terça-feira, 5 de outubro de 2010

Coragem, para nunca mais.

O mundo
tem apenas dois dias
e em ambos
nos foge a coragem
de declarar a beleza
da trivialidade.

Temer é vulgar,
principalmente as mudanças.

É impotente pensar,
mesmo como o prenúncio do ato.

O mundo
tem apenas dois segundos
e em ambos
atingi a clareira
do ser.

Se foi
com o único fio
do desespero,
chega a coragem
e os moinhos.

Os cavalos estão calados e respondem apontando o olhar desbravador para os globos que escondemos obliquamente ou tremeluzindo. As nuvens se sobrepõe, mostrando que não somos os únicos em conjunção temendo o desaparecimento.

E o vento traz
as palavras
que se fossem sagradas
teriam salvado
aquelas almas.

É supresa
que destrai o afeto obsessivo
que em pulsações
compõe a melodia
de um único futuro.

Envoltos corpos,
retesos em consonância
e ambíguos
ao partirem.

A casa é binária,
é sim
ou não.
Os passos
são compassos únicos,
decididos.

As portas se fecham e o quarto anoitece. Os ruídos são nulos enquanto um deita e sonha com a perenidade daquelas palavras no teto. As gavetas rangem e as portas atiram antes mesmo de um dedo trazer o fim,

foi a última
história.

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