terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Mel()drama()ático

pesei fé naquele ferro
meu mel sem seu drama
-             refugiado no ático
tinha de ter, ou havia
em romper
secando séquitoem, seráqui
querendo
no aço fácil de trauma nu
que consequente re-volta
e re-vira, ré do rompimento
fácil como
rompo tuas palavras -  emudeço
mudo
descontextualizo o leitor,
tão melodramático,
sem reservas

oueu
sem um v

domingo, 7 de dezembro de 2014

ca()inho

repetição
de-sistêmica
platônica esplendescência
a gente reafirma,
uma palavra ou outra,
talvez nem isso.
novas trilhas,
isso
isso
-a gente espera, uma língua
 talvez diferente
 fala mais
 ela tem charme
 dichave
ou cansei,
era uma promessa
não?
eu lembro,
daquele tipo
tinha dito era datado
e falado pelo tal
tao
tãotá.
delusão
veste da
ventidão

baudelaire

o quê de suficiente
pasma, pardo,
ou nem,
a gente se encanta
uma imagem ou outra
{pausa}
- esperança desmentida -
sociológica
antropológica
mente
por que
de quê
de dê - previsível
depravado
vento vasto.

previ de mais
ou cansei daquele

chega.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

nós por, sobre

revejo em tantos
 cans' ato
se   chato          sabe
(pedante)
um tímido,
      tantos pontos
é tanto, gráfico
desafia
 (eles conhecem esse tipo de coisa
   por lá)
chamam isso
 quedante
 Dante, vias
             dias
não sabemos,  braciosó
mos                   ponto
            certo
crê
        dá
               mais um
  pouco
todo     dito
  sonho
            de
                 queda.

(e eles se disseram desconstrutores,
  que ser cerrado, pincel pinta)

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

#3

que ponto
                 esse
vago dinamo rotacional
ventre                vai
   vaia adentro
recompõem
                     nós
quê dúvida
exaustão sem lembrança
   não
tangível e não
vai
 vaia
     vá

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

catatonia

Grama leve
  querido momento
volta vento  furta riscos
próprio - des
  pro pó sito
  sequente negado
 aos netos
r.
   eco
         rente
assumo ethos
edilício, em infantos
 editos seguem
ao Tao s/
                    porquê
s/ a_to
           preenche
vestes, negação, imagen

hino
a rata rega o rato
anota aflita o traço
ressonante interrompido
só Frida rente calada
situa, rescinde, pitoresca
a gota ao sol de Godot
sempre inominado
me leva dedicado
significante, significado
abandonado
                    umsuspiroabusado
erre              erre  r   r      r

quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Não é fácil torcer para algum cavalo

entraves
lentopasso
re-vasto
úmido alçado
d'encontro
sólido rever-berrar, paredes finas
findo silêncio, complacência
descoloriperdido
     sequentes pedras mudas
pesar nefasto e isento

relinchante hipocrisia 
não fosse tanto era cedo,
  remando respostas
clausulo

passo fás
 empenacho nu
estranhos desarranjos
  paço

Sobre como tentei romper com a relação onírica do Ser - da crença por representar a verdade

   Mamãe abandonou aquele corte
infantil
      que alinhava meus olhos
à testa afunilada
        pelostorpedos (ou entorpes)
  recorrentes-insistentes
     no furor do haxixe
nas memórias        insatisfeitas
     como símbolos secretos
de alimentação renegada
     sem a'bertura famélica
do capital - a cidade
    contorcendo cordinhas sensíveis
arrastando sorrisos
                  por sobre
o sol - em verità consequente,
    churchill's e cohiba's enevoam
promessas de leve combustão
                  duplo cumprimento
    queimando a consistência,
fumo em bom direito
em ordem, reteso e esperado
 a densa fumaça
que oblíqua meus dentes
  quando conto léguas
lembrando milhas
           náuticas - gotas
de esperma risonho
  em constituição, não - a família
fecho                    cerro
sonhos dispersos rezados
    pela boa noite
Ave Maria Maka Hannya Haramita
-      Shingyo
duvidando enquanto consciente
  agora,        tempo
antes        encaro
 o depois        declaro
- silêncio temo(s)

quinta-feira, 11 de setembro de 2014

dúvidaquem -o fender

a irracionalidade
   quente gota
em furor      negro
sanguíneo-correr desperto
  venoso
, escarradas adagas
  autossustentáveis
a fim de -
indaga,     transmuta
interlocutor da toga curta
       satisfaz    a si
às mangas expõem
de-sequelas, lesões
de falta
(há) compaixão paralém
dos átrios desvios conceptivos
ao avesso
a travesso / rito?
                 esquiva
qual esvanece, significante
sem respaldo, com texto
minhas mãos seguras
a fim de -
sorrir
       alma semicerrada
raiva inter locus,
ente dentre logos
  o deparador de diamantes
         satori
                  em queda
abismo            <        em perdão

