terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Um beijos e outras garrafas

Lá estava,
acossado à sarjeta
enquanto ratos ou delírios
traçavam cortes em sua turbulência.

Roupas bege,
olhos vermelhos
e algum traço de luxúria ébria
escorrendo por seus braços
destrutivamente colocados
na pose da noite.

Em meio à mancha rija de pelos
era possível reconhecer outra,
vermelha.

Vermelho prostituição,
a cor engarrafada pronta para a explosão
que mapeia a decadência.

Porém, tudo começa com os olhos
e geralmente
também com eles acaba.

Cerrados,
fixos,
isolados.

amanheceu

domingo, 26 de dezembro de 2010

foi calma a fuga do vazio
que apenas refletiu
a inércia de pensamentos teimosos.

sinto a falta
e ela comprova
a fraqueza para com aquilo
que não podemos ver.
amanheço noite
partindo aos lábios
da indisposição.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Intrépido reciclo cotidiano

A escuridão cai
na estrada de meus olhos
que escorre em ínfimas e eternas
janelas deslocadas
de centros harmonicamente límpidos
à abstrações oníricas em transes
surreais que arrebatam minhas lágrimas
antes mesmo da solubilidade reverberante
de suas palavras, como o ar,
salvar minha vida.

O que deveríamos fazer
quando a impermanência,
mentalmente,
é taxada de fodida
e a nudez de nossas esperanças
trava uma guerra com a prepotente e pretensiosa impotência?

O vento ébrio no breu silencioso
despencando toneladas como facas
enquanto o cosmos impõe o necessário
arremessando sol ao leste e minha face
ao chão.

Céus,
um último suspiro compressado
e o amanhã passou.
"A Paixão exige paciência"

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Acordo no meio da noite
entre sonhos claustrofóbicos
que urram,
devo defender a dissimulação.

"Você tem que esconder
tudo que lhe é sagrado"

O medo mutilando a língua
que tentava desafiar
o sorriso amargo
de todos aqueles doentes vadios.

Tudo que é feito
lhe dá vontade
de entregar
a vida,
o medo,
mas não as palavras
que restam apenas
como consolo
para o próximo passo errante.

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Sombra

A primeira metamorfose
é o susto inesperado,
porém preguiçoso
e quando começam as canções
da inovação
choramos ao céu
vogais não pronunciadas
ao nascer do sol.

Pela experiência incessante,
a próxima transformação
chega
e como antes
é pretérita à aceitação.
Se fossemos preparados
ou prontos
não haveria dinâmica
e a impermanência
seria o maior mito
desde a salvação
após o dilúvio.

Recostados
rastejamos,
pois começa a se espalhar
a tristeza
que acalentará
a estadia atemporal
de nossa consciência.

Será como as baratas e os ratos,
acanhados pela submissão de olhares discriminantes,
se espalhará pelas periferias de nossa visão
como uma solução, que apenas temporária,
trará pinceladas de esquecimento.

Com o tempo e a destreza,
se tornará melancolia
e com tamanha naturalidade
envolverá a todos.

É tímida durante o dia
e o céu
anoite.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Os joelhos
não bastam
para que o que tudo parece
nada ser.

Já diriam,
o Budismo é fácil
para os bons momentos.
Todos os bons desejos
adormeceram com aquela cidade
e mais especialmente
naquele espelho
empoeirado
no sótão de uma lembrança.

Todos os mais bravos
ficam sóbrios
e acabam rastejando
no sangue do que pariram
com suas ilusões
que podem ser ouvidas
no eco de seus braços
atrofiados.

Já eu,
engolirei seco
para que a garganta
não deixe-me esquecer o que existiu,
pois com meu pai de joelhos
rezando para um cristo
que jamais nasceu
nada resta
do que foi dito
ou do que quis
dizer.

Os cemitérios estão cheios
daqueles que como nós
pensaram que viver
era uma eternidade
que só existe
entre um copo
e outro
,mas no fim

estávamos aqui
bem antes disso.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Sonhar é tão pouco
quando os olhos não se fecham
e a eternidade
é a madrugada.
Nessas horas
a esperança prova
ser dependência
e eu me torno
abstêmio.
Há um descompasso
entre a água e a lama
acompanha o contratempo
da terra e do ar.

É um choque hemorrágico
acordar com ideias degenerativas
sobre um por do sol permanente
e a solidão de uma letra
esquecida
pela escolha.

Não supere
a ponto
de permanecer
alterado.

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Manhã solidão

O sonho foi vago
,quando a memória observou,
e logo o sol arranhou as pálpebras
avisando que de fato
não vi seu olhar adormecido.

