quarta-feira, 9 de abril de 2014

Sem título - duas mãos

No acordar tudo é lento um caminhar demorado sob o mundo suspenso água, catarro, menta, doce, amargo o tempo disforme do recém inaugurado um trago no café e é notícia antiga o relógio marca-passo o nó literal na garganta carro, cubo, frio condicionado calor de verão nem se sente lá dentro tudo é estéril a forma, o objeto e a mente Dezoito horas e o mundo acabou esgotou-se o que fingia e quem queria nudez, tesão e folia agora é só preguiça, cerveja e TV Dezoito horas e tudo se consome morre o nascituro
some
contraponto, impositivo, potente
dilacerar cerveja, fumo, perseguição
o furto corrente, sequente,
  sequência-passo-des(a)caso
encontrado o momento
furtivo sorriso deslinda
não, emaranha
agarra a raiva vocal
vociferra, trânsito estaca
desfeito um caminho
arrepia, porta chia, vulta sala em sonolência
corpo opulento nada obstrui
gentil, enfrenta a janela, esquina esfumaça
a tela na sala, programa tardio
repetição pede repede
penitente
caminha, demora, não vai
em frente
viúvo sono, agarra
dedos em sonhos, pingam - chuva
tinta de rostos, cor do almoço, a pressão da escova
cai
falso alarme


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