- Perdão?

sábado, 19 de julho de 2014

astásico

e hoje não foi
tanto ontem
como era de sê
ruim
já passa rinha
de ontem pra antes
   ciso se dito
-  tanto era de hoje
   pouco era de tanto
  se erra fora
não sei se
  de nada
   contradiz
cela murmura
nega
mas hoje
não foi tanto,
 diz

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Só dolores, a vaga da memória

fui especial
um momento passado
atirado, reparando
que ia bem
o todo concertado
a música emburrada
num silêncio que só só
unânime ânimo
na sanidade do repouso
escavado turbilhão, Kumran
recansando dedoscalos
de te escrevo
abandonando trechos selecionados,
epílogos transpassados,
recantos
vagas
                     linhas

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Sintoma D'Ant'Ontem

de castelo em castelo
 nobre, envolto todo
   vulto
     ventres-faces discernes,
aos dissensos, dissente o redil
no  corredor
  in    correto, tardio
     (retratos)
     (silêncios)
- distrato
 passo, sólido,
  atravesso, pedras cálidas
à distância
daqueles idos
  argilosos, rostos
 falos sequiosos movediços
rasgando meu pisado peso
 atorando aquele reconhecido
ontem                             hoje
          me de(s)ci(n)dem
no presente
assistido
- se reparo
esse todo
               passo
                    vezes menos
- somático
            o   piso, o  passo
retórico rebaixo-
me em eu
     eim

domingo, 15 de junho de 2014

Chance, vaidade filosófica

quando o sorriso
   - convulsionou -
os cantos empoleirados
   da boca insólita
paraliticamente-muda
 na qual despejavam
      - nascentes -
olhos de contígua  ressaca
,
       - aspirei -
como quem reconta,
   alcançando, exímio
as moedinhas impúberes
       - presentes -
 não-bastantes e ordinárias
        pra não restar
desejo         em            vão
       - garanti -
 em razão obstinada
restringindo em secção
 o nomear de objeto
restando ao nada
         - ser -
,
s       ua ausência
- nu silêncio.

terça-feira, 10 de junho de 2014

Vezes que o ventou cantou

esse desleixo todo
me deixar
translúdico-sincero
me fazer um todo claro
pra quem,- suspira - 
a entender
em medo
dizer sem velas
vou atordoado, salino
no martírio
dos tantos idiomas ouvidos
mantos famintos -
no tardar da brisa nova
chamando necessidade
estrangeiro,- te protege
blinda-te em sinonímia -
minto faminto-pensado
desdito, me deixam
regurgitado
nesse todo findo
recitado em catafalco
míoperrouco
passando reto
se leem cansados
me contam ignorado
e eu      só
que leio
dentre a tensão.

domingo, 8 de junho de 2014

Ilibado

desatino camabaixo, feto solto nesse acordar-de se como
   segunda-feira           desalento tropeçado
ao céu sem compassos,  não vem passo
 sapato contornado em furinhos áridos
do tricô sem carinho, partindo em pedido
 deixando conforto, dizendo com sorte
                lá fora               quebra
ventre
           rompido e primário
é nudez e erro,oscila em predestino de
dor em aço, cadafalso cadapasso
perde a partida, personagem do absurdo
 mudo                                     contestando
mas cedendo      aquele vazio último
o cigarro pago desejado
uma memória de ante, ontem, hoje - não se sabe
se cada árvore é outra, é cama, é minha
de quem passa, só repara   desvio
um corpo a mais, massa, é novo aço
assando o sol sobressai e olho baixo
rebaixa meu passo outro, inseguro
cetro que perfura afirmando
continuar ceder
o anseio de dúvida de prazer
        de agora que
passou
encaminho e dedico um choque
parado ou recostado, acatado
 só         se pensa    repassa
      mantém o silêncio
é tua, segura, garantia de si ser
mas manifesta, não há dó
  nó no intuito, puro e intocado
     esse verdadeiro e continua
mentiras e epopeias confusas sendo
significantes rotacionais espirais nó vazio
           atordoa que já esqueceu
se fora, fora, dentro, onde houve nascimento
fecundado, agora desnutrido-não embrionário
      ou só partido
enquanto movimento, justifica quão preso o contínuo
casamento no eterno, realmente             o passo
aceita, querer-intuitivo de atrapalha, espalha
em-travestindo cemitério afundo
 fundindo ao mundo
 confuso pelo exceto
      se catatônico ou recesso
continua, dúbio, balio de onde
nunca aconteceu.

