segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Madonna da tristeza

OS missionários rodeavam
enquanto adeptos e veneradores
brilhavam
como pássaros roucos
com seus cigarros.
Quantos poderiam pensar
que a proteção
no fim sairia de seus bolsos.

Foram vários para carregá-la,
suas professias pesavam
e a subnutrição oriental
não fortificava os corações vulneráveis.
Um olhar de metal
arrastando a força
aqueles dentre eles
que achavam poder resistir
a silhueta cigana e certeira
como um luar
baixo e acolhedor.

Deve-se esperar?
Os reis chegarão
e com suas listas de pertences
tirarão seus lábios de urânio,
mas quem acharia isso suficiente
com estes modos espanhóis
e um contorno de lucros
justificando o dilúvio e o céu.

Fazendeiros e prisioneiros
mostravam seus dentes amarelados
que ofuscavam
de maneira simpática
a cruz encravada nas unhas
dos que a movimentavam.
Com roupas bregas,
nenhum negava se sujar
por apenas um olhar fingido e desviado
de tamanha presença.

Com a memória típica da artilharia
e o desejo de um navio portenho
,cujos pés
jamais alçarão em vontade
de retornar para o estatismo
que pode nos destruir,
mostrava por que guiar
com olhos tristes
que me fizeram esperar
outras três
eternidades.

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