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

É hora de desistir
do amanhã
que perante tantas subjetividades
transcendeu a abstração.

Não se materialize
Não chegue

O futuro é a ponte para um sonho
que jamais será construída
vendo o amanhã que não reflete
em nossos olhos ébrios de distância
por não encarar os ladrilhos
de uma manhã de sol.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Os sonhos órfãos
se relacionam
junto às sobras
de seus pesadelos perplexos.

Os pintores nus
corriam com seus pincéis
calibrados com balas de 38
e retratavam todo aquele jogo
que desolação estática
em meio aos guarda-chuvas
correntes e ciganos perfumados
que não sonham mais em voltar.

Não há mais frio
que seja suficiente
para defumar todos os trocados
perdidos com as alianças
e os noivados naquela igreja
em frente a tabacaria
mais frequentada da cidade
com todos os ternos queimados
pela mentira
que é só uma desculpa
para a verdade
que todos idealizaram
com seus dentes pintados
e escravizados
escondendo as línguas afiadas
que cortam a pele daquele sonho
solitário
que jamais vira ser.

Sem pais nem mães
ou parentes relativos
compondo a estrada parida
por olhos que não piscariam
a não ser que algum porco
contasse uma piada decente
sobre suas rosquinhas favoritas
ou sua preferência por
prostitutas ruivas de lábios vermelhos
que viram sombra perto
das calças abaixadas
em frente ao 13° distrito
com toda sujeira da cidade
sendo insuficiente
para tornar aquela saia limpa
mesmo que por comparação
sendo que o radiador do carro
esquentava com a sirene
desbocada já que o pouco troco
foi o restou
daqueles sonhos independentes
de qualquer retrato
que não sobra
nem para retroceder
a uma imagem seca
do por do sol
antes de amanhã.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O fardo que tomo
é o mesmo que carrego
e equilibro
pelos becos fétidos
dessa cidade.

Toda masturbação
desemboca em trincheiras cegas
que devem acabar
engravidando
com gravidade
os animais do subsolo.

Cercado de envolturas
em um pleonasmo
subtropical,
vejo que a repetição
é o vazio
do meu nome.

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Será caso
de o acaso provar
se é ou será
algo ou uma vez.

Único é apenas um oximoro,
seja masculino,
seja feminido,
mas melhor é
deixar de ser.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Real

Enquanto eles cantavam
aquele hino mórbido
e suavemente
compassavam a batida
harmônica e vã,
a lágrima
escorreu
e solitária
significou

todo aquele momento
e toda história
que já havia sido
decifrada.

É cômico
como a tragédia
tende a uma simplicidade
monocromática
ou simplesmente
cinza.

Como um bebê,
aquela lágrima escorreu
para se confortar
nos braços
daquela que mais temo
por ser fruto
de minha interpretação.

Naquele momento vi
que a realidade
é egoísta.
No sexto segundo
de uma última palavra
você mostrou
quem era aquele
que te atacava.

Avante e incessante
percebi
como minha massa inerte
é apenas um aborto maturo
dos círculos que transamos
através do pensamento.

Talvez eu devesse forçar,
pois uma vez
impermanente
deveria retornar.

domingo, 17 de outubro de 2010

Outubro, em big sur

A figura
está na parede
contando a história
de nossas
desavenças.

Por favor,
é silecioso
e não cala,
mas cale-se
e não afaste de mim
este.

O quarto
é seu,
mas sou eu
na forma batida
e desgraçada.

Não é possível
arranhar esta memória
que persegue
a felicidade.

"Ele te enterrou
em todo lugar
que foi,
enquanto você aparecia
e era a tremedeira
da madrugada."

Então chova,
pois a mancha no rosto
é translúcida
enquanto o coração
permanecer aquela coisa
que não ouve
e ousa desenterrar
as lombrigas da chance
que a escolha
desvendou.

Eu sou você
nos sapatos amargos
da ilusão.
Que para sempre
seja vida
,pois ou é piquinique
ou é guerra.

Nos meios termos
me perco,
por isso a desculpa
é verborragia.

Talvez não haja
aquela palavra
com a qual
tanto sonho
para descrever
a perdição
no nosso dia
de sol.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Ele forçou
até nunca mais
voltar.
Às vezes
o mundo parece
estar em chamas,
imergido no caos
que todo cosmopolita
carrega
devastando seu peito.

É enganoso,
pois envolto
pelo choque subjetivo
posso escolher
a individualidade,
solitária e pacífica,
de seus olhos.