sexta-feira, 16 de maio de 2014

O fumo, parapeito.

E o de encontro com
- lançou em queda  -
passo, pisca, choca,
maciça madeira espreteada
e o som gélido da caixinha
,entre cinzas,
de tabaco enferrujada,
presente de natal
de tantos anos, quando
sustentava - duas as faces
- conversas impessoais -
nos olhares
- estéreis de autonomias -
o esgotamento da instância sentimental
"me-fazer-sorrir"
em confluência, arborizando
à janela serrada
pelo nu - raspo, aço
eu-insensato / você-singela
detinhos pont\udos amarelomar
cobiçando o pólen
em nossa peleprimavera
- tardia - momentum, ergo sum
eternoemdestoando
destronando     a
força, enrijece, treme, afrouxa
músculos convulsivos atordoados
na crença na fé
que têm em algo - em nós
conjunção do todo-sentido que
aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa
pontos de efusão em toque
com o braço desleixado
ao lado, frio, maço      -            cama
de madeira espreteada
as cinzas nos dedos, áspero
  olhar
abandona
que afundoimundo,
nos deixa, e us óv oc ê s ó
apartado sem despedida
o sólido ser-só-si sem repartir
insistindo em nossa alcova
a cada lado, parede, desconfiado
conflito de mim a ti reflexivo
e o verso de mesmo significado
pontual mecânico esperado
na sujeira que nos divide
da cálida caixinha
que ainda cai,
pretendendo choque,
pretendendo som,
pra nunca,
nunca              -
         parapeito.

domingo, 11 de maio de 2014

Anotações sobre em-mim-há - nos cantos - Duas mãos

 insinua
e olho inutilmente
unificando relances
reparando, solvendo um instante
     que não cabe.
e desfaz 
          em brisa cálida inspirada, 
de repente é
de tudo um pouco, abarrotado
o 'pensa só' se torna tudo,
de cogito e constato em consumo,
só modular-argila
eu aperto aqui e logo ali
disforma deforma que preocupa
e o branco                       enfrento
                  num silenciar
minto, é vingança,
boto tinta, 
com palavras, não-conceitos.
construo contexto
com texto, preto, turvo, turva, vá
que não espero
é defeito e não me recorda,
                           mas coça,
vai pra outro, deixa lá que
segura ou solta, é pensa só que tanto faz
eu seguro firme e vejo 
                                        - só -
                            mas volta
feito eco, distinto e claro só tão longe
e t(r)emo linha à linha
em falta, cada uma, mais e mais
distância
e solta como quem não quer
em suspiro choroso
escondo
me

sábado, 10 de maio de 2014

Três (com)passos de seu apito - plágio

Não interrompe
- nítido, era aquilo
aquilo mesmo,
aquilo que não,
que se quer tanto,
que já conquistado
  em tão distante.
coisa de três minutos,
decisivo que passa mesmo,
tanto que 'nota
e depois
.
lentidão, destenor dos passos
em compassos rasos, suas pernas efêmeras
- fragilidade,
se isso importa,
havia movimento - prescrição Alcaloide Ephedra -
dois, um, um,um
dois
o afunilado solado, acalento calafrio   piso
observado, recitado, retirado
tangendo, meus indicadores obtusos, Al
                canso
três linhas, apitos, descrição
- fato social, (des)constituído em -
pretensão de significar, o pilar
rodar, dois, um,um
d(o)is sensos, risonhos
consensos, estabelecido único.
Havia de importar - lat. poíésis,eós -
certo de que não, há mora e
.
isso não importa, os compassos
amplos
meu apego vicioso,
o roçar circular do solado
sistematicamente repetido transcendente
em dois, um,um, a dois
no veículo eterno em vou
vaivai vouvaivemvai
ao mais alto - serafim
no santo arpejar distante
do seu instrumento eterno - eu
cem razões para o movimento
reencenado requerendo mais
, ainda sem tocar,
aproximando       amplo
com  (o)  passar
final   / não
sentir / mente

isso importa,
mas, se releva
acontece revela
      se quer

mais três apitos.

