quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Chova, lua.

O canto momentâneo da vida,
nas escadas
e vãos
de um sonho retorcido.
Para engatinhar
adentro de bela escuridão,
Deus fez o mundo
de seu jeito solitário,
pois companhia é desculpa
e controla o tempo
pelo prazer de se anular.

A lembrança cala
ainda que o sexto segundo
não tenha existido.
Nessa porta cristã
cada pecado é contado
com duas mil lágrimas
do olho azul comum.

Apedrejado
já que pare me encontrar
devo ir ao sonho
que nunca veio
senão na véspera do inferno.
O fogo é seco
e intensidade é a chave degradante
que sem vontade consome
por um copo destilado.

Descendo as escadas espirais
do salão de entrada
se percebe cada ranhura,
pois só os detalhes acalmam
a insignificância de Napoleão
que sempre vai chorar
na sua última extensão
de terra.

O momento da vida
é perfeito
na depressão
deste luar.

Nenhum comentário:

Postar um comentário