Neles,
o caos é sombra
que esvai
com as luzes apagadas.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Se construimos
castelos eruditos
com a ajuda
de algumas substancias
nao somos mais fracos
mas apenas
exageros
que transcendem
a gramatica.
Como bonecas
quietas e perfeitas
elas se assemelham
conjuntamente
e tranquilizam.

Os nomes sao familiares
e eu rezo
para que cada hora seja
outra.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Eu ainda sonho
de joelhos,
implorando ao tempo do céu
que passe sem cortar
meus dedos.
"tranjando trajes tristes
transando trastes transidos"

miss 1957

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Coragem, para nunca mais.

O mundo
tem apenas dois dias
e em ambos
nos foge a coragem
de declarar a beleza
da trivialidade.

Temer é vulgar,
principalmente as mudanças.

É impotente pensar,
mesmo como o prenúncio do ato.

O mundo
tem apenas dois segundos
e em ambos
atingi a clareira
do ser.

Se foi
com o único fio
do desespero,
chega a coragem
e os moinhos.

Os cavalos estão calados e respondem apontando o olhar desbravador para os globos que escondemos obliquamente ou tremeluzindo. As nuvens se sobrepõe, mostrando que não somos os únicos em conjunção temendo o desaparecimento.

E o vento traz
as palavras
que se fossem sagradas
teriam salvado
aquelas almas.

É supresa
que destrai o afeto obsessivo
que em pulsações
compõe a melodia
de um único futuro.

Envoltos corpos,
retesos em consonância
e ambíguos
ao partirem.

A casa é binária,
é sim
ou não.
Os passos
são compassos únicos,
decididos.

As portas se fecham e o quarto anoitece. Os ruídos são nulos enquanto um deita e sonha com a perenidade daquelas palavras no teto. As gavetas rangem e as portas atiram antes mesmo de um dedo trazer o fim,

foi a última
história.

domingo, 3 de outubro de 2010

Eles pregavam a palavra,
como todo dia
na mesma rua.

O sofrtimento
é comum ao ser humano,
esse é o caminho
da insistência liturgica.

Pensei,
se correto fosse
não estaria
enclausurado
em um poço sem eco.

É um silêncio verborrágico,
este calou
o sol nascente.

Vão

É esta praia
de guarda-chuvas
que chovem em meio
à estagnção cinzenta
que me faz temer.

Uivante e unissona
é a massa de espectativas,
lírica para os fortes,
avassaladora
para os fracos.

Que eles partam
na única direção suicida,
pois com a face retraída
no engano do olhar
transcendo em ideias
que provam
a insuficiência das
palavras.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

E pensar
que seria pretérito
se a pretensão
não fosse pelo futuro
de outro passado.

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Números Fétidos

Talvez tudo seja
quantificável.
Quando comecei a urinar
cinco vezes a mais por dia,
fiz isso cinco vezes a mais
em minhas calças.

Por isso
deixei de dormir
e tenho evitado
cagar.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Dentre castanhas

Me carece essa vontade,
tão distante quanto o horizonte,
comum como a esfera.

Você acreditaria
se eu dissesse
que hoje, de olhos fechados,
senti o trigo crescendo
ao meu lado,
calmo,
sem ímpeto em ser.

Que conforto da cor do mel,
distanciando se da terra,
distanciando me da terra.

Deviam passar alguns pássaros,
pois disparavam notas
como as vozes
do centro da cidade
que impedem meu descanso
como cada palavra que eu
pronunciei.

Roçava em mim
aquele caule áspero
que me lembra a saudade
e ao mesmo tempo
o calor.

Sempre foi assim,
dual e impetuoso,
um desejo
que nos faz rir
quando encostamos em
alguma ferida
como a nossa.

Não foi surpresa alguma
quando abri os olhos.
Não há trigo,
apenas delírios cobertos
sobre meu colchão.

Inexiste um propósito
em escrever,
digo apenas
que de olhos fechados
estive em um lugar
melhor.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

In Verbis

Esses problemas,
reclamo aos demais
que desarmados de roupas
e dilemas
prescreveram bulas
de soluções.

Desarmados
de minhas roupas
de meus dilemas.

Sofismados
por sequências numéricas
e revoluções factuais,
sentem-se
castrados
perante
a sensibilidade.

Meu erro
tem personalidade
e se veste
com minhas melhores roupas,
as de domingo.
Dialoga com o mundo
e se revolta
ignorando meus olhos.

Pagãos e cristãos,
todos lado a lado
dacaindo pari passu
e sobro eu
agnóstico sobre o muro,

in verbis:
decaindo solitário.
"agosto passou impune,
foi uma avalanche atrasada de dor
que só culminou suas fatalidades
nos primeiros dias de setembro"

-O turista

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

esses momentos
começam
quando seus cigarros
molham
e o que preciso
para um suspiro
é o que mata
pelo uso
ou desuso.

