Lá estava,
acossado à sarjeta
enquanto ratos ou delírios
traçavam cortes em sua turbulência.
Roupas bege,
olhos vermelhos
e algum traço de luxúria ébria
escorrendo por seus braços
destrutivamente colocados
na pose da noite.
Em meio à mancha rija de pelos
era possível reconhecer outra,
vermelha.
Vermelho prostituição,
a cor engarrafada pronta para a explosão
que mapeia a decadência.
Porém, tudo começa com os olhos
e geralmente
também com eles acaba.
Cerrados,
fixos,
isolados.
amanheceu
terça-feira, 28 de dezembro de 2010
domingo, 26 de dezembro de 2010
segunda-feira, 13 de dezembro de 2010
Intrépido reciclo cotidiano
A escuridão cai
na estrada de meus olhos
que escorre em ínfimas e eternas
janelas deslocadas
de centros harmonicamente límpidos
à abstrações oníricas em transes
surreais que arrebatam minhas lágrimas
antes mesmo da solubilidade reverberante
de suas palavras, como o ar,
salvar minha vida.
O que deveríamos fazer
quando a impermanência,
mentalmente,
é taxada de fodida
e a nudez de nossas esperanças
trava uma guerra com a prepotente e pretensiosa impotência?
O vento ébrio no breu silencioso
despencando toneladas como facas
enquanto o cosmos impõe o necessário
arremessando sol ao leste e minha face
ao chão.
Céus,
um último suspiro compressado
e o amanhã passou.
na estrada de meus olhos
que escorre em ínfimas e eternas
janelas deslocadas
de centros harmonicamente límpidos
à abstrações oníricas em transes
surreais que arrebatam minhas lágrimas
antes mesmo da solubilidade reverberante
de suas palavras, como o ar,
salvar minha vida.
O que deveríamos fazer
quando a impermanência,
mentalmente,
é taxada de fodida
e a nudez de nossas esperanças
trava uma guerra com a prepotente e pretensiosa impotência?
O vento ébrio no breu silencioso
despencando toneladas como facas
enquanto o cosmos impõe o necessário
arremessando sol ao leste e minha face
ao chão.
Céus,
um último suspiro compressado
e o amanhã passou.
sexta-feira, 3 de dezembro de 2010
Acordo no meio da noite
entre sonhos claustrofóbicos
que urram,
devo defender a dissimulação.
"Você tem que esconder
tudo que lhe é sagrado"
O medo mutilando a língua
que tentava desafiar
o sorriso amargo
de todos aqueles doentes vadios.
Tudo que é feito
lhe dá vontade
de entregar
a vida,
o medo,
mas não as palavras
que restam apenas
como consolo
para o próximo passo errante.
entre sonhos claustrofóbicos
que urram,
devo defender a dissimulação.
"Você tem que esconder
tudo que lhe é sagrado"
O medo mutilando a língua
que tentava desafiar
o sorriso amargo
de todos aqueles doentes vadios.
Tudo que é feito
lhe dá vontade
de entregar
a vida,
o medo,
mas não as palavras
que restam apenas
como consolo
para o próximo passo errante.
quinta-feira, 25 de novembro de 2010
Sombra
A primeira metamorfose
é o susto inesperado,
porém preguiçoso
e quando começam as canções
da inovação
choramos ao céu
vogais não pronunciadas
ao nascer do sol.
Pela experiência incessante,
a próxima transformação
chega
e como antes
é pretérita à aceitação.
Se fossemos preparados
ou prontos
não haveria dinâmica
e a impermanência
seria o maior mito
desde a salvação
após o dilúvio.
Recostados
rastejamos,
pois começa a se espalhar
a tristeza
que acalentará
a estadia atemporal
de nossa consciência.
Será como as baratas e os ratos,
acanhados pela submissão de olhares discriminantes,
se espalhará pelas periferias de nossa visão
como uma solução, que apenas temporária,
trará pinceladas de esquecimento.
Com o tempo e a destreza,
se tornará melancolia
e com tamanha naturalidade
envolverá a todos.
É tímida durante o dia
e o céu
anoite.
é o susto inesperado,
porém preguiçoso
e quando começam as canções
da inovação
choramos ao céu
vogais não pronunciadas
ao nascer do sol.
Pela experiência incessante,
a próxima transformação
chega
e como antes
é pretérita à aceitação.
Se fossemos preparados
ou prontos
não haveria dinâmica
e a impermanência
seria o maior mito
desde a salvação
após o dilúvio.
Recostados
rastejamos,
pois começa a se espalhar
a tristeza
que acalentará
a estadia atemporal
de nossa consciência.
Será como as baratas e os ratos,
acanhados pela submissão de olhares discriminantes,
se espalhará pelas periferias de nossa visão
como uma solução, que apenas temporária,
trará pinceladas de esquecimento.
Com o tempo e a destreza,
se tornará melancolia
e com tamanha naturalidade
envolverá a todos.
É tímida durante o dia
e o céu
anoite.
quinta-feira, 18 de novembro de 2010
Todos os bons desejos
adormeceram com aquela cidade
e mais especialmente
naquele espelho
empoeirado
no sótão de uma lembrança.
Todos os mais bravos
ficam sóbrios
e acabam rastejando
no sangue do que pariram
com suas ilusões
que podem ser ouvidas
no eco de seus braços
atrofiados.
Já eu,
engolirei seco
para que a garganta
não deixe-me esquecer o que existiu,
pois com meu pai de joelhos
rezando para um cristo
que jamais nasceu
nada resta
do que foi dito
ou do que quis
dizer.
Os cemitérios estão cheios
daqueles que como nós
pensaram que viver
era uma eternidade
que só existe
entre um copo
e outro
,mas no fim
estávamos aqui
bem antes disso.
adormeceram com aquela cidade
e mais especialmente
naquele espelho
empoeirado
no sótão de uma lembrança.
Todos os mais bravos
ficam sóbrios
e acabam rastejando
no sangue do que pariram
com suas ilusões
que podem ser ouvidas
no eco de seus braços
atrofiados.
Já eu,
engolirei seco
para que a garganta
não deixe-me esquecer o que existiu,
pois com meu pai de joelhos
rezando para um cristo
que jamais nasceu
nada resta
do que foi dito
ou do que quis
dizer.
Os cemitérios estão cheios
daqueles que como nós
pensaram que viver
era uma eternidade
que só existe
entre um copo
e outro
,mas no fim
estávamos aqui
bem antes disso.
segunda-feira, 15 de novembro de 2010
terça-feira, 9 de novembro de 2010
Manhã solidão
O sonho foi vago
,quando a memória observou,
e logo o sol arranhou as pálpebras
avisando que de fato
não vi seu olhar adormecido.
