domingo, 6 de dezembro de 2009

Todo sonho

Eu rezei de joelhos
em cada banco e lugar
das igrejas mais tristes
do novo mundo.
Os corredores sujos
com preces esquecidas
e os olhos
crucificados,
os ouvidos empalados.

Cambaleando,
fiz a trilha de Fátima
e renunciei as 3 verdades
negando Cristo
e açoitando Judas.
Ele havia me deixado
e por 40 anos vaguei
como após o cativeiro da babilônia.

Recitar poesia
para a areia que nunca para
é viver a história
do abandono
em 7 passos
de colapsos nervosos.
Quando os pés queimaram
e as folhas todas brancas
calaram se para sempre
havia chego a hora de cair
no eterno descanso,
a hora de encontrar a fé.

Como o amanhecer na segunda feira no Éden,
me deparei com o cemitério
e seu portão iluminado.
Conforto.
Não havia
mais do que fotos gastas,
mas sentia toda graça
daqueles já haviam pago
pelos pecados.
Perder era encontrar
e calmo adormeci
esperando o infinito.

No infinito
percebi as linhas da discórdia
e em todas haviam anagramas
do meu nome.
Atendimento eterno do eu,
me recompensou
mas a ignorância me chamou
e fui passar a noite
com a mesma.
O sistema solar é circular,
as reencarnações também o são
e o arrependimento
não deixa a forma
por menos.

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