o bom e velho lar.
desabrigada pelo sentimento,
minha cidade fantasma
nunca soube
sobre compaixão.
desagarrados vultos sem-teto-sem-tato
em pequenos cômodos mentais,
vão em frente, não olhem para os lados.
vocês e suas sombras,
eu
nada.
cabisbaixo
eu dentro de todos vocês
somos migalhas
uns nos bolsos dos outros
procurando o calor de uma mão
que jamais poderemos reconhecer
sob a ausência da luz
que nem em outro continente
podemos conceber
grandes conterrâneos,
eu e você,
suturando a oscilação,
não é a temperatura que devasta,
que nos cria.
nós,
refugiemo-nos.
eu em mim mesmo e vice-versa,
pois afinal,
as outras araucárias só nasceram
do reflexo da minha semente
e você
nunca existiu
se não sob meus olhos
à minha existência.
gostei muito.
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