,quando a memória observou,
e logo o sol arranhou as pálpebras
avisando que de fato
não vi seu olhar adormecido.
segunda-feira, 8 de novembro de 2010
quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Os sonhos órfãos
se relacionam
junto às sobras
de seus pesadelos perplexos.
Os pintores nus
corriam com seus pincéis
calibrados com balas de 38
e retratavam todo aquele jogo
que desolação estática
em meio aos guarda-chuvas
correntes e ciganos perfumados
que não sonham mais em voltar.
Não há mais frio
que seja suficiente
para defumar todos os trocados
perdidos com as alianças
e os noivados naquela igreja
em frente a tabacaria
mais frequentada da cidade
com todos os ternos queimados
pela mentira
que é só uma desculpa
para a verdade
que todos idealizaram
com seus dentes pintados
e escravizados
escondendo as línguas afiadas
que cortam a pele daquele sonho
solitário
que jamais vira ser.
Sem pais nem mães
ou parentes relativos
compondo a estrada parida
por olhos que não piscariam
a não ser que algum porco
contasse uma piada decente
sobre suas rosquinhas favoritas
ou sua preferência por
prostitutas ruivas de lábios vermelhos
que viram sombra perto
das calças abaixadas
em frente ao 13° distrito
com toda sujeira da cidade
sendo insuficiente
para tornar aquela saia limpa
mesmo que por comparação
sendo que o radiador do carro
esquentava com a sirene
desbocada já que o pouco troco
foi o restou
daqueles sonhos independentes
de qualquer retrato
que não sobra
nem para retroceder
a uma imagem seca
do por do sol
antes de amanhã.
se relacionam
junto às sobras
de seus pesadelos perplexos.
Os pintores nus
corriam com seus pincéis
calibrados com balas de 38
e retratavam todo aquele jogo
que desolação estática
em meio aos guarda-chuvas
correntes e ciganos perfumados
que não sonham mais em voltar.
Não há mais frio
que seja suficiente
para defumar todos os trocados
perdidos com as alianças
e os noivados naquela igreja
em frente a tabacaria
mais frequentada da cidade
com todos os ternos queimados
pela mentira
que é só uma desculpa
para a verdade
que todos idealizaram
com seus dentes pintados
e escravizados
escondendo as línguas afiadas
que cortam a pele daquele sonho
solitário
que jamais vira ser.
Sem pais nem mães
ou parentes relativos
compondo a estrada parida
por olhos que não piscariam
a não ser que algum porco
contasse uma piada decente
sobre suas rosquinhas favoritas
ou sua preferência por
prostitutas ruivas de lábios vermelhos
que viram sombra perto
das calças abaixadas
em frente ao 13° distrito
com toda sujeira da cidade
sendo insuficiente
para tornar aquela saia limpa
mesmo que por comparação
sendo que o radiador do carro
esquentava com a sirene
desbocada já que o pouco troco
foi o restou
daqueles sonhos independentes
de qualquer retrato
que não sobra
nem para retroceder
a uma imagem seca
do por do sol
antes de amanhã.
segunda-feira, 1 de novembro de 2010
sexta-feira, 29 de outubro de 2010
quinta-feira, 21 de outubro de 2010
Real
Enquanto eles cantavam
aquele hino mórbido
e suavemente
compassavam a batida
harmônica e vã,
a lágrima
escorreu
e solitária
significou
todo aquele momento
e toda história
que já havia sido
decifrada.
É cômico
como a tragédia
tende a uma simplicidade
monocromática
ou simplesmente
cinza.
Como um bebê,
aquela lágrima escorreu
para se confortar
nos braços
daquela que mais temo
por ser fruto
de minha interpretação.
Naquele momento vi
que a realidade
é egoísta.
aquele hino mórbido
e suavemente
compassavam a batida
harmônica e vã,
a lágrima
escorreu
e solitária
significou
todo aquele momento
e toda história
que já havia sido
decifrada.
É cômico
como a tragédia
tende a uma simplicidade
monocromática
ou simplesmente
cinza.
Como um bebê,
aquela lágrima escorreu
para se confortar
nos braços
daquela que mais temo
por ser fruto
de minha interpretação.
Naquele momento vi
que a realidade
é egoísta.
domingo, 17 de outubro de 2010
Outubro, em big sur
A figura
está na parede
contando a história
de nossas
desavenças.
Por favor,
é silecioso
e não cala,
mas cale-se
e não afaste de mim
este.
O quarto
é seu,
mas sou eu
na forma batida
e desgraçada.
Não é possível
arranhar esta memória
que persegue
a felicidade.
"Ele te enterrou
em todo lugar
que foi,
enquanto você aparecia
e era a tremedeira
da madrugada."
Então chova,
pois a mancha no rosto
é translúcida
enquanto o coração
permanecer aquela coisa
que não ouve
e ousa desenterrar
as lombrigas da chance
que a escolha
desvendou.
Eu sou você
nos sapatos amargos
da ilusão.
está na parede
contando a história
de nossas
desavenças.
Por favor,
é silecioso
e não cala,
mas cale-se
e não afaste de mim
este.
O quarto
é seu,
mas sou eu
na forma batida
e desgraçada.
Não é possível
arranhar esta memória
que persegue
a felicidade.
"Ele te enterrou
em todo lugar
que foi,
enquanto você aparecia
e era a tremedeira
da madrugada."
Então chova,
pois a mancha no rosto
é translúcida
enquanto o coração
permanecer aquela coisa
que não ouve
e ousa desenterrar
as lombrigas da chance
que a escolha
desvendou.
Eu sou você
nos sapatos amargos
da ilusão.
quinta-feira, 14 de outubro de 2010
segunda-feira, 11 de outubro de 2010
sexta-feira, 8 de outubro de 2010
terça-feira, 5 de outubro de 2010
Coragem, para nunca mais.
O mundo
tem apenas dois dias
e em ambos
nos foge a coragem
de declarar a beleza
da trivialidade.
Temer é vulgar,
principalmente as mudanças.
É impotente pensar,
mesmo como o prenúncio do ato.
O mundo
tem apenas dois segundos
e em ambos
atingi a clareira
do ser.
Se foi
com o único fio
do desespero,
chega a coragem
e os moinhos.
Os cavalos estão calados e respondem apontando o olhar desbravador para os globos que escondemos obliquamente ou tremeluzindo. As nuvens se sobrepõe, mostrando que não somos os únicos em conjunção temendo o desaparecimento.
E o vento traz
as palavras
que se fossem sagradas
teriam salvado
aquelas almas.
É supresa
que destrai o afeto obsessivo
que em pulsações
compõe a melodia
de um único futuro.
Envoltos corpos,
retesos em consonância
e ambíguos
ao partirem.
A casa é binária,
é sim
ou não.
Os passos
são compassos únicos,
decididos.