quarta-feira, 9 de abril de 2014

Sem título - duas mãos

No acordar tudo é lento um caminhar demorado sob o mundo suspenso água, catarro, menta, doce, amargo o tempo disforme do recém inaugurado um trago no café e é notícia antiga o relógio marca-passo o nó literal na garganta carro, cubo, frio condicionado calor de verão nem se sente lá dentro tudo é estéril a forma, o objeto e a mente Dezoito horas e o mundo acabou esgotou-se o que fingia e quem queria nudez, tesão e folia agora é só preguiça, cerveja e TV Dezoito horas e tudo se consome morre o nascituro
some
contraponto, impositivo, potente
dilacerar cerveja, fumo, perseguição
o furto corrente, sequente,
  sequência-passo-des(a)caso
encontrado o momento
furtivo sorriso deslinda
não, emaranha
agarra a raiva vocal
vociferra, trânsito estaca
desfeito um caminho
arrepia, porta chia, vulta sala em sonolência
corpo opulento nada obstrui
gentil, enfrenta a janela, esquina esfumaça
a tela na sala, programa tardio
repetição pede repede
penitente
caminha, demora, não vai
em frente
viúvo sono, agarra
dedos em sonhos, pingam - chuva
tinta de rostos, cor do almoço, a pressão da escova
cai
falso alarme


quinta-feira, 3 de abril de 2014

Escorre, lá, em silêncio

Nasce crespo, nesse entorno de retornos,
relançando, estranhando o traço acanhado
que já tanto se pensado, despensado
despencou.
passo asso
Propõe, ida escrita, persistida
roca, tosca
concreta e repleta
sincera
quem dera.
É que era
mas reverbera
que se vê
o que se perde.
Se só isso,
até seria,
mas vai
asso passo
descompasso
e repasso
nota aqui
aquilo destoa lá
quadro gravurado
xilografado
nanquim sem fim
ponto
tinta
nada.
não se
perde
acha

a.


Presado

Confessado, em virtude
seriedade - posto torpe -, porte
impreciso - precioso - armado
revertido, explicado, aplicado
foco                          cerrado
calado, em si, replicado
pouso  raso
estado
dado

sexta-feira, 7 de março de 2014

Se pára, não volta

Lugar comum,
histórias-ventres em páreos,
chega de ontem pra tanto tanto,?
é palimpsesto,
é estelionato em versos terceirizados
que colho em epitáfios,
me cala-bala-sinto.
Pára.
O trilho de nosso devaneio, o acordar em primeiro terço na cidade das trilhas tortas,
em recantos cabisbaixos, cruzando escadas de séquito ressecados - em frente -
do concreto que alcança e chama, chama da memória, do olhar inclinado,
do cabelo-palha-apagado, do triste zelo pelo cigarro ao fim de um sorrir ou outro.
Não.
Os olhos regurgitados,
seu estômago despovoador,
maldito,malvisto,
meu entre-roçar, eu sem subir as escadas,
afirmando o triste ardor áspero de lençóis em meia lua
ao que o belo vai                          prolongando desencontro
cala frio, é céu cinza ou fevereiro, é carnaval.
Se,
um levantar antes do zerar-relógio, convulsionando câimbras, enquanto pelo leve toque
um afastar me delonga em cem momentos passados, suas unhas róseo-nicotinadas - meu opróbio em reparar -
florescendo palha-franja-capilar na delicadeza do suspirado suicídio, em quê,
onírico à fora, teu adjetivo é meu verbo, em gravura na folha branca.
Volta
dia seis
tietê, sé, calor, cerveja comonós passada
o choro angular, sorriso sem mim,
olhar castanho em outro cano quente,
volta - repara - recosta - escondo
meu sentar no lugar comum,
da sua volta, emfim.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Diávago

