terça-feira, 12 de maio de 2009

Suspiros e remelações

Tudo em volta do lago parou de crescer, naquela casa onde algum dia alguém suspirou enquando admirava a única silhueta que era possível se admirar. As sinfonias na cidade chamavam tudo e a todos freneticamente para o guincho da cadeia humana, solitário. Era de se esperar que o tempo não passasse, que seus olhos vivessem um filme triste. Beethoven estava ouvindo. Romeo havia arrancado seu coração e dedicado à caridade do rapaz, julieta já a muito havia se convertido ao homosexualismo. Ele se retirou espiritualmente para casa onde o lago cantava e os passaros controlavam a temperatura dos céus. Procurou uma garrafa de vinho em sua imaginação e fez tudo que pode para chorar. Ele era um maestro sem suas mãos, seu amor havia sido derrotado pelo castigo divino e seus pecados equilibravam se em uma balança com o mundo. Mas a melodia das limpídas águas era tão linda e os passaros o deixavam tão calmos que finalmente pode chorar, infelizmente foi pelas axilas. Sonhou com o tempo em que não conhecia a dor como se este houvesse existido,axicarou uma palma de barro e provou do bruto gosto do amor. Após horas aperitando o sabor deixado em sua boca foi o universal sabor do abandono. Uma estrela chorou. A noite havia acordado,pura. Sem perceber o tempo que o circulava, se conteve em simplesmente vê-lo passar. As folhas da floresta pareciam intrigantes, semelhantes ao seu sorriso, ao seu olhar desamparado, estéril, todas juntas se protegendo contra as tensões externas que exigiam delas o que restava de seu brilho, elas concerteza eram mais sábias do que podiam contar. Como se seduzido pela primeira brisa da noite, se pôs à caminho da floresta, seu humor havia sido conquistado pela semelhança. Ele transpirava sua desolação enquanto amassava a grama que o empurrava carinhosamente em direção ao seu destino. Ele não pensava, havia encontrado. Penetrava insistentemente mata adentro apreciando cada ranhura em cada folha e em cada tronco. Após um tempo desconhecido pelo Relógio, chegou a uma clareira. Seus olhos não podiam piscar, não havia tempo para isto. Na perfeição daquele local encontrou a luz do mundo que insistiu em sugar sua alma para que o amor e a pureza não entrassem em extinção. Olhos nunca mais o viram, apenas o mundo o entendeu. Até hoje o lago espera algum motivo para poder voltar a ceder sua direção.

Agora gostaria de cantar para o fundo do oceano, aonde não existe ninguém que eu possa ferir e aonde a dor meus olhos não poderam enchergar.

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