As portas se fecham e o quarto anoitece. Os ruídos são nulos enquanto um deita e sonha com a perenidade daquelas palavras no teto. As gavetas rangem e as portas atiram antes mesmo de um dedo trazer o fim,
foi a última
história.
tem apenas dois dias
e em ambos
nos foge a coragem
de declarar a beleza
da trivialidade.
Temer é vulgar,
principalmente as mudanças.
É impotente pensar,
mesmo como o prenúncio do ato.
O mundo
tem apenas dois segundos
e em ambos
atingi a clareira
do ser.
Se foi
com o único fio
do desespero,
chega a coragem
e os moinhos.
Os cavalos estão calados e respondem apontando o olhar desbravador para os globos que escondemos obliquamente ou tremeluzindo. As nuvens se sobrepõe, mostrando que não somos os únicos em conjunção temendo o desaparecimento.
E o vento traz
as palavras
que se fossem sagradas
teriam salvado
aquelas almas.
É supresa
que destrai o afeto obsessivo
que em pulsações
compõe a melodia
de um único futuro.
Envoltos corpos,
retesos em consonância
e ambíguos
ao partirem.
A casa é binária,
é sim
ou não.
Os passos
são compassos únicos,
decididos.
As portas se fecham e o quarto anoitece. Os ruídos são nulos enquanto um deita e sonha com a perenidade daquelas palavras no teto. As gavetas rangem e as portas atiram antes mesmo de um dedo trazer o fim,
foi a última
história.
domingo, 3 de outubro de 2010
Vão
É esta praia
de guarda-chuvas
que chovem em meio
à estagnção cinzenta
que me faz temer.
Uivante e unissona
é a massa de espectativas,
lírica para os fortes,
avassaladora
para os fracos.
Que eles partam
na única direção suicida,
pois com a face retraída
no engano do olhar
transcendo em ideias
que provam
a insuficiência das
palavras.
de guarda-chuvas
que chovem em meio
à estagnção cinzenta
que me faz temer.
Uivante e unissona
é a massa de espectativas,
lírica para os fortes,
avassaladora
para os fracos.
Que eles partam
na única direção suicida,
pois com a face retraída
no engano do olhar
transcendo em ideias
que provam
a insuficiência das
palavras.
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Números Fétidos
Talvez tudo seja
quantificável.
Quando comecei a urinar
cinco vezes a mais por dia,
fiz isso cinco vezes a mais
em minhas calças.
Por isso
deixei de dormir
e tenho evitado
cagar.
quantificável.
Quando comecei a urinar
cinco vezes a mais por dia,
fiz isso cinco vezes a mais
em minhas calças.
Por isso
deixei de dormir
e tenho evitado
cagar.
terça-feira, 14 de setembro de 2010
Dentre castanhas
Me carece essa vontade,
tão distante quanto o horizonte,
comum como a esfera.
Você acreditaria
se eu dissesse
que hoje, de olhos fechados,
senti o trigo crescendo
ao meu lado,
calmo,
sem ímpeto em ser.
Que conforto da cor do mel,
distanciando se da terra,
distanciando me da terra.
Deviam passar alguns pássaros,
pois disparavam notas
como as vozes
do centro da cidade
que impedem meu descanso
como cada palavra que eu
pronunciei.
Roçava em mim
aquele caule áspero
que me lembra a saudade
e ao mesmo tempo
o calor.
Sempre foi assim,
dual e impetuoso,
um desejo
que nos faz rir
quando encostamos em
alguma ferida
como a nossa.
Não foi surpresa alguma
quando abri os olhos.
Não há trigo,
apenas delírios cobertos
sobre meu colchão.
Inexiste um propósito
em escrever,
digo apenas
que de olhos fechados
estive em um lugar
melhor.
tão distante quanto o horizonte,
comum como a esfera.
Você acreditaria
se eu dissesse
que hoje, de olhos fechados,
senti o trigo crescendo
ao meu lado,
calmo,
sem ímpeto em ser.
Que conforto da cor do mel,
distanciando se da terra,
distanciando me da terra.
Deviam passar alguns pássaros,
pois disparavam notas
como as vozes
do centro da cidade
que impedem meu descanso
como cada palavra que eu
pronunciei.
Roçava em mim
aquele caule áspero
que me lembra a saudade
e ao mesmo tempo
o calor.
Sempre foi assim,
dual e impetuoso,
um desejo
que nos faz rir
quando encostamos em
alguma ferida
como a nossa.
Não foi surpresa alguma
quando abri os olhos.
Não há trigo,
apenas delírios cobertos
sobre meu colchão.
Inexiste um propósito
em escrever,
digo apenas
que de olhos fechados
estive em um lugar
melhor.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
In Verbis
Esses problemas,
reclamo aos demais
que desarmados de roupas
e dilemas
prescreveram bulas
de soluções.
Desarmados
de minhas roupas
de meus dilemas.
Sofismados
por sequências numéricas
e revoluções factuais,
sentem-se
castrados
perante
a sensibilidade.
Meu erro
tem personalidade
e se veste
com minhas melhores roupas,
as de domingo.
Dialoga com o mundo
e se revolta
ignorando meus olhos.
Pagãos e cristãos,
todos lado a lado
dacaindo pari passu
e sobro eu
agnóstico sobre o muro,
in verbis:
decaindo solitário.
reclamo aos demais
que desarmados de roupas
e dilemas
prescreveram bulas
de soluções.
Desarmados
de minhas roupas
de meus dilemas.
Sofismados
por sequências numéricas
e revoluções factuais,
sentem-se
castrados
perante
a sensibilidade.
Meu erro
tem personalidade
e se veste
com minhas melhores roupas,
as de domingo.
Dialoga com o mundo
e se revolta
ignorando meus olhos.
Pagãos e cristãos,
todos lado a lado
dacaindo pari passu
e sobro eu
agnóstico sobre o muro,
in verbis:
decaindo solitário.
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
De rima derrama
Eles gritam no andar de cima
e gritam ao meu lado.
Todos castrados pela luxúria,
estrondeante cadafalso.
Enfileirados,
vão à forca.
É o método
mais lindo de viver.
Atordoados,
despediram-se
das perguntas,
do sofrer.
Eu calo,
não proclamo,
pois sentir
é desesperar.
Em meu deserto
só há chuva
quando ouso
contemplar.
Falar deve ser claro.
enquanto estiverem
não estarei
lá
e gritam ao meu lado.
Todos castrados pela luxúria,
estrondeante cadafalso.
Enfileirados,
vão à forca.
É o método
mais lindo de viver.
Atordoados,
despediram-se
das perguntas,
do sofrer.
Eu calo,
não proclamo,
pois sentir
é desesperar.
Em meu deserto
só há chuva
quando ouso
contemplar.
Falar deve ser claro.
enquanto estiverem
não estarei
lá
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Um pouco menos que liberdade
Vi cães enxarcados
se enforcando
com minhas roupas
em uma praça famosa
cheia de sonhos
construídos de areia.
