segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Um milagre
jamais será tão descuidado
quanto a repetição
de mover os pés
em cada passo.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Meu Estado Imperial

No dia 7
de algum mês de 1893
em um balanço invejável
um velho político
percorreu os becos ávidos
de uma cidade comum.
Em seu discurso inacabável
proferiu frases
que tingiram todos os anos
seguintes.

Suas ideia inovadoras
sobre a pictografia nas moedas
e a valorização de Deus
impressa em dinheiro
jamais serão esquecidas
e hoje são expressas
por construções napoleônicas
nos quatro cardeais do mundo.

Estas histórias contadas
por papéis impressos
independentemente das economias
secretas do estado
têm condecorado o mundo
com um imperialismo
único
e somente substancializado
por atos colossais
tal qual
a separação do mundo
em sua independência para com
a camada que o sufoca
calada e translucida.

E aqueles tolos
inconscientemente iluminados
com estas ideias brilhantes
proclamam seus ideais confusos
em paradas proliferas
para salvar animais extintos
de animais que entram em extinção
nas partes gloriosas do planeta
aonde a fome é um costume
e os budistas rezam fartos
em haréns recheados
de odaliscas.

Protestantes malignos,
reconheçam,
estão absortos nos próprios complexos
e não precisamos disso
e sim mais uma nota
dizendo que "Em Deus Acreditamos."

domingo, 17 de janeiro de 2010

Grandes passos na própria desigualdade

Alegre
é o canto dos consequentes
que seguem a via
da amargura
contando os passos
em um compasso uniforme,
sem oscilar,
sem tropeçar nas dúvidas
do que não veio.

Miseráveis,
todos
em todas as horas,
distantes do que virá
neste frio cego
que é levar o rosto
ao chão.
Sentimentos de traição
à própria verve
vindo incessantes
e magnificamente roubando
cones e bastonetes
dos olhos que espelham
o futuro.

Destoantes modos
que guiam
os horrores,
talvez prazerosos,
conseguintes da vida.

A facilidade do horror
é a grandeza do belo
e para os pensantes
nada passa de
um ângulo.

sábado, 9 de janeiro de 2010

A espinha do coração mutável

O primeiro nascer do sol
foi lindo.
Sem criações compostas
e longe do alvorecer eterista
a beleza pura se levantou,
foi quando me prometeu seu amor
independe de passado ou presente.

Mas a evolução é devassa
e logo primitivos seres
criaram pernas longas o suficiente
para invadir o continente,
destruir a nação do puro
substancialismo do direito natural
de nossa unidade dupla.

O vento pesado
rufava nos aglomerados arbóreos,
que dançavam bêbados
batizando todos os seres
com o pecado real,impulsivo.
O quadro foi perpetuado
com chuvas ofensivas
de populações incessantes
que devoraram o espaço do pensamento
e do sentimento puro.

As ilhas não eram isoladas
e as montanhas não cantavam haikais desolados
o suficiente
para unir os opostos
do paraíso.
Perturbadas horas
corriam por nossos encontros
e a paz era o sonho,
onde solitário podia
contar os nós na sua espinha.

Insuficiência minha
não poder ignorar os fluxos
e a agressividade moderna
que cegaram
a pureza que nasceu com teu amor
que paciente apurou o significado
desta sabedoria milenar.

Agora tudo continuará sem cessar,pois,
mas com calma
passos sábios assobiaram
ao sabiá do leste
que alvo mostrará o caminho.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Libelo à primeira pessoa.

Por entre a pia verdidão
,que corre pelos corredores do infinito,
como sinapses ou bronquíolos,
rastejam e imploram pelo
adubo vertiginoso
os finais felizes.

Cada vez mais necessários
no tresloucar veloz e futurista
da era aonde o tempo se extinguiu
no intervalo de um batimento ou pulso
cardíaco.

O mundo de grandes histórias
e vagabundos e trens
e livros premiados de Steinbeck
e metamorfoses loucas na traseira de um cadilac
foi ocultado
pela sombra do evoluir indeciso
que não segue, nem para.

O olhar brilhante
perante a magnitude
de um estrelar na verdidão traçada
pelo horizonte vasto
é calado pelo piscar
dos mesmos olhos.

A escuridão reproduzindo
a trilha sonora de Dante
em cada face sombreada
e em toda sorte de circulo
infernal.

E a grandeza natural do homem,
absorta nas lágrimas da tristeza
hipócrita,
só precisa de mais uma
história de amor
com um interlúdio desesperador
para provar
que o fim pode ser diferente.

Sê mártir, não carrasco.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

[Nada foi dito]

Para sempre valerá
o veneno
da duplicidade
da intensão.

Construindo
a absência dia após dia
até o dízimo.
Quem mudará
antes de corroerem-se
as estatuas sagradas
de Aleijadinho.

Uma manhã
manchada por
talvez ações matutinas
ou noturnas
pré despertar.

Quem dirá alô
com amor ao mundo
se nem religião se presa.
Se com pressa a saudade
abala até a razão
seca e intrínseca
nos olhos erradios
cruzando as maçãs do rosto tolerado.

E um pouco de carvão
engasgado e fraco em ligações sigma,
simples vacilos
entre os espasmos,
queimando por entre arrependimento
e luxúria imperceptível
para desatentos.

Cada palavra colocada
em intensão direcionada
sem prever os resultados da percepção
mais superficial que seja.

Quebrados,
os cacos penetram em letras
rabiscadas sem o mínimo
de precaução.