é duro acreditar
que o melhor ar que respiro
traz 4.700 substâncias
que fazem meu prazer.

e a felicidade
não é complexa.

De rima derrama

Eles gritam no andar de cima
e gritam ao meu lado.
Todos castrados pela luxúria,
estrondeante cadafalso.

Enfileirados,
vão à forca.
É o método
mais lindo de viver.
Atordoados,
despediram-se
das perguntas,
do sofrer.

Eu calo,
não proclamo,
pois sentir
é desesperar.
Em meu deserto
só há chuva
quando ouso
contemplar.

Falar deve ser claro.
enquanto estiverem
não estarei

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Um pouco menos que liberdade

Vi cães enxarcados
se enforcando
com minhas roupas

em uma praça famosa
cheia de sonhos
construídos de areia.

Eles gostariam
de partir,
partilharam a morte
como caridade.

Sem ar,
atordoei.
Jamais se deve confiar
em um espelho translúcido
quando transcende de mim
o magnetismo
que faz continuar.

O chão era sangue
e afundar
pareceu apenas seguir
alguma teoria de Hilbert.

É tudo tão certo,
essa não é minha vida
e minto se disser
que aqueles cães
escolheram morrer.
Esse sol
nos matém acordados,
nos faz esquecer
do que foi
real.

Se nos sentimos
bem,
não nos recordamos
que nascemos
antes de Adão.



Contrários

Nos armamos
da resistência.
Evitar o fim
é enganar?

Entre as mentiras
cresceu dentro de mim
concretamente
essa humanidade.

Surge o pecado

O sol não vai
se preocupar em brilhar
se às mãos de desejo
os cabelos escorrerem.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Adoradores de Concreto

Vejo hoje
como minha abstração
não é bem-vinda.

Eles urgem
pelo rígido.

Nesse quadro
só me resta
retrair.

Engraçado.

Com minha faca
virada para o abismo,
todos sorriem
e em silêncio
,complacente,
conto a piada
que é calar.

Olho você
e percebo,
meus sentimentos
são como prostitutas,

independem
do desprezo social
para atingir a perdição
e ainda
satisfazem outrem

"Latinamente Só"

"É temporário",
ele disse
e a porta do trem se fechou.

Tudo devia ao ser,
não era possível
negar
mesmo enquanto os dedos
tocavam a melodia
da falta.

Quando o salão
se esvaziou
pode-se ouvir
os passos na rua,
bom
o salão sempre esteve
concisamente vazio.

É temporário,
aquilo que foi perene.

Na miséria
eles pularam de mãos dadas
naquele rio,
condenado e condenaram-o
por ineficiência
das palavras pequenas.

Tão cruel
foi receber esmola
durante os anos negros
da economia ocidental,
que acidente.

Por isso
hoje escrevo,
como uma bibiana
sem terra.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Meu futuro,
li pérfido
na mão de um robô.

Sinto-me humano

A cada tragada calada
percebo,
a força esvai
lenta
e quase imperceptível.

Mas, tudo isso
é indispensável.

A fraqueza espanta
e quando vem muda
parece que gritamos,
por nos distanciarmos
dessa sociedade.

É temível
sentir-se humano.

Na rua,
alguns andam
e outros dirigem.
Todos
com sua individualidade
direto
para caminhos
que distanciam-se
do meu.

É surpresa
quando nos encontramos
e dois caminhos
se anulam.

Duas solidões
foram passear
e me contaram
que acompanhadas
não mais
o são.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Já que é assim

Se na vida tudo posso
corro com m,
minto com s
e intendo
com e.
Aleijado de uma alma,
de tormentas
e intesões
se tornou
apático
em maio
no mês de boas
ações.
apese-se,
apressado
arrepende.
apetece
agora,
asno.

passou.

Em uma casa, uma criança

Ao silêncio
de todos esses anos,
guardo a memória
por não se calar.

Ouvi uma história
sobre um maestro
e sobre saudade.
Deve ser esta
a melodia
do meu silêncio,
que se arrasta calado
e grita
na solidão,
grita sempre
acompanhado.

Hoje não foi suficiente cantar na capela
e roubaram as galinhas do padre.
Eles nos jogam a corda
e gritam para
cairmos.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Como santos,
flutuamos pelas ruas.
Pregamos a bondade
através de nossos goles,
afastamos o mal
e livramo-nos
do pecado.

Como santos
consumimos o mal
com nossos corpos.
De cansaço,
desmaiamos
e como santos
não sonhamos.

incompleto...

