sexta-feira, 30 de julho de 2010

1958

O canto dos pássaros
era desolado,
foi o que disse
o homem que enlouqueceu
em Big Sur.

Era ele,
o olhar contava,
denunciava o horizonte
do desespero
e o que restava
era a crença
de que um dia
tudo esteve certo.

O chão
não conforta,
não enfrenta.
Como eu
mas não como você.

O fim é sempre
um momento anterior,
um passado
que só obscurece
à luz da comparação
e com seus olhos fechados
chegará o verão
de sua autonomia.
Cego como os daqueles
cujos olhos

foram devorados.

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