Eles gostariam
de partir,
partilharam a morte
como caridade.
Sem ar,
atordoei.
Jamais se deve confiar
em um espelho translúcido
quando transcende de mim
o magnetismo
que faz continuar.
O chão era sangue
e afundar
pareceu apenas seguir
alguma teoria de Hilbert.
É tudo tão certo,
essa não é minha vida
e minto se disser
que aqueles cães
escolheram morrer.
se enforcando
com minhas roupas
em uma praça famosa
cheia de sonhos
construídos de areia.
Eles gostariam
de partir,
partilharam a morte
como caridade.
Sem ar,
atordoei.
Jamais se deve confiar
em um espelho translúcido
quando transcende de mim
o magnetismo
que faz continuar.
O chão era sangue
e afundar
pareceu apenas seguir
alguma teoria de Hilbert.
É tudo tão certo,
essa não é minha vida
e minto se disser
que aqueles cães
escolheram morrer.
quarta-feira, 1 de setembro de 2010
Adoradores de Concreto
Vejo hoje
como minha abstração
não é bem-vinda.
Eles urgem
pelo rígido.
Nesse quadro
só me resta
retrair.
Engraçado.
Com minha faca
virada para o abismo,
todos sorriem
e em silêncio
,complacente,
conto a piada
que é calar.
Olho você
e percebo,
meus sentimentos
são como prostitutas,
independem
do desprezo social
para atingir a perdição
e ainda
satisfazem outrem
como minha abstração
não é bem-vinda.
Eles urgem
pelo rígido.
Nesse quadro
só me resta
retrair.
Engraçado.
Com minha faca
virada para o abismo,
todos sorriem
e em silêncio
,complacente,
conto a piada
que é calar.
Olho você
e percebo,
meus sentimentos
são como prostitutas,
independem
do desprezo social
para atingir a perdição
e ainda
satisfazem outrem
"Latinamente Só"
"É temporário",
ele disse
e a porta do trem se fechou.
Tudo devia ao ser,
não era possível
negar
mesmo enquanto os dedos
tocavam a melodia
da falta.
Quando o salão
se esvaziou
pode-se ouvir
os passos na rua,
bom
o salão sempre esteve
concisamente vazio.
É temporário,
aquilo que foi perene.
Na miséria
eles pularam de mãos dadas
naquele rio,
condenado e condenaram-o
por ineficiência
das palavras pequenas.
Tão cruel
foi receber esmola
durante os anos negros
da economia ocidental,
que acidente.
Por isso
hoje escrevo,
como uma bibiana
sem terra.
ele disse
e a porta do trem se fechou.
Tudo devia ao ser,
não era possível
negar
mesmo enquanto os dedos
tocavam a melodia
da falta.
Quando o salão
se esvaziou
pode-se ouvir
os passos na rua,
bom
o salão sempre esteve
concisamente vazio.
É temporário,
aquilo que foi perene.
Na miséria
eles pularam de mãos dadas
naquele rio,
condenado e condenaram-o
por ineficiência
das palavras pequenas.
Tão cruel
foi receber esmola
durante os anos negros
da economia ocidental,
que acidente.
Por isso
hoje escrevo,
como uma bibiana
sem terra.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Sinto-me humano
A cada tragada calada
percebo,
a força esvai
lenta
e quase imperceptível.
Mas, tudo isso
é indispensável.
A fraqueza espanta
e quando vem muda
parece que gritamos,
por nos distanciarmos
dessa sociedade.
É temível
sentir-se humano.
Na rua,
alguns andam
e outros dirigem.
Todos
com sua individualidade
direto
para caminhos
que distanciam-se
do meu.
É surpresa
quando nos encontramos
e dois caminhos
se anulam.
Duas solidões
foram passear
e me contaram
que acompanhadas
não mais
o são.
percebo,
a força esvai
lenta
e quase imperceptível.
Mas, tudo isso
é indispensável.
A fraqueza espanta
e quando vem muda
parece que gritamos,
por nos distanciarmos
dessa sociedade.
É temível
sentir-se humano.
Na rua,
alguns andam
e outros dirigem.
Todos
com sua individualidade
direto
para caminhos
que distanciam-se
do meu.
É surpresa
quando nos encontramos
e dois caminhos
se anulam.
Duas solidões
foram passear
e me contaram
que acompanhadas
não mais
o são.
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
Em uma casa, uma criança
Ao silêncio
de todos esses anos,
guardo a memória
por não se calar.
Ouvi uma história
sobre um maestro
e sobre saudade.
Deve ser esta
a melodia
do meu silêncio,
que se arrasta calado
e grita
na solidão,
grita sempre
acompanhado.
Hoje não foi suficiente cantar na capela
e roubaram as galinhas do padre.
Eles nos jogam a corda
e gritam para
cairmos.
de todos esses anos,
guardo a memória
por não se calar.
Ouvi uma história
sobre um maestro
e sobre saudade.
Deve ser esta
a melodia
do meu silêncio,
que se arrasta calado
e grita
na solidão,
grita sempre
acompanhado.
Hoje não foi suficiente cantar na capela
e roubaram as galinhas do padre.
Eles nos jogam a corda
e gritam para
cairmos.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
incompleto...
Por todos
aqueles anos.
Resguardo a foto
de meus olhos chorando,
é apenas
o que
vejo.
Sua prima,
ela deu as caras por aqui
me contou sobre o calor
e como o tempo tem mudado.
Assenti com a cabeça
tendo toda certeza
de que nada percebi.
Ela relembrou
aqueles almoços
com toda sua família,
como odiava.
As fotos
daquele em especial
só me mostravam santos.
Naquele dia
naquele rio
aqueles santos
cantaram a canção
que fez jurar.
Não demora.
Lembrar a canção
parece
ser o que me tornei
e ela esvai
enquanto eu vou.
[...]
aqueles anos.
Resguardo a foto
de meus olhos chorando,
é apenas
o que
vejo.
Sua prima,
ela deu as caras por aqui
me contou sobre o calor
e como o tempo tem mudado.
Assenti com a cabeça
tendo toda certeza
de que nada percebi.
Ela relembrou
aqueles almoços
com toda sua família,
como odiava.
As fotos
daquele em especial
só me mostravam santos.
Naquele dia
naquele rio
aqueles santos
cantaram a canção
que fez jurar.
Não demora.
Lembrar a canção
parece
ser o que me tornei
e ela esvai
enquanto eu vou.
[...]
terça-feira, 24 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
O circo da desesperança
Venham meus caros
assistam o circo da desesperança.
Sim, ele é incostante.
Vocês verão
o fluxo hemorrágico de ações
parcialmente parlamentares
mas nada diplomáticas
que darão consequências
à horas júbilo que trará
de volta os tempos de Dionísio.