Por todos
aqueles anos.
Resguardo a foto
de meus olhos chorando,
é apenas
o que
vejo.

Sua prima,
ela deu as caras por aqui
me contou sobre o calor
e como o tempo tem mudado.
Assenti com a cabeça
tendo toda certeza
de que nada percebi.

Ela relembrou
aqueles almoços
com toda sua família,
como odiava.
As fotos
daquele em especial
só me mostravam santos.
Naquele dia
naquele rio
aqueles santos
cantaram a canção
que fez jurar.

Não demora.

Lembrar a canção
parece
ser o que me tornei
e ela esvai
enquanto eu vou.

[...]

terça-feira, 24 de agosto de 2010

às vezes
tento ser,
absurdo.
percebo,
isto é descrever.

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

olho a tela branca
e não vejo respostas
a resposta é esquecer
de orgulho
já morreram três

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

citando edek

"Mais um dia inútil
Com ensinamentos reais
e Alegrias passageiras"

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

O circo da desesperança

Venham meus caros
assistam o circo da desesperança.
Sim, ele é incostante.
Vocês verão
o fluxo hemorrágico de ações
parcialmente parlamentares
mas nada diplomáticas
que darão consequências
à horas júbilo que trará
de volta os tempos de Dionísio.
Tragam suas garrafas,
tragam todas as suas garrafas.
Eles têm sede,
bebem da vida em bongs de 20litros
e saem em busca de mais,
muito mais,
tudo será deles ao mesmo tempo
em que nada terão.
Não se afobem, melancólicos.
A chuva de risos
é apenas o começo
de toda e qualquer
boa tragédia.
No cimo da alegria
só restará a queda
e do topo do Olimpo ao chão
as pedras se tornam
incontáveis.
Venham curiosos,
este circo é a eternidade
e quando despencam
só restarão as risadas,
prazer,gozo,volúpias interiores,
vocês sentirão o gosto
de estar sobre todos eles,
de massacrar os sonhos
com respostas ridículas
sobre valores e a estrutura da sociedade.
E quando o chão chegar,
se escondam,espectadores.
O inferno começará
para todos nós.

sábado, 14 de agosto de 2010

"cuide com aqueles que encaram, eles sorriem apenas para ver aonde você morre"

Deperdure

meus olhos
são poeira,
a daqueles
que passaram

meus segundos
são passantes
e a melodia
é a dos saltos
que penetram no chão

quando o dia acaba
os parasitas
ainda rastejam
como a lua
que timida
intimida
para os pesadelos
se sentirem a vontade
ao se aconchegarem
nas cobertas
da ilusão

e isso
é amor.

terça-feira, 10 de agosto de 2010

Fluxo duvidoso

foi surtir efeito
quando duvidou,
pés de glória
no luar rubro
na cascata de paralelepípedos

cada frase
cada movimento
devagar
esvaía

não era plural
nem singular
era vontade
erro tarde
por achar

cabelos sujos
a iluminar
há dúvida
à questionar

mas fez sentido
no momento militar
em rubros paralelepípedos
na cascata do luar

justo

"Begônias silvestres

o sumiço da sua silhueta amiga
fez meu perfil baixar a cabeça
as cores da tarde, cinzas cinzas
as luzes da noite, negras negras

desaparecer não é para qualquer um
só você, misto de mistério e dúvida
pode estar em lugar nenhum
e ainda me tocar, por música"

"engraçado
esse sujeito
que vi
na rua

não existiria
se eu
não o tivesse
visto

engraçado
esse sonho

eu só
existir
aos
olhos
daquele
sujeito
estranho"

M.Prado

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Que consolo

Depois de algum tempo
acabei aprendendo
a piada que sempre tentou
me contar.

Era algo
sobre um gajo cego
encarando eternamente
um foço de ampla escuridão,
esperou
traçar o fundo.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Fragmentos desconexos

Não me lembro bem
por que acordei hoje,
mas era algo sobre um sonho,
sobre você
ou talvez
sobre eu.

Mas não se decepcione,
não mais.
O que está errado
já deveria estar antes.

É uma chance
que passará
e todos acabarão
lá.

Talvez seja este
o problema,
talvez esta seja
a grande dificuldade,
o diagrama da felicidade.

