quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Meu outono de olhos azuis.

Então meu amor,
não diga adeus ao sol.
Seu rosto está comprido agora,
mostrando coragem contra o vento,
assim retrato eu nesta última gota.
Apenas mais uma vez.
Apenas...

Por enquanto
vou te encontrar, por sorte,
longe do molhado e vestindo seu sobrenome
sobretudo sem desperdiçar um segundo da brisa ártica.
Suas mãos, no frio do outono,
cravadas em seu bolso profundo e louco,
aquecendo se para uma noite correndo cada traço da cidade.
Você se curva para penetrar na noite densa
e densamente seu sorriso se esboça por um último canto,
um último reflexo para meus olhos ignorados.

Através do reflexo do relógio no calçadão
seus fios minunciosos dançam abanando
o Adeus que desce engatando se nas dobras da traquéia.
Vou me lembrar disso. Vou lamentar.
Um fim cinza, na cidade de minha juventude.

Vou relinxar seu nome
enquanto suo meus pesadelos terrenos
dia após dia.
Indocilmente pintanto meu tesouro,
observo pela janela da máquina de escrever
os sábios que se molham num jogo de dominó,
meu outono de olhos azuis.

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