Tragam suas garrafas,
tragam todas as suas garrafas.
Eles têm sede,
bebem da vida em bongs de 20litros
e saem em busca de mais,
muito mais,
tudo será deles ao mesmo tempo
em que nada terão.
Não se afobem, melancólicos.
A chuva de risos
é apenas o começo
de toda e qualquer
boa tragédia.
No cimo da alegria
só restará a queda
e do topo do Olimpo ao chão
as pedras se tornam
incontáveis.
Venham curiosos,
este circo é a eternidade
e quando despencam
só restarão as risadas,
prazer,gozo,volúpias interiores,
vocês sentirão o gosto
de estar sobre todos eles,
de massacrar os sonhos
com respostas ridículas
sobre valores e a estrutura da sociedade.
E quando o chão chegar,
se escondam,espectadores.
O inferno começará
para todos nós.
assistam o circo da desesperança.
Sim, ele é incostante.
Vocês verão
o fluxo hemorrágico de ações
parcialmente parlamentares
mas nada diplomáticas
que darão consequências
à horas júbilo que trará
de volta os tempos de Dionísio.
Tragam suas garrafas,
tragam todas as suas garrafas.
Eles têm sede,
bebem da vida em bongs de 20litros
e saem em busca de mais,
muito mais,
tudo será deles ao mesmo tempo
em que nada terão.
Não se afobem, melancólicos.
A chuva de risos
é apenas o começo
de toda e qualquer
boa tragédia.
No cimo da alegria
só restará a queda
e do topo do Olimpo ao chão
as pedras se tornam
incontáveis.
Venham curiosos,
este circo é a eternidade
e quando despencam
só restarão as risadas,
prazer,gozo,volúpias interiores,
vocês sentirão o gosto
de estar sobre todos eles,
de massacrar os sonhos
com respostas ridículas
sobre valores e a estrutura da sociedade.
E quando o chão chegar,
se escondam,espectadores.
O inferno começará
para todos nós.
sábado, 14 de agosto de 2010
Deperdure
meus olhos
são poeira,
a daqueles
que passaram
meus segundos
são passantes
e a melodia
é a dos saltos
que penetram no chão
quando o dia acaba
os parasitas
ainda rastejam
como a lua
que timida
intimida
para os pesadelos
se sentirem a vontade
ao se aconchegarem
nas cobertas
da ilusão
e isso
é amor.
são poeira,
a daqueles
que passaram
meus segundos
são passantes
e a melodia
é a dos saltos
que penetram no chão
quando o dia acaba
os parasitas
ainda rastejam
como a lua
que timida
intimida
para os pesadelos
se sentirem a vontade
ao se aconchegarem
nas cobertas
da ilusão
e isso
é amor.
terça-feira, 10 de agosto de 2010
Fluxo duvidoso
foi surtir efeito
quando duvidou,
pés de glória
no luar rubro
na cascata de paralelepípedos
cada frase
cada movimento
devagar
esvaía
não era plural
nem singular
era vontade
erro tarde
por achar
cabelos sujos
a iluminar
há dúvida
à questionar
mas fez sentido
no momento militar
em rubros paralelepípedos
na cascata do luar
quando duvidou,
pés de glória
no luar rubro
na cascata de paralelepípedos
cada frase
cada movimento
devagar
esvaía
não era plural
nem singular
era vontade
erro tarde
por achar
cabelos sujos
a iluminar
há dúvida
à questionar
mas fez sentido
no momento militar
em rubros paralelepípedos
na cascata do luar
justo
"Begônias silvestres
o sumiço da sua silhueta amiga
fez meu perfil baixar a cabeça
as cores da tarde, cinzas cinzas
as luzes da noite, negras negras
desaparecer não é para qualquer um
só você, misto de mistério e dúvida
pode estar em lugar nenhum
e ainda me tocar, por música"
"engraçado
esse sujeito
que vi
na rua
não existiria
se eu
não o tivesse
visto
engraçado
esse sonho
eu só
existir
aos
olhos
daquele
sujeito
estranho"
M.Prado
o sumiço da sua silhueta amiga
fez meu perfil baixar a cabeça
as cores da tarde, cinzas cinzas
as luzes da noite, negras negras
desaparecer não é para qualquer um
só você, misto de mistério e dúvida
pode estar em lugar nenhum
e ainda me tocar, por música"
"engraçado
esse sujeito
que vi
na rua
não existiria
se eu
não o tivesse
visto
engraçado
esse sonho
eu só
existir
aos
olhos
daquele
sujeito
estranho"
M.Prado
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
Que consolo
Depois de algum tempo
acabei aprendendo
a piada que sempre tentou
me contar.
Era algo
sobre um gajo cego
encarando eternamente
um foço de ampla escuridão,
esperou
traçar o fundo.
acabei aprendendo
a piada que sempre tentou
me contar.
Era algo
sobre um gajo cego
encarando eternamente
um foço de ampla escuridão,
esperou
traçar o fundo.
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
Fragmentos desconexos
Não me lembro bem
por que acordei hoje,
mas era algo sobre um sonho,
sobre você
ou talvez
sobre eu.
Mas não se decepcione,
não mais.
O que está errado
já deveria estar antes.
É uma chance
que passará
e todos acabarão
lá.
Talvez seja este
o problema,
talvez esta seja
a grande dificuldade,
o diagrama da felicidade.
Neste segundo,
com meu silêncio
e sua distância,
percebo
que não vou
a lugar algum
com este estado
de comoção.
por que acordei hoje,
mas era algo sobre um sonho,
sobre você
ou talvez
sobre eu.
Mas não se decepcione,
não mais.
O que está errado
já deveria estar antes.
É uma chance
que passará
e todos acabarão
lá.
Talvez seja este
o problema,
talvez esta seja
a grande dificuldade,
o diagrama da felicidade.
Neste segundo,
com meu silêncio
e sua distância,
percebo
que não vou
a lugar algum
com este estado
de comoção.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Houveram tempos
Talvez seja o final
de uma juventude
esta desesperança
sobre o onírico.
Acordar
com a pele tão boa,
os dedos amarelados
e o cabelo
incessantemente
engraxado.
Olhar as crianças,
fumando seus cigarros
e sonhando nos parques.
Rodam com a enorme
roda da inocência.
Eu desapareço
em tamanha crença,
observo como positivista,
puro de qualquer intensão
de minha subjetividade.
Eles cortam seus cabelos,
escrevem poesia,
eu já estive neste quarto.
As bandeiras armadas
e os pelotões marchando,
todos concisos
de um jeito sagrado
mas perecível.
Derrepente
o crime é partir
e o olhar de adeus
é tomado
pela lágrima da saudade.
Houve um tempo
de uma juventude
esta desesperança
sobre o onírico.