Neste segundo,
com meu silêncio
e sua distância,
percebo
que não vou
a lugar algum
com este estado
de comoção.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Houveram tempos

Talvez seja o final
de uma juventude
esta desesperança
sobre o onírico.
Acordar
com a pele tão boa,
os dedos amarelados
e o cabelo
incessantemente
engraxado.
Olhar as crianças,
fumando seus cigarros
e sonhando nos parques.
Rodam com a enorme
roda da inocência.
Eu desapareço
em tamanha crença,
observo como positivista,
puro de qualquer intensão
de minha subjetividade.
Eles cortam seus cabelos,
escrevem poesia,
eu já estive neste quarto.
As bandeiras armadas
e os pelotões marchando,
todos concisos
de um jeito sagrado
mas perecível.
Derrepente
o crime é partir
e o olhar de adeus
é tomado
pela lágrima da saudade.
Houve um tempo

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Madonna da tristeza

OS missionários rodeavam
enquanto adeptos e veneradores
brilhavam
como pássaros roucos
com seus cigarros.
Quantos poderiam pensar
que a proteção
no fim sairia de seus bolsos.

Foram vários para carregá-la,
suas professias pesavam
e a subnutrição oriental
não fortificava os corações vulneráveis.
Um olhar de metal
arrastando a força
aqueles dentre eles
que achavam poder resistir
a silhueta cigana e certeira
como um luar
baixo e acolhedor.

Deve-se esperar?
Os reis chegarão
e com suas listas de pertences
tirarão seus lábios de urânio,
mas quem acharia isso suficiente
com estes modos espanhóis
e um contorno de lucros
justificando o dilúvio e o céu.

Fazendeiros e prisioneiros
mostravam seus dentes amarelados
que ofuscavam
de maneira simpática
a cruz encravada nas unhas
dos que a movimentavam.
Com roupas bregas,
nenhum negava se sujar
por apenas um olhar fingido e desviado
de tamanha presença.

Com a memória típica da artilharia
e o desejo de um navio portenho
,cujos pés
jamais alçarão em vontade
de retornar para o estatismo
que pode nos destruir,
mostrava por que guiar
com olhos tristes
que me fizeram esperar
outras três
eternidades.

domingo, 1 de agosto de 2010

Sendo sua vez, eu abandono

Quebrarei em dois
e imaculado
tomarei a decisão
de ceder uma vez mais
o sangue de meus joelhos
ao chão.
É a atração perpétua,
sem escapatória,
entregue à decadente
frustração
das expectativas
turvas e provocantes
que escarram
momentos que erradicam
o verdadeiro,
o tardio.

Mas a certeza
de um segundo
sentindo
vale a queda.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

1958

O canto dos pássaros
era desolado,
foi o que disse
o homem que enlouqueceu
em Big Sur.

Era ele,
o olhar contava,
denunciava o horizonte
do desespero
e o que restava
era a crença
de que um dia
tudo esteve certo.

O chão
não conforta,
não enfrenta.
Como eu
mas não como você.

O fim é sempre
um momento anterior,
um passado
que só obscurece
à luz da comparação
e com seus olhos fechados
chegará o verão
de sua autonomia.
Cego como os daqueles
cujos olhos

foram devorados.

Faça-me jurar

É sempre meia noite
é sempre começo
é sempre fim

já não sei se vivo
já não sei se morro.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

Ele podia dormir
então nunca notou
os pesadelos
de um olhar.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

10 segundos

Como as folhas
na copa da vida
tendemos a oscilar mais
de acordo com o vento
que nos urra.
Quando demasiado
vamos para longe
e até apodrecemos.
Mas diferente
da proteção,
na exterioridade
é que brilhamos.

domingo, 25 de julho de 2010

.........................
Passos leves
passos pesados
coerentes
discorridos
afetados.

Os laços embalados
sobre cinturas soturnas
passantes
simulando emoções
estimulando ereções

olhares se tornam
pendulos agressivos
nebulosos entre a fumaça
o hábito e a dor.

dia-a-dia
tomamos a forma
de onde estamos
perdidos em um círculo
uma esfera de repetições
.............

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Um dia
acabarei preso
por meus sonhos

terça-feira, 20 de julho de 2010

O erro contínuo

Ela apenas brilhava
enquanto toda porra
escorria.
Era subversiva
aquela obsessão
em sentir uma parte derivada
aquecer qualquer segmento
de um corpo à muito
esquecido pela ternura.

Um ideal transferido,
transformado,
tudo pelo imediato
dentre as paredes brancas
contendo colchas brancas
e corpos pardos
que se estreitam
através dos mesmos erros
cometidos
por eternas noites
repressoras.

Caridade,
tudo foi doado
sem qualquer concepção
e o que restou
foram mentiras
vontades
que se esvaem
para um fim oblíquo
em um leito
antes de parir a fuga.

