quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Ele está dentro de nós!

-Mais uma por favor meu amor!
Oh tom, nunca teve jeito, sempre teve todo o jeito. Um cara sensacional que jamais mostrou necessidade desse negócio de pegar fogo entre as linhas de um comediante engravatado. Ele mantinha sempre suas mãos baixas para não demonstrar seu orgulho tolo, querendo ou não com a ajuda da garrafa isso nunca foi algo difícil. Eternamente seu nome era Tom, mas era conhecido como Tom Uísque. Martelando sua mente goela abaixo, ele começava o dia.
-Pelo amor de Deus Tonzinho! Você sabe que te adoro, mas você não pode secar o bar! Hahahaha.
-Querida esse mundo já está seco de mais para mim, não se preocupe estou indo com CAU MA!
Assim todos nós riamos! Sempre com suas piadas e seu fígado estragado, borrando de bom humor as paredes daquela espelunca em que eu e todos os outros contemporâneos coestaduanos ousávamos nos esconder. Fuga medíocre, quem dera mudança fosse opção. Frases de baixo astral como essas não existiam perante a grandeza ébria do ídolo e salvador da moral bêbeda, Tom.
-Ei tom conta pra gente aquela de quando você achou que a mulher do vizinho era uma prostituta!
-Ora rapazes, não preciso contar! Deixa que eu demonstro como foi com aquela belezInha ali no final do balcão! Não se acanhe meu amor!! Hahahha
E lá foi ele, ele sempre ia. Não era como 'nosotros' que não tínhamos coragem nem de dizer para nossas mulheres que amávamo-las. Chegava sempre com seu suingue pro-álcool, sua lábia arrastada e seus olhos de cão molhado. Por Deus, todos nos esquecemos do caminho de casa. Aquelas sobrancelhas flexionadas, aquilo dizia muito sobre um homem. "Meu bem eu perdi tudo mas você sabe, VOCÊ sabe, com um pouco de carinho posso me tornar o filho da puta mais digno desse planeta amaldiçoado pela queda do outono.". Era sempre uma tristeza nos dias que ele não aparecia. Nem a Beti parecia saber servir um bom copo de Chope ou uma dose amorosa de Cana. Era nesses dias que não apareciam traços humanos em nossas vidas, esquecíamos da sociedade e nos tornávamos meras escavadeiras prontas para perder as pontas das unhas enquanto procuramos o fundo do copo ou do poço ou qualquer coisa que o Diabo queira.
Eu gostaria de ser você tom, eu gostaria. Um monge, um andarilho perfeito que se safou das mentiras que construímos para podermos sorrir. Volte Tom ou melhor, apareça e me traga só mais uma garrafa.

2 comentários:

  1. Po pia, vams brindar pela volta rápida do tom! e com toda a convicção erga a latinha de cerveja e esmage-a contra a do seu amigo, assm ele volta!

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  2. cara, curti DEMAIS! ahaha.

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