terça-feira, 14 de setembro de 2010

Dentre castanhas

Me carece essa vontade,
tão distante quanto o horizonte,
comum como a esfera.

Você acreditaria
se eu dissesse
que hoje, de olhos fechados,
senti o trigo crescendo
ao meu lado,
calmo,
sem ímpeto em ser.

Que conforto da cor do mel,
distanciando se da terra,
distanciando me da terra.

Deviam passar alguns pássaros,
pois disparavam notas
como as vozes
do centro da cidade
que impedem meu descanso
como cada palavra que eu
pronunciei.

Roçava em mim
aquele caule áspero
que me lembra a saudade
e ao mesmo tempo
o calor.

Sempre foi assim,
dual e impetuoso,
um desejo
que nos faz rir
quando encostamos em
alguma ferida
como a nossa.

Não foi surpresa alguma
quando abri os olhos.
Não há trigo,
apenas delírios cobertos
sobre meu colchão.

Inexiste um propósito
em escrever,
digo apenas
que de olhos fechados
estive em um lugar
melhor.

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