Ele nasce
e já esqueceu.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

e grita dentro de mim
minha cidade maravilhosa
que fere,sente e mente
em um violento uivo
de perdição.

domingo, 18 de julho de 2010

Estúpido e contundido
percebo
por que pássaros
não voam na chuva
A chaleira grita na cozinha
enquanto a feira passeia
e a fumaça
se espalha.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Parafraseando Leminski

As vezes seu silêncio
me lembra de que não existo
não me fale de paz
pois paz é isto.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Limpo rastejo

Rastejando
pele adentro
enquanto todos aspiravam
mais.

Policiais e delegados
lançando suas sombras
sobre suas próprias leis
em confusão
com princípios e ética

e os monstros
domados e tomados
em desespero
esperam o sono chegar.

Na noite
eles não estavam nus
mas protegidos
pelo blackout
que prenuncia
o amanhecer da desesperança.

Saiam ratos
roam meus rastros
e dissolvam
o viver.
Mudanças
são pedaços de merda
nos quais pisamos
com um descontrole intencional
e no fim
sempre queremos
limpar os sapatos.

quinta-feira, 24 de junho de 2010

being

Somos todos inocentes
de nossas próprias agústias
e corremos contra o fogo
para não nos encharcarmos
em memórias.

O fundo é raso
e ele nunca se distanciou
do ventre eterno
de onde nos lançamos
para o sofrimento.

palavras sem fim,
deixe de lado
o ser.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Perguntei à ele
"por que o mundo é redondo?"
ele me disse que
"é por que o cú de Deus é igual
ao dos coelhos"

domingo, 20 de junho de 2010

Estamos esperando a próxima
madrugada,pois o frio
é o canto que preenche a sala.
e quando você vive
você espera algo,
que só receberá
em troca de uma mecha
perfeita
toda incogniscível.

quarta-feira, 9 de junho de 2010

um dia seremos apenas sonho,
sem se recordar,
sem esperar
acontecer

domingo, 30 de maio de 2010

corro,caio
sujo, suo
acordo, demoro
amanheceu

sexta-feira, 28 de maio de 2010

o tempo nos mostrará
que vivemos um dia
apenas em anos.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

nolugar onde não cometa erros
nolugar onde seja suficiente
aonde conto ondas de vodka
que nunca me atingirão.

domingo, 23 de maio de 2010

dentre mágoas e mudanças,
idealizadas pelo parecer mudo da inconsciência,
a expectativa é o presságio do prazer.
incontrolável e eterna espera
traz à luz,
esperar nunca será acontecer.

o todo é nada,
o nada é um
e a transformação nunca sairá
de seu intransponível processo
de translação.

domingo, 9 de maio de 2010

a busca pela satisfação
nada mais é
que a pulsação animal
transmutada
neste predestinado estado
de perdição coletiva.
O Senhor escreve reto em linhas tortas
os retratos calculados
de memórias não distantes
fazem duvidar
das verdadeiras vontades humanas.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

E o mundo vive o luto
pois o prenúncio do amanhecer
é o fim de uma eternidade

terça-feira, 6 de abril de 2010

É uma comédia de erros
esperando a próxima queda
para desaparecer
no próprio esquecimento.
Essa concepção individualista do Estado
só dificulta
a acepção da mediocridade.

Nesse Cristal de Massa
à distância
nasce a felicidade

domingo, 28 de março de 2010

Para uma obra de arte,
a inocência
só leva à perdição
Tem uma piada
que tenho tentado contar,
é minha vida.

quinta-feira, 25 de março de 2010

Todos os sentimentos
que conheceu
estavam mortos
ou encarcerados.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Viver em uma casa sem palavras
é dançar à melodia
do silêncio.

sábado, 6 de março de 2010

Deus conhece seus tumores.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Drásticas multidões
exalando sonhos triviais
engando a vida com um romance.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Dentre os passos impacientes
vejo só
a pretensão.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Prostitutas da ignorância
presos no sutra magnético
que é o vortex da eternidade.
Cegos Céus
na cega terra

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Um milagre
jamais será tão descuidado
quanto a repetição
de mover os pés
em cada passo.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Meu Estado Imperial

No dia 7
de algum mês de 1893
em um balanço invejável
um velho político
percorreu os becos ávidos
de uma cidade comum.
Em seu discurso inacabável
proferiu frases
que tingiram todos os anos
seguintes.

Suas ideia inovadoras
sobre a pictografia nas moedas
e a valorização de Deus
impressa em dinheiro
jamais serão esquecidas
e hoje são expressas
por construções napoleônicas
nos quatro cardeais do mundo.

Estas histórias contadas
por papéis impressos
independentemente das economias
secretas do estado
têm condecorado o mundo
com um imperialismo
único
e somente substancializado
por atos colossais
tal qual
a separação do mundo
em sua independência para com
a camada que o sufoca
calada e translucida.

