.

Em cromos bicolor
foi descrito o decair à perfeição,
inconsciência inocente.
Para o ignorar,
a dor é cega
e quem sente
deixou de ser perceptível.
Meu perceptível,
solene,
visível.

[Já era de se esperar,
as máquinas homossexuais gritam
e o vento parece confortável
em transportar.
Se a hora for a certa
quem cair de joelhos
não desistirá do boquete.]

Mas o livro do sonho se fechou
e a leitura é solitária
nas cartas mal encaminhadas
por longos caminhos.
O verdadeiro torpor começa em silêncio,
quando se vão as pálpebras
o real intrínseco se mostra capaz.
Só ele contra a terra da idealização.

São meus olhos
em sua direção.

Não é hora de recorrer
aos espíritos do consolo,
as preces se apagaram
na última roda de oração
quando a esposa do pecado
resolveu puxar todas as cordas
dos santíssimos padres,bispos e outros devotos da eternidade.
Marionetes falantes
gritando por consolo ignorado.
Efêmera proximidade cega,muda,
mais uma vez se engasgando
com a mão direita fisgada em sua boca.

O amanhecer
chegará como carrasco
para lembrar que a vida é sonho
e o único freio da onírica
natureza distante.

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