me insistindo em esbarrar
- é a obrigação
não que queira,
mas queira ou por deva's,
deveria de uma vez, simplesmente,
comprar as frutas -
tropeço,
melhor checar em volta.
devaneio meu, não visto em outros,
relaxo esse egoísmo,
só, me pertencendo não frustro.
melhor quando perco o tempo,
sem que vissem.
mas é realmente desordem,
não que exija ou imponham ou aceite,
talvez aceitem,
mas exatamente por constatarem,
talvez não seja tão caótico.
mesmo quando -
melhor focar, não reincidir descuido
ou só descuidar, não sendo singular
haverá algum problema.
mesmo sendo,
não imagino que imaginem,
exceto o raso,
sou responsável por reduzir?
sempre há algum retrato
- uma poça -
de, aqueles nas salas de jantares,
as mais frias azulejadas e
os jardins de inverno,
que descuido, mas cadê as lixeiras?
logo só chão
também, duzentos, devem cer sem
ou mais, mas não devia passar disso,
é uma quadra só ou apenas?
já foram tantas, talvez menos lua.
muriel, que nome, tem duas ou três,
nunca devem ter carregado, como encaram.
podiam tão bem estar juntas,
mas falta o mesmo passo,
talvez deitadas
aposto que se chutam, não
são compaixosas, compaixosas?
por onde ando, parece que se foi um verso
ou qualquer coisa - quanta gente bebendo nos cafés.
também sempre volta, furtivas, não sei se chutariam,
eu chutaria, esbarrando e tropeçando.
que mania, afinal
me falta um passo,
não paro.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Seu caso em mim

não foi por sua música,
diácope insistência em se referir
dizer podia ser
dizer podia como se o que seja
- toca dó cem fins -
permeasse o pensar expressionista
na praça tela, no último toque.
pesados trocados que não se foram,
versos trocaicos na métrica do pesar,
aquele úmido colorir da insônia
que não nos deixa,
que ama só.
me encoraja,
esse só, você,
esse queimar eterno do último,
o cigarro perdido em hábito,
a lembrança vertiginosa
da pedra pálida e indiferente
em um domingo cristão
no bairro negro de San Franciso
em pleno janeiro de 1951.
porque sou aquele postal de Tristessa?
expondo sobre o vazio
que transgredia as ruas em MexicoCityBlues
sem erva, sem pico, o tabaco da razão,
a criança eterna naquele vagão
contando as conchas que nunca viu,
esperando pelo primeiro pisar no mar.
aquele seu som me dizia sem-esperança,
uma agulha gasta na vitrola dos seus pensamentos
que estendem esses versos como se o choro
tocado em primeiro de janeiro
insistisse que as coisas são iguais
e sofrer é amor em pleno encanto.
The same voice on the same ship
The Supreme Vehicle da prosa.

Depois do vento,
aquela promessa em Nova Orleans
da chuva nunca, mais,
sequioso silêncio
do ponto final prometido
em cartas assinadas por Godot
naquele diálogo com o absurdo.
mas o quê foi?
pecado dó harmônico,
mas toco eu em lua aberta,
num amanhecer pouco habitado,
eu absurdo, você diálogo.
absurdo, Denver, alcoólico sonho
em que meu pai se perdeu
e, quer dizer,
passei meu primeiro terço na busca pelo sofrimento,
significando você na figura paterna, projetei
m'eu em terceiro literato
como cinzas absortas pelo dedo úmidecido
das garrafas da cerveja feridas anteontem
que pelo peso espurco,
derramo e limpo.
nessa oficina do final,
forçando mais um inspirar do tempo
no todo descompassado dos braços a se cruzar,
recostada em alguma esquina,
cambaleando a volta à casa
por através de algum monumento
que não nos conta nada
quando não se lê o não visto
você ainda furta minha palindromia,
indelicada como o filho comunista
que embarcou rumo às vielas
e às vagas novelas francesas.
o burguês que negou o prazer de uma orgia de tédio
escrevendo alguma sequência matemática
que se senta ao lado de santo Moloch.
ouso dizer, quê, culpa e incógnita.
talvez isso seja a maravilha,
o deslindar do beijo distante
que falta como a morte
que não é paz ou calmaria,
mas um amanhecer,
sem tocar estas linhas.
sumindo comigo,
o diálogo é só absurdo.
desce olhar
que sol levanta
leve furtivo
descarrilho
reencontro
teste em só
lentamente carregado
bala de sangue
fervor do vazio
vasto impuro
pudor de memória
reflexo do trecho
receio sem dó
ré que recai
logo esfumaça
sinta em si
pulmão fustigado
não
é
si