E aqueles tolos
inconscientemente iluminados
com estas ideias brilhantes
proclamam seus ideais confusos
em paradas proliferas
para salvar animais extintos
de animais que entram em extinção
nas partes gloriosas do planeta
aonde a fome é um costume
e os budistas rezam fartos
em haréns recheados
de odaliscas.

Protestantes malignos,
reconheçam,
estão absortos nos próprios complexos
e não precisamos disso
e sim mais uma nota
dizendo que "Em Deus Acreditamos."

domingo, 17 de janeiro de 2010

Grandes passos na própria desigualdade

Alegre
é o canto dos consequentes
que seguem a via
da amargura
contando os passos
em um compasso uniforme,
sem oscilar,
sem tropeçar nas dúvidas
do que não veio.

Miseráveis,
todos
em todas as horas,
distantes do que virá
neste frio cego
que é levar o rosto
ao chão.
Sentimentos de traição
à própria verve
vindo incessantes
e magnificamente roubando
cones e bastonetes
dos olhos que espelham
o futuro.

Destoantes modos
que guiam
os horrores,
talvez prazerosos,
conseguintes da vida.

A facilidade do horror
é a grandeza do belo
e para os pensantes
nada passa de
um ângulo.

sábado, 9 de janeiro de 2010

A espinha do coração mutável

O primeiro nascer do sol
foi lindo.
Sem criações compostas
e longe do alvorecer eterista
a beleza pura se levantou,
foi quando me prometeu seu amor
independe de passado ou presente.

Mas a evolução é devassa
e logo primitivos seres
criaram pernas longas o suficiente
para invadir o continente,
destruir a nação do puro
substancialismo do direito natural
de nossa unidade dupla.

O vento pesado
rufava nos aglomerados arbóreos,
que dançavam bêbados
batizando todos os seres
com o pecado real,impulsivo.
O quadro foi perpetuado
com chuvas ofensivas
de populações incessantes
que devoraram o espaço do pensamento
e do sentimento puro.

As ilhas não eram isoladas
e as montanhas não cantavam haikais desolados
o suficiente
para unir os opostos
do paraíso.
Perturbadas horas
corriam por nossos encontros
e a paz era o sonho,
onde solitário podia
contar os nós na sua espinha.

Insuficiência minha
não poder ignorar os fluxos
e a agressividade moderna
que cegaram
a pureza que nasceu com teu amor
que paciente apurou o significado
desta sabedoria milenar.

Agora tudo continuará sem cessar,pois,
mas com calma
passos sábios assobiaram
ao sabiá do leste
que alvo mostrará o caminho.

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Libelo à primeira pessoa.

Por entre a pia verdidão
,que corre pelos corredores do infinito,
como sinapses ou bronquíolos,
rastejam e imploram pelo
adubo vertiginoso
os finais felizes.

Cada vez mais necessários
no tresloucar veloz e futurista
da era aonde o tempo se extinguiu
no intervalo de um batimento ou pulso
cardíaco.

O mundo de grandes histórias
e vagabundos e trens
e livros premiados de Steinbeck
e metamorfoses loucas na traseira de um cadilac
foi ocultado
pela sombra do evoluir indeciso
que não segue, nem para.

O olhar brilhante
perante a magnitude
de um estrelar na verdidão traçada
pelo horizonte vasto
é calado pelo piscar
dos mesmos olhos.

A escuridão reproduzindo
a trilha sonora de Dante
em cada face sombreada
e em toda sorte de circulo
infernal.

E a grandeza natural do homem,
absorta nas lágrimas da tristeza
hipócrita,
só precisa de mais uma
história de amor
com um interlúdio desesperador
para provar
que o fim pode ser diferente.

Sê mártir, não carrasco.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

[Nada foi dito]

Para sempre valerá
o veneno
da duplicidade
da intensão.

Construindo
a absência dia após dia
até o dízimo.
Quem mudará
antes de corroerem-se
as estatuas sagradas
de Aleijadinho.

Uma manhã
manchada por
talvez ações matutinas
ou noturnas
pré despertar.

Quem dirá alô
com amor ao mundo
se nem religião se presa.
Se com pressa a saudade
abala até a razão
seca e intrínseca
nos olhos erradios
cruzando as maçãs do rosto tolerado.

E um pouco de carvão
engasgado e fraco em ligações sigma,
simples vacilos
entre os espasmos,
queimando por entre arrependimento
e luxúria imperceptível
para desatentos.

Cada palavra colocada
em intensão direcionada
sem prever os resultados da percepção
mais superficial que seja.

Quebrados,
os cacos penetram em letras
rabiscadas sem o mínimo
de precaução.