Acordar
com a pele tão boa,
os dedos amarelados
e o cabelo
incessantemente
engraxado.
Olhar as crianças,
fumando seus cigarros
e sonhando nos parques.
Rodam com a enorme
roda da inocência.
Eu desapareço
em tamanha crença,
observo como positivista,
puro de qualquer intensão
de minha subjetividade.
Eles cortam seus cabelos,
escrevem poesia,
eu já estive neste quarto.
As bandeiras armadas
e os pelotões marchando,
todos concisos
de um jeito sagrado
mas perecível.
Derrepente
o crime é partir
e o olhar de adeus
é tomado
pela lágrima da saudade.
Houve um tempo
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Madonna da tristeza
OS missionários rodeavam
enquanto adeptos e veneradores
brilhavam
como pássaros roucos
com seus cigarros.
Quantos poderiam pensar
que a proteção
no fim sairia de seus bolsos.
Foram vários para carregá-la,
suas professias pesavam
e a subnutrição oriental
não fortificava os corações vulneráveis.
Um olhar de metal
arrastando a força
aqueles dentre eles
que achavam poder resistir
a silhueta cigana e certeira
como um luar
baixo e acolhedor.
Deve-se esperar?
Os reis chegarão
e com suas listas de pertences
tirarão seus lábios de urânio,
mas quem acharia isso suficiente
com estes modos espanhóis
e um contorno de lucros
justificando o dilúvio e o céu.
Fazendeiros e prisioneiros
mostravam seus dentes amarelados
que ofuscavam
de maneira simpática
a cruz encravada nas unhas
dos que a movimentavam.
Com roupas bregas,
nenhum negava se sujar
por apenas um olhar fingido e desviado
de tamanha presença.
Com a memória típica da artilharia
e o desejo de um navio portenho
,cujos pés
jamais alçarão em vontade
de retornar para o estatismo
que pode nos destruir,
mostrava por que guiar
com olhos tristes
que me fizeram esperar
outras três
eternidades.
enquanto adeptos e veneradores
brilhavam
como pássaros roucos
com seus cigarros.
Quantos poderiam pensar
que a proteção
no fim sairia de seus bolsos.
Foram vários para carregá-la,
suas professias pesavam
e a subnutrição oriental
não fortificava os corações vulneráveis.
Um olhar de metal
arrastando a força
aqueles dentre eles
que achavam poder resistir
a silhueta cigana e certeira
como um luar
baixo e acolhedor.
Deve-se esperar?
Os reis chegarão
e com suas listas de pertences
tirarão seus lábios de urânio,
mas quem acharia isso suficiente
com estes modos espanhóis
e um contorno de lucros
justificando o dilúvio e o céu.
Fazendeiros e prisioneiros
mostravam seus dentes amarelados
que ofuscavam
de maneira simpática
a cruz encravada nas unhas
dos que a movimentavam.
Com roupas bregas,
nenhum negava se sujar
por apenas um olhar fingido e desviado
de tamanha presença.
Com a memória típica da artilharia
e o desejo de um navio portenho
,cujos pés
jamais alçarão em vontade
de retornar para o estatismo
que pode nos destruir,
mostrava por que guiar
com olhos tristes
que me fizeram esperar
outras três
eternidades.
domingo, 1 de agosto de 2010
Sendo sua vez, eu abandono
Quebrarei em dois
e imaculado
tomarei a decisão
de ceder uma vez mais
o sangue de meus joelhos
ao chão.
É a atração perpétua,
sem escapatória,
entregue à decadente
frustração
das expectativas
turvas e provocantes
que escarram
momentos que erradicam
o verdadeiro,
o tardio.
Mas a certeza
de um segundo
sentindo
vale a queda.
e imaculado
tomarei a decisão
de ceder uma vez mais
o sangue de meus joelhos
ao chão.
É a atração perpétua,
sem escapatória,
entregue à decadente
frustração
das expectativas
turvas e provocantes
que escarram
momentos que erradicam
o verdadeiro,
o tardio.
Mas a certeza
de um segundo
sentindo
vale a queda.
sexta-feira, 30 de julho de 2010
1958
O canto dos pássaros
era desolado,
foi o que disse
o homem que enlouqueceu
em Big Sur.
Era ele,
o olhar contava,
denunciava o horizonte
do desespero
e o que restava
era a crença
de que um dia
tudo esteve certo.
O chão
não conforta,
não enfrenta.
Como eu
mas não como você.
O fim é sempre
um momento anterior,
um passado
que só obscurece
à luz da comparação
e com seus olhos fechados
chegará o verão
de sua autonomia.
Cego como os daqueles
cujos olhos
foram devorados.
era desolado,
foi o que disse
o homem que enlouqueceu
em Big Sur.
Era ele,
o olhar contava,
denunciava o horizonte
do desespero
e o que restava
era a crença
de que um dia
tudo esteve certo.
O chão
não conforta,
não enfrenta.
Como eu
mas não como você.
O fim é sempre
um momento anterior,
um passado
que só obscurece
à luz da comparação
e com seus olhos fechados
chegará o verão
de sua autonomia.
Cego como os daqueles
cujos olhos
foram devorados.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
10 segundos
Como as folhas
na copa da vida
tendemos a oscilar mais
de acordo com o vento
que nos urra.
Quando demasiado
vamos para longe
e até apodrecemos.
Mas diferente
da proteção,
na exterioridade
é que brilhamos.
na copa da vida
tendemos a oscilar mais
de acordo com o vento
que nos urra.
Quando demasiado
vamos para longe
e até apodrecemos.
Mas diferente
da proteção,
na exterioridade
é que brilhamos.
domingo, 25 de julho de 2010
.........................
Passos leves
passos pesados
coerentes
discorridos
afetados.
Os laços embalados
sobre cinturas soturnas
passantes
simulando emoções
estimulando ereções
olhares se tornam
pendulos agressivos
nebulosos entre a fumaça
o hábito e a dor.
dia-a-dia
tomamos a forma
de onde estamos
perdidos em um círculo
uma esfera de repetições
.............
Passos leves
passos pesados
coerentes
discorridos
afetados.
Os laços embalados
sobre cinturas soturnas
passantes
simulando emoções
estimulando ereções
olhares se tornam
pendulos agressivos
nebulosos entre a fumaça
o hábito e a dor.
dia-a-dia
tomamos a forma
de onde estamos
perdidos em um círculo
uma esfera de repetições
.............
quinta-feira, 22 de julho de 2010
terça-feira, 20 de julho de 2010
O erro contínuo
Ela apenas brilhava
enquanto toda porra
escorria.
Era subversiva
aquela obsessão
em sentir uma parte derivada
aquecer qualquer segmento
de um corpo à muito
esquecido pela ternura.
Um ideal transferido,
transformado,
tudo pelo imediato
dentre as paredes brancas
contendo colchas brancas
e corpos pardos
que se estreitam
através dos mesmos erros
cometidos
por eternas noites
repressoras.
Caridade,
tudo foi doado
sem qualquer concepção
e o que restou
foram mentiras
vontades
que se esvaem
para um fim oblíquo
em um leito
antes de parir a fuga.
Ele nasce
e já esqueceu.
enquanto toda porra
escorria.
Era subversiva
aquela obsessão
em sentir uma parte derivada
aquecer qualquer segmento
de um corpo à muito
esquecido pela ternura.
Um ideal transferido,
transformado,
tudo pelo imediato
dentre as paredes brancas
contendo colchas brancas
e corpos pardos
que se estreitam
através dos mesmos erros
cometidos
por eternas noites
repressoras.
Caridade,
tudo foi doado
sem qualquer concepção
e o que restou
foram mentiras
vontades
que se esvaem
para um fim oblíquo
em um leito
antes de parir a fuga.
Ele nasce
e já esqueceu.
segunda-feira, 19 de julho de 2010
domingo, 18 de julho de 2010
quinta-feira, 15 de julho de 2010
Parafraseando Leminski
As vezes seu silêncio
me lembra de que não existo
não me fale de paz
pois paz é isto.
me lembra de que não existo
não me fale de paz
pois paz é isto.
terça-feira, 13 de julho de 2010
Limpo rastejo
Rastejando
pele adentro
enquanto todos aspiravam
mais.
Policiais e delegados
lançando suas sombras
sobre suas próprias leis
em confusão
com princípios e ética
e os monstros
domados e tomados
em desespero
esperam o sono chegar.
Na noite
eles não estavam nus
mas protegidos
pelo blackout
que prenuncia
o amanhecer da desesperança.
Saiam ratos
roam meus rastros
e dissolvam
o viver.
pele adentro
enquanto todos aspiravam
mais.
Policiais e delegados
lançando suas sombras
sobre suas próprias leis
em confusão
com princípios e ética
e os monstros
domados e tomados
em desespero
esperam o sono chegar.
Na noite
eles não estavam nus
mas protegidos
pelo blackout
que prenuncia
o amanhecer da desesperança.
Saiam ratos
roam meus rastros
e dissolvam
o viver.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
being
Somos todos inocentes
de nossas próprias agústias
e corremos contra o fogo
para não nos encharcarmos
em memórias.
O fundo é raso
e ele nunca se distanciou
do ventre eterno
de onde nos lançamos
para o sofrimento.
palavras sem fim,
deixe de lado
o ser.
de nossas próprias agústias
e corremos contra o fogo
para não nos encharcarmos
em memórias.
O fundo é raso
e ele nunca se distanciou
do ventre eterno
de onde nos lançamos
para o sofrimento.
palavras sem fim,
deixe de lado
o ser.
terça-feira, 22 de junho de 2010
domingo, 20 de junho de 2010
domingo, 30 de maio de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
domingo, 9 de maio de 2010
sexta-feira, 9 de abril de 2010
terça-feira, 6 de abril de 2010
sábado, 6 de março de 2010
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
domingo, 21 de fevereiro de 2010
domingo, 7 de fevereiro de 2010
segunda-feira, 25 de janeiro de 2010
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Meu Estado Imperial
No dia 7
de algum mês de 1893
em um balanço invejável
um velho político
percorreu os becos ávidos
de uma cidade comum.
Em seu discurso inacabável
proferiu frases
que tingiram todos os anos
seguintes.
Suas ideia inovadoras
sobre a pictografia nas moedas
e a valorização de Deus
impressa em dinheiro
jamais serão esquecidas
e hoje são expressas
por construções napoleônicas
nos quatro cardeais do mundo.
Estas histórias contadas
por papéis impressos
independentemente das economias
secretas do estado
têm condecorado o mundo
com um imperialismo
único
e somente substancializado
por atos colossais
tal qual
a separação do mundo
em sua independência para com
a camada que o sufoca
calada e translucida.
E aqueles tolos
inconscientemente iluminados
com estas ideias brilhantes
proclamam seus ideais confusos
em paradas proliferas
para salvar animais extintos
de animais que entram em extinção
nas partes gloriosas do planeta
aonde a fome é um costume
e os budistas rezam fartos
em haréns recheados
de odaliscas.
Protestantes malignos,
reconheçam,
estão absortos nos próprios complexos
e não precisamos disso
e sim mais uma nota
dizendo que "Em Deus Acreditamos."
de algum mês de 1893
em um balanço invejável
um velho político
percorreu os becos ávidos
de uma cidade comum.
Em seu discurso inacabável
proferiu frases
que tingiram todos os anos
seguintes.
Suas ideia inovadoras
sobre a pictografia nas moedas
e a valorização de Deus
impressa em dinheiro
jamais serão esquecidas
e hoje são expressas
por construções napoleônicas
nos quatro cardeais do mundo.
Estas histórias contadas
por papéis impressos
independentemente das economias
secretas do estado
têm condecorado o mundo
com um imperialismo
único
e somente substancializado
por atos colossais
tal qual
a separação do mundo
em sua independência para com
a camada que o sufoca
calada e translucida.
E aqueles tolos
inconscientemente iluminados
com estas ideias brilhantes
proclamam seus ideais confusos
em paradas proliferas
para salvar animais extintos
de animais que entram em extinção
nas partes gloriosas do planeta
aonde a fome é um costume
e os budistas rezam fartos
em haréns recheados
de odaliscas.
Protestantes malignos,
reconheçam,
estão absortos nos próprios complexos
e não precisamos disso
e sim mais uma nota
dizendo que "Em Deus Acreditamos."
domingo, 17 de janeiro de 2010
Grandes passos na própria desigualdade
Alegre
é o canto dos consequentes
que seguem a via
da amargura
contando os passos
em um compasso uniforme,
sem oscilar,
sem tropeçar nas dúvidas
do que não veio.
Miseráveis,
todos
em todas as horas,
distantes do que virá
neste frio cego
que é levar o rosto
ao chão.
Sentimentos de traição
à própria verve
vindo incessantes
e magnificamente roubando
cones e bastonetes
dos olhos que espelham
o futuro.
Destoantes modos
que guiam
os horrores,
talvez prazerosos,
conseguintes da vida.
A facilidade do horror
é a grandeza do belo
e para os pensantes
nada passa de
um ângulo.
é o canto dos consequentes
que seguem a via
da amargura
contando os passos
em um compasso uniforme,
sem oscilar,
sem tropeçar nas dúvidas
do que não veio.
Miseráveis,
todos
em todas as horas,
distantes do que virá
neste frio cego
que é levar o rosto
ao chão.
Sentimentos de traição
à própria verve
vindo incessantes
e magnificamente roubando
cones e bastonetes
dos olhos que espelham
o futuro.
Destoantes modos
que guiam
os horrores,
talvez prazerosos,
conseguintes da vida.
A facilidade do horror
é a grandeza do belo
e para os pensantes
nada passa de
um ângulo.
sábado, 9 de janeiro de 2010
A espinha do coração mutável
O primeiro nascer do sol
foi lindo.
Sem criações compostas
e longe do alvorecer eterista
a beleza pura se levantou,
foi quando me prometeu seu amor
independe de passado ou presente.
Mas a evolução é devassa
e logo primitivos seres
criaram pernas longas o suficiente
para invadir o continente,
destruir a nação do puro
substancialismo do direito natural
de nossa unidade dupla.
O vento pesado
rufava nos aglomerados arbóreos,
que dançavam bêbados
batizando todos os seres
com o pecado real,impulsivo.
O quadro foi perpetuado
com chuvas ofensivas
de populações incessantes
que devoraram o espaço do pensamento
e do sentimento puro.
As ilhas não eram isoladas
e as montanhas não cantavam haikais desolados
o suficiente
para unir os opostos
do paraíso.
Perturbadas horas
corriam por nossos encontros
e a paz era o sonho,
onde solitário podia
contar os nós na sua espinha.
Insuficiência minha
não poder ignorar os fluxos
e a agressividade moderna
que cegaram
a pureza que nasceu com teu amor
que paciente apurou o significado
desta sabedoria milenar.
Agora tudo continuará sem cessar,pois,
mas com calma
passos sábios assobiaram
ao sabiá do leste
que alvo mostrará o caminho.
foi lindo.
Sem criações compostas
e longe do alvorecer eterista
a beleza pura se levantou,
foi quando me prometeu seu amor
independe de passado ou presente.
Mas a evolução é devassa
e logo primitivos seres
criaram pernas longas o suficiente
para invadir o continente,
destruir a nação do puro
substancialismo do direito natural
de nossa unidade dupla.
O vento pesado
rufava nos aglomerados arbóreos,
que dançavam bêbados
batizando todos os seres
com o pecado real,impulsivo.
O quadro foi perpetuado
com chuvas ofensivas
de populações incessantes
que devoraram o espaço do pensamento
e do sentimento puro.
As ilhas não eram isoladas
e as montanhas não cantavam haikais desolados
o suficiente
para unir os opostos
do paraíso.
Perturbadas horas
corriam por nossos encontros
e a paz era o sonho,
onde solitário podia
contar os nós na sua espinha.
Insuficiência minha
não poder ignorar os fluxos
e a agressividade moderna
que cegaram
a pureza que nasceu com teu amor
que paciente apurou o significado
desta sabedoria milenar.
Agora tudo continuará sem cessar,pois,
mas com calma
passos sábios assobiaram
ao sabiá do leste
que alvo mostrará o caminho.
quarta-feira, 6 de janeiro de 2010
Libelo à primeira pessoa.
Por entre a pia verdidão
,que corre pelos corredores do infinito,
como sinapses ou bronquíolos,
rastejam e imploram pelo
adubo vertiginoso
os finais felizes.
Cada vez mais necessários
no tresloucar veloz e futurista
da era aonde o tempo se extinguiu
no intervalo de um batimento ou pulso
cardíaco.
O mundo de grandes histórias
e vagabundos e trens
e livros premiados de Steinbeck
e metamorfoses loucas na traseira de um cadilac
foi ocultado
pela sombra do evoluir indeciso
que não segue, nem para.
O olhar brilhante
perante a magnitude
de um estrelar na verdidão traçada
pelo horizonte vasto
é calado pelo piscar
dos mesmos olhos.
A escuridão reproduzindo
a trilha sonora de Dante
em cada face sombreada
e em toda sorte de circulo
infernal.
E a grandeza natural do homem,
absorta nas lágrimas da tristeza
hipócrita,
só precisa de mais uma
história de amor
com um interlúdio desesperador
para provar
que o fim pode ser diferente.
Sê mártir, não carrasco.
,que corre pelos corredores do infinito,
como sinapses ou bronquíolos,
rastejam e imploram pelo
adubo vertiginoso
os finais felizes.
Cada vez mais necessários
no tresloucar veloz e futurista
da era aonde o tempo se extinguiu
no intervalo de um batimento ou pulso
cardíaco.
O mundo de grandes histórias
e vagabundos e trens
e livros premiados de Steinbeck
e metamorfoses loucas na traseira de um cadilac
foi ocultado
pela sombra do evoluir indeciso
que não segue, nem para.
O olhar brilhante
perante a magnitude
de um estrelar na verdidão traçada
pelo horizonte vasto
é calado pelo piscar
dos mesmos olhos.
A escuridão reproduzindo
a trilha sonora de Dante
em cada face sombreada
e em toda sorte de circulo
infernal.
E a grandeza natural do homem,
absorta nas lágrimas da tristeza
hipócrita,
só precisa de mais uma
história de amor
com um interlúdio desesperador
para provar
que o fim pode ser diferente.
Sê mártir, não carrasco.
terça-feira, 5 de janeiro de 2010
[Nada foi dito]
Para sempre valerá
o veneno
da duplicidade
da intensão.
Construindo
a absência dia após dia
até o dízimo.
Quem mudará
antes de corroerem-se
as estatuas sagradas
de Aleijadinho.
Uma manhã
manchada por
talvez ações matutinas
ou noturnas
pré despertar.
Quem dirá alô
com amor ao mundo
se nem religião se presa.
Se com pressa a saudade
abala até a razão
seca e intrínseca
nos olhos erradios
cruzando as maçãs do rosto tolerado.
E um pouco de carvão
engasgado e fraco em ligações sigma,
simples vacilos
entre os espasmos,
queimando por entre arrependimento
e luxúria imperceptível
para desatentos.
Cada palavra colocada
em intensão direcionada
sem prever os resultados da percepção
mais superficial que seja.
Quebrados,
os cacos penetram em letras
rabiscadas sem o mínimo
de precaução.
o veneno
da duplicidade
da intensão.
Construindo
a absência dia após dia
até o dízimo.
Quem mudará
antes de corroerem-se
as estatuas sagradas
de Aleijadinho.
Uma manhã
manchada por
talvez ações matutinas
ou noturnas
pré despertar.
Quem dirá alô
com amor ao mundo
se nem religião se presa.
Se com pressa a saudade
abala até a razão
seca e intrínseca
nos olhos erradios
cruzando as maçãs do rosto tolerado.
E um pouco de carvão
engasgado e fraco em ligações sigma,
simples vacilos
entre os espasmos,
queimando por entre arrependimento
e luxúria imperceptível
para desatentos.
Cada palavra colocada
em intensão direcionada
sem prever os resultados da percepção
mais superficial que seja.
Quebrados,
os cacos penetram em letras
rabiscadas sem o